Pai do Ano: Uma Comédia que Merece Mais do Que Uma Olhada Distraída
Sete anos se passaram desde que Pai do Ano estreou nos cinemas brasileiros em 20/07/2018, e, confesso, só fui assistir agora, em 2025. E me arrependo de ter esperado tanto. Não que seja uma obra-prima cinematográfica que vai mudar sua vida, mas Pai do Ano é uma comédia que sabe exatamente o que quer ser e o faz com uma energia contagiante, apesar de alguns tropeços previsíveis. A premissa, simples e deliciosa, gira em torno de uma brincadeira boba entre amigos que, de repente, toma proporções épicas: um duelo entre os pais, para definir quem é o “melhor pai”. Sem grandes revelações, a trama se desenvolve a partir dessa ideia central, e, acredite, as consequências são mais hilárias do que você imagina.
A direção de Tyler Spindel, que também assina o roteiro ao lado de Brandon Cournoyer, demonstra uma habilidade considerável em conduzir a comédia física e as situações absurdas com ritmo frenético. Há momentos em que a piada se sustenta pela própria improbabilidade, e Spindel soube aproveitar esses instantes de genialidade boba com maestria. Apesar da previsibilidade inerente a algumas reviravoltas, a energia do filme é tão contagiante que dificilmente você vai se incomodar com isso. O roteiro, embora não seja brilhante em termos de profundidade, cumpre seu papel de entregar risadas consistentes e criar situações inusitadas. A simplicidade da história, longe de ser um defeito, funciona como um ponto forte, permitindo que a comédia se concentre na química entre os atores e na construção de gags eficazes.
O elenco é um dos grandes trunfos do filme. David Spade, no papel de Wayne, entrega uma performance típica, mas eficiente, carregada de sarcasmo e um humor sarcástico que funciona bem na dinâmica do filme. Nat Faxon, como Mardy, contracena de forma brilhante, criando um par divertido e com uma química palpavelmente real com Spade. Joey Bragg e Matt Shively, como os filhos, completam o quarteto principal com performances sólidas, embora os personagens sejam mais estereotipados. Bridgit Mendler, como Meredith, adiciona uma pitada de charme e romance, equilibrando a energia frenética da trama central.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Tyler Spindel |
| Roteiristas | Brandon Cournoyer, Tyler Spindel |
| Produtores | Allen Covert, Kevin Grady |
| Elenco Principal | David Spade, Nat Faxon, Joey Bragg, Matt Shively, Bridgit Mendler |
| Gênero | Comédia |
| Ano de Lançamento | 2018 |
| Produtora | Happy Madison Productions |
Apesar de seus momentos brilhantes, Pai do Ano não é perfeito. Alguns gags caem um pouco no lugar comum, e a história se distancia da premissa inicial em certos momentos, perdendo um pouco da força. O filme poderia ter explorado com mais profundidade a relação entre pais e filhos, mas prefere se concentrar mais na comédia física e situações caricatas. No entanto, essa escolha consciente, longe de ser uma falha, reflete a intenção do filme: proporcionar um divertimento leve e descomprometido.
A mensagem principal do filme é, na verdade, bem sutil: a importância da família, a busca pela conexão entre pais e filhos e a aceitação das diferenças. Porém, essa mensagem é entremeada de tanto humor escrachado que só a percebemos de forma mais nítida em um segundo plano. Para um filme que se vende como comédia pastelão, talvez seja um ponto positivo essa sutileza, evitando a moralina.
No geral, Pai do Ano é uma comédia despretensiosa que cumpre sua função com eficácia. Se você busca um filme para rir sem compromisso, sem grandes pretensões artísticas, essa é uma excelente opção. Se você espera uma obra cinematográfica que vai te fazer refletir sobre a vida, talvez deva buscar algo mais profundo. A recomendação é clara: vá assistir Pai do Ano se você quer uma noite de risadas e diversão sem grandes pretensões. Vale a pena, e provavelmente, muito mais do que você imagina!




