Pantera Negra: Wakanda para Sempre

Wakanda Para Sempre: Um luto necessário, uma jornada imperfeita

Três anos após a partida de Chadwick Boseman, uma lacuna incomensurável na cultura pop, “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” chegou aos cinemas em 10 de novembro de 2022. Desde então, sua existência continua a gerar debates fervorosos – e eu me incluo nesse coro. Não se trata de um filme fácil de analisar; ele é uma obra carregada de emoção, ambição e, sim, algumas imperfeições. A sinopse oficial nos apresenta a luta da rainha Ramonda, Shuri, M’Baku, Okoye e as Dora Milaje para proteger Wakanda após a perda irreparável do Rei T’Challa. Apoiadas por Nakia e Everett Ross, elas buscam um novo caminho para sua nação, em meio a ameaças internas e externas. É uma premissa poderosa, e o filme abraça essa potência com unhas e dentes.

Um Peso na Alma, Uma Câmera na Mão

Ryan Coogler, ao retornar à direção, enfrenta uma tarefa hercúlea: homenagear Boseman sem cair no sentimentalismo barato e, ao mesmo tempo, entregar uma narrativa convincente. E aqui reside a complexidade do longa. Coogler opta por uma abordagem visceral, usando a câmera como uma extensão do luto, ora contemplativa, ora explosiva, espelhando as emoções turbulentas dos personagens. As sequências de ação são, em sua maioria, magistrais, com uma coreografia impressionante que equilibra o grandioso com o íntimo. Mas o ritmo, por vezes, oscila, especialmente no ato central onde a introdução de Talokan e Namor, embora visualmente deslumbrante, parece sobrecarregar a narrativa já densa. A construção do personagem de Namor é um ponto de destaque, embora sua motivação, em alguns momentos, pareça confusa e até mesmo um tanto deslocada do tom geral do filme.

Atores à Altura do Desafio, Roteiro com Falhas

O elenco eleva o filme a outro patamar. Letitia Wright, como Shuri, é a força motriz, transportando o peso da responsabilidade e do luto com uma interpretação matizada. Lupita Nyong’o, Danai Gurira e Winston Duke entregam atuações sólidas, ancorando o drama e a ação com maestria. Tenoch Huerta Mejía, como Namor, impoe sua presença, criando um vilão fascinante, ainda que mal explorado em sua complexidade. Mas o roteiro, co-escrito por Coogler e Joe Robert Cole, é onde o filme tropeça. A tentativa de lidar com o tema da perda de forma tão direta, aliada à apresentação de uma nova ameaça e de uma cultura rica e complexa como a de Talokan, resulta em um texto, as vezes, sobrecarregado e que peca por não aprofundar adequadamente todos os seus elementos. O tom melancólico e reflexivo, necessário e apropriado para lidar com o falecimento de Boseman, acaba por, em alguns momentos, sufocar a ação e o desenvolvimento de certos personagens secundários.

AtributoDetalhe
DiretorRyan Coogler
RoteiristasRyan Coogler, Joe Robert Cole
ProdutoresNate Moore, Kevin Feige
Elenco PrincipalLetitia Wright, Tenoch Huerta Mejía, Lupita Nyong'o, Danai Gurira, Winston Duke
GêneroAção, Aventura, Ficção científica
Ano de Lançamento2022
ProdutoraMarvel Studios

Pontos Altos e Baixos: Um Balanço Delicado

“Wakanda Para Sempre” brilha em sua representação da dor e da superação. A exploração da cultura Wakandana, expandida e enriquecida pela introdução de Talokan, é visualmente deslumbrante e culturalmente significativa. A relação entre Shuri e Ramonda, repleta de força e vulnerabilidade, é o coração do filme. Porém, a pressa em estabelecer todos os novos elementos e o desenvolvimento apresado do arco narrativo de Namor comprometem, em certa medida, o impacto emocional e a coesão da trama. A sensação é de que o filme tenta fazer demais, levando a um resultado final que, apesar de admirável em sua ambição, fica aquém do potencial inicialmente prometido. O filme se salva, de certa forma, por sua trilha sonora marcante e sua sensibilidade, mas as imperfeições do roteiro são inegáveis.

Conclusão: Um Filme Que Resiste a Ser Classificado de Forma Simples

Ao olhar para “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” em setembro de 2025, vejo um filme que continua gerando discussões acaloradas. As críticas, em sua grande maioria, reconhecem a beleza visual, o trabalho do elenco e a tentativa audaciosa de lidar com o luto e o legado de Boseman. No entanto, a recepção não foi unânime. Há quem veja o filme como um tributo apropriado e comovente, e há aqueles, como eu, que sentem que algumas escolhas narrativas poderiam ter sido mais bem trabalhadas. Recomendo o filme para aqueles que buscam uma experiência cinematográfica profunda e complexa. Prepare-se para uma montanha russa emocional, repleta de momentos impactantes e de uma beleza visual de tirar o fôlego. Mas tenha em mente que o filme não é perfeito, carregando algumas rugas na sua ambiciosa jornada. É um filme que transcende a ficção científica, mergulhando em temas universais e profundamente humanos. E isso, por si só, já justifica a experiência. Em resumo: assista, reflita e discuta. É disso que se trata a verdadeira arte.

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