Pipeline: O Grande Roubo – Um Assalto que Vale a Pena Ser Visto (ou não?)
Em 24 de setembro de 2025, relembrar Pipeline: O Grande Roubo, lançado em 11 de janeiro de 2022 no Brasil, é uma experiência curiosa. O filme, um thriller sul-coreano de ação e crime, me deixou com uma sensação… ambígua. Uma mistura de admiração pela ousadia e frustração por algumas escolhas narrativas. Vamos lá.
A sinopse é simples, mas eficaz: seis funcionários de uma refinaria de petróleo planejam um audacioso roubo de petróleo bruto diretamente dos dutos subterrâneos que cruzam a Coreia do Sul. A premissa é intrigante, a promessa de ação e suspense é palpável, e o elenco sul-coreano, com nomes como Seo In-guk, Lee Soo-hyuk e Eom Mun-suk, já indica um certo nível de qualidade.
O diretor Yu Ha, conhecido por seu estilo visualmente rico e narrativas complexas, entrega aqui um filme que é visualmente impressionante, sem dúvida. As cenas de ação são eletrizantes, e a tensão é construída de forma competente ao longo da trama. Yu Ha tem um talento indiscutível para criar atmosfera, e Pipeline consegue transmitir a claustrofobia do submundo subterrâneo e a pressão crescente do tempo sobre os ladrões. Entretanto, o roteiro, escrito por ele mesmo em parceria com Kim Kyung-chan, é onde o filme tropeça. Há uma certa preguiça narrativa em algumas partes, com reviravoltas previsíveis e desenvolvimento de personagens que poderiam ser muito mais profundos.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | 유하 |
| Roteiristas | 김경찬, 유하 |
| Produtor | Yoon Hong-jun |
| Elenco Principal | 서인국, 이수혁, 음문석, 유승목, 태항호 |
| Gênero | Crime, Ação |
| Ano de Lançamento | 2021 |
| Produtoras | Gom Pictures, Little Big Pictures |
As atuações são, em sua maioria, convincentes. Seo In-guk, como o líder do grupo, consegue transmitir a mistura de determinação, nervosismo e culpa que seu personagem carrega. Lee Soo-hyuk e Eom Mun-suk também se destacam, oferecendo performances sólidas e complementando a dinâmica do grupo. No entanto, alguns personagens secundários ficam relegados a papéis pouco explorados, o que prejudica o impacto emocional da trama.
O ponto forte de Pipeline é, sem dúvida, sua energia. É um filme que te mantém em alerta, com sequências de ação bem coreografadas e momentos de suspense genuínos. A exploração do ambiente subterrâneo, aliado aos efeitos sonoros, cria uma experiência imersiva e palpável. Por outro lado, a fragilidade do roteiro é seu calcanhar de Aquiles. A trama, apesar da premissa promissora, se perde em alguns desvios narrativos e em um desenvolvimento de personagens pouco consistente. A sensação que fica é a de um potencial não totalmente realizado.
Pipeline levanta temas interessantes sobre a ganância, a desigualdade e o risco de se buscar o sucesso por meios ilegais. No entanto, esses temas são abordados de forma superficial, servindo mais como pano de fundo do que como o centro da narrativa. Para um filme que se propõe a explorar a tensão e o drama humano, o filme acaba priorizando a ação em detrimento de um aprofundamento temático.
No fim das contas, Pipeline: O Grande Roubo é um filme divertido, repleto de ação e adrenalina, mas que deixa a desejar em termos de roteiro e desenvolvimento de personagens. Recomendaria para quem procura um entretenimento leve e ágil, um thriller que prima pela ação e suspense. Mas quem espera uma obra-prima cinematográfica repleta de profundidade e nuances narrativas talvez se sinta um pouco desapontado. O filme teve uma recepção mediana na época de seu lançamento, e, olhando retrospectivamente, consigo entender porquê. É uma montanha-russa emocionante, mas que, infelizmente, não chega ao topo.




