Polícia Federal: A Lei é Para Todos – Os Bastidores da Operação Lava Jato

A Lei é Para Todos: Um Retrato Intenso (Mas Imperfeito) da Lava Jato

Oito anos se passaram desde que “Polícia Federal: A Lei é Para Todos” chegou aos cinemas brasileiros em 7 de setembro de 2017. Na época, a Operação Lava Jato ainda dominava os noticiários, e o filme, prometendo um mergulho nos bastidores dessa investigação colossal, gerou grande expectativa. Agora, em 2025, olhando para trás, posso dizer que o longa-metragem de Marcelo Antunez alcança momentos de rara potência, mas também tropeça em alguns deslizes que impedem sua ascensão à condição de obra-prima.

O filme acompanha a equipe da Polícia Federal em Curitiba, liderada pelo dedicado Ivan Romano (Antonio Calloni), durante a descoberta de um esquema de corrupção que se ramifica por toda a estrutura política e empresarial brasileira. A apreensão de um carregamento de cocaína dissimula uma trama muito maior, envolvendo doleiros, diretores da Petrobras e, claro, políticos de alto escalão. A narrativa, embora se inspire nos eventos reais, escolhe focar na jornada dos policiais, nas pressões e dilemas éticos que enfrentam, sem se perder em detalhes excessivos que poderiam tornar a trama confusa.

A direção de Marcelo Antunez se mostra eficiente em construir suspense e tensão. Há uma clara intenção de imprimir um ritmo ágil, que acompanha a urgência das investigações. A fotografia, escura e claustrofóbica em algumas cenas, reforça a atmosfera de conspiração e perigo que envolve os protagonistas. O roteiro, escrito por Gustavo Lipsztein e Thomas Stavros, por sua vez, consegue equilibrar a complexidade do caso real com a necessidade de construir personagens verossímeis e cativantes. Não é uma narrativa fácil de contar, mas a equipe conseguiu condensar muitos elementos em um roteiro relativamente coeso.

AtributoDetalhe
DiretorMarcelo Antunez
RoteiristasGustavo Lipsztein, Thomas Stavros
ProdutorTomislav Blazic
Elenco PrincipalAntonio Calloni, Flávia Alessandra, Bruce Gomlevsky, Marcelo Serrado, Ary Fontoura
GêneroAção, Thriller, Crime
Ano de Lançamento2017
ProdutorasChemical Mind Studios, NEWCINE & TV, Downtown Filmes, Paris Filmes, Raconto Filmes

Antonio Calloni entrega uma interpretação sólida, transmitindo a frustração e a resiliência de Ivan. Flávia Alessandra e Rainer Cadete complementam o elenco principal com atuações convincentes, embora a caracterização de alguns personagens secundários peca por certo maniqueísmo, simplificando demais a complexidade dos personagens envolvidos. A presença de atores experientes como Ary Fontoura, no papel de Lula, apesar da controvérsia gerada, contribui para a força dramática do longa. Notavelmente, Marcelo Serrado interpreta um juiz, o que adiciona outro ponto interessante a uma trama que tenta navegar pela complexidade do sistema de justiça.

No entanto, o filme não está isento de críticas. A simplificação de eventos tão complexos como a Operação Lava Jato inevitavelmente leva a algumas imprecisões e omissões. Alguns diálogos soam um tanto didáticos, o que poderia ter sido evitado com um pouco mais de sutileza na escrita. Embora a tentativa de mostrar o lado humano dos policiais seja louvável, há momentos em que o roteiro se perde em clichês e em uma visão idealizada do trabalho policial, sem aprofundar suficientemente as consequências e os dilemas morais presentes em uma investigação desse porte.

A principal mensagem do filme é a necessidade de combater a corrupção e de assegurar a justiça, mesmo diante de poderosos. A “Lei é para todos”, afinal, é o lema que dá título à obra e norteia a trama. Entretanto, o filme não se limita a ser panfletário; mostra também a fragilidade das instituições e a árdua luta travada pelos indivíduos que buscam a verdade.

No final das contas, “Polícia Federal: A Lei é Para Todos” é um filme que merece ser visto. Apesar de suas imperfeições, consegue prender a atenção e apresentar uma versão dramatizada, porém razoavelmente fiel, dos eventos que marcaram a história recente do Brasil. Recomendo-o a quem busca um thriller nacional envolvente, ciente de que a obra apresenta uma leitura específica, possivelmente polarizadora, dos fatos relatados. A disponibilização em plataformas digitais permite um acesso mais fácil do que em 2017, e por isso mesmo o torna uma opção atraente para o público que busca explorar o tema da corrupção a partir de uma perspectiva cinematográfica.

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