Pokémon, o Filme: Eu Escolho Você! – Uma Jornada Renovada, Mas Nem Sempre Perfeita
Oito anos se passaram desde que assisti pela primeira vez a “Pokémon, o Filme: Eu Escolho Você!”, em 2017. E, olha, a nostalgia me atingiu com força. Para os que não se lembram, ou para aqueles que chegaram depois, o longa-metragem se apresenta como uma espécie de “reboot” da jornada de Ash Ketchum, revisitando seus primeiros passos como Mestre Pokémon. A sinopse oficial, sem grandes spoilers, promete a aventura clássica de um garoto de 10 anos que, pela primeira vez, sai em busca de seus próprios monstros de bolso, acompanhado do insubstituível Pikachu. É uma história familiar, mas com uma roupagem renovada, o que, a princípio, soa irresistível para qualquer fã de longa data.
A direção de Yuyama Kunihiko, um nome histórico na franquia Pokémon, é competente, mas não chega a ser excepcional. Apesar da animação renovada, o filme se apoia muito na fórmula conhecida, sem ousar grandes inovações visuais. A narrativa de Yone Mura Masuji, por sua vez, equilibra nostalgia e originalidade de forma inconstante. Há momentos genuinamente emocionantes, que ressoam com a profundidade emocional da série original, mas também passagens um tanto apressadas, que prejudicam o desenvolvimento de alguns personagens secundários.
O elenco de dublagem original, com destaque para Matsumoto Rika como Satoshi (Ash) e Ikue Otani como Pikachu, garante uma performance impecável. A química entre as vozes continua a ser a espinha dorsal emocional do filme, transmitindo perfeitamente a inocência de Ash e a lealdade incansável de Pikachu. O trio Rocket, com suas atuações caricatas, também cumpre seu papel de forma eficiente, proporcionando alívio cômico aos momentos mais dramáticos.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | 湯山邦彦 |
| Roteirista | 米村正二 |
| Produtores | 知久敦, Junya Ishimoto, Hidenaga Katakami, Susumu Matsuyama, 坂本鼓太郎, Satoshi Shimodaira, Manami Tate, Chiharu Umino |
| Elenco Principal | 松本梨香, Ikue Otani, Megumi Hayashibara, Shin-ichiro Miki, 犬山イヌコ |
| Gênero | Família, Animação, Aventura, Fantasia |
| Ano de Lançamento | 2017 |
| Produtoras | OLM, Pikachu Project, Shogakukan, Shogakukan-Shueisha Productions, TV Tokyo, The Pokémon Company, TakaraTomy, jeki, TOHO |
A força do filme reside, sem dúvida, na nostalgia. Para quem cresceu assistindo às aventuras de Ash e seus amigos, “Eu Escolho Você!” é uma carta de amor aos primórdios da franquia. A reimaginação de momentos icônicos, como o primeiro encontro com Pikachu, e a adição de alguns detalhes inéditos enriquecem a experiência para o fã saudosista. Porém, sua maior fraqueza reside justamente na sua dependência excessiva desse recurso. A tentativa de trazer a simplicidade da série original, muitas vezes, resulta em um roteiro previsível e com um desenvolvimento superficial de personagens.
O filme explora temas de amizade, coragem e perseverança, mas o faz de forma bastante superficial. Embora a mensagem seja positiva e inspiradora, ela carece de uma exploração mais profunda, tornando-se algo quase que um apelo genérico ao público infantil. A tentativa de equilibrar a nostalgia com uma nova perspectiva se perde em meio a essa falta de profundidade narrativa, resultando em um produto que agrada, mas não cativa completamente.
Em suma, “Pokémon, o Filme: Eu Escolho Você!” é uma experiência nostálgica e agradável, mas com suas limitações. Não se trata de um filme que vai revolucionar o gênero ou a franquia, mas sim de uma homenagem bem-intencionada para os fãs de longa data. Recomendo sua exibição, especialmente para quem busca reviver a magia dos primeiros passos de Ash Ketchum. Porém, aqueles que buscam uma narrativa mais ousada e complexa talvez se frustrem com sua simplicidade. No entanto, a emoção que permeia o filme e a qualidade da dublagem original fazem dele uma experiência válida, que merece ser revisitada, mesmo oito anos após seu lançamento em 2017. A sua disponibilidade em plataformas digitais facilita o acesso para os amantes de animação japonesa e da saga Pokémon, que, acredito, encontrarão algum valor pessoal nessa nova versão de uma história tão amada.




