A Vida Secreta dos Bichos 2: Uma Sequência que Rosna, Mas Não Morde
Seis anos se passaram desde que os bichinhos de estimação de Nova York conquistaram as telas em 2019. Em 2025, olhando para trás, posso dizer que a expectativa para “A Vida Secreta dos Bichos 2” era alta, talvez até alta demais. A fórmula da comédia animada para toda a família funcionou muito bem no primeiro filme, mas essa sequência, apesar de ter seus momentos, sofre de um mal que acomete muitas produções do tipo: a falta de inovação.
A sinopse, sem grandes spoilers, nos apresenta Max, o adorável terrier, lidando com novas responsabilidades e uma reviravolta inesperada envolvendo Katie, sua dona. O cenário se expande, levando nossos peludos amigos a situações inusitadas e hilárias, incluindo uma visita não muito convencional a uma clínica veterinária. A família de Katie também se amplia, o que inevitavelmente traz novas dinâmicas para o grupo de animais.
Chris Renaud retorna à direção, e a equipe de animação da Illumination continua a entregar uma qualidade visual impecável. A estética colorida e vibrante é um deleite para os olhos, e a animação dos animais é expressiva e encantadora. Porém, é no roteiro de Brian Lynch que a película patina. Há um certo senso de “já visto” que permeia a narrativa. A trama, apesar de apresentar alguns novos personagens carismáticos (como a coelha Daisy, dublada por uma ótima Tiffany Haddish), não consegue se desvencilhar de uma estrutura previsível, com piadas que funcionam em alguns momentos, mas que em outros caem no lugar comum.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Chris Renaud |
| Roteiristas | Brian Lynch |
| Produtores | Janet Healy, Chris Meledandri |
| Elenco Principal | Patton Oswalt, Kevin Hart, Eric Stonestreet, Jenny Slate, Tiffany Haddish |
| Gênero | Família, Comédia, Aventura, Animação |
| Ano de Lançamento | 2019 |
| Produtoras | Universal Pictures, Illumination |
O elenco de dubladores originais retorna, com Patton Oswalt, Kevin Hart e Eric Stonestreet dando voz novamente a Max, Snowball e Duke, respectivamente. Embora a química entre os atores de voz continue excelente, o roteiro não os oferece um material à altura de seus talentos. Jenny Slate e Tiffany Haddish, como Gidget e Daisy, roubam a cena em alguns momentos com seu carisma inerente. Mas mesmo performances sólidas não conseguem disfarçar a falta de originalidade do texto.
A força da animação reside na dinâmica entre os personagens e em alguns momentos genuinamente engraçados, principalmente aqueles envolvendo o personagem Rooster. A amizade entre os animais e a fidelidade à família humana são os temas principais, mensagens positivas que ressoam com a audiência infantil e adulta. No entanto, a falta de profundidade e a previsibilidade da trama prejudicam o impacto emocional que o filme poderia ter.
Concordo com os críticos que apontaram o filme como “OK”. “A Vida Secreta dos Bichos 2” não é um desastre, longe disso. Entretanto, a sensação que fica é a de uma oportunidade perdida. O primeiro filme tinha uma energia e originalidade que a sequência não conseguiu replicar. O filme lucrou, é verdade, mas a fórmula se esgotou. A sensação de que se trata de uma “franquia estranha”, como mencionado em alguns comentários, é pertinente. Falta aquele “algo a mais” que tornaria o filme memorável além do entretenimento momentâneo.
Em resumo, “A Vida Secreta dos Bichos 2” é uma animação agradável para uma tarde em família, principalmente para crianças. A qualidade da animação e o carisma dos personagens são seus principais trunfos. No entanto, se você busca uma animação memorável, criativa e com uma narrativa surpreendente, talvez seja melhor procurar outras opções nas plataformas digitais. Recomendo, mas com ressalvas. Cinco estrelas em dez, generosas, considerando o Rooster.
