Premonição 6: Laços de Sangue

Premonição 6: Laços de Sangue – Um Sucessor que Surpreende (e Assusta)

Já se passaram alguns dias desde que assisti a Premonição 6: Laços de Sangue, e ainda estou processando a experiência. Lançado em 15 de maio de 2025 no Brasil (após seu lançamento original em 2025), esse sexto filme da franquia prometia mais do mesmo, mas entregou algo… diferente. Muito diferente. Preparem-se, porque essa resenha vai além do simples “bom” ou “ruim”.

A sinopse oficial é bastante precisa: Stefani Reyes, uma estudante universitária, é atormentada por um pesadelo recorrente e brutal. Este pesadelo a leva de volta para casa, onde ela busca a ajuda da única pessoa que talvez consiga quebrar o ciclo infernal que ameaça ela e sua família. É uma premissa familiar para os fãs da série, mas a execução é onde a mágica (ou o horror, no caso) acontece.

A direção de Zach Lipovsky e Adam B. Stein é, para dizer o mínimo, segura. Não há experimentações visuais ousadas, mas a dupla entende perfeitamente a necessidade de criar uma atmosfera de crescente tensão. O ritmo é impecável, alternando entre momentos de suspense sufocante e explosões repentinas de violência gráfica – sim, o gore está presente em doses generosas, e para quem gosta do gênero, é um banquete. Os momentos de suspense são tão eficazes, que eu me peguei várias vezes com as mãos suando.

O roteiro de Guy Busick e Lori Evans Taylor é onde as opiniões se divergem. Em vez de simplesmente repetir a fórmula de “premonições e mortes em sequência”, eles exploram um lado mais psicológico dos personagens. Stefani não é apenas uma protagonista em fuga; ela é uma jovem fragilizada, paranoica e assustada, lutando contra o peso de um destino aparentemente selado. As relações familiares são complexas e tensas, recheadas de segredos e desconfianças. A construção de personagens é, sem dúvida, o ponto mais forte do filme, mesmo que, alguns, possam achar o roteiro um pouco lento e complexo.

Kaitlyn Santa Juana como Stefani entrega uma atuação poderosa. A fragilidade e o medo são palpáveis na sua performance, dando profundidade a uma personagem que poderia facilmente ter sido unidimensional. Teo Briones, Rya Kihlstedt, Richard Harmon e Owen Patrick Joyner também contribuem com interpretações sólidas, criando um elenco coeso e convincente. A química entre eles é fundamental para o sucesso do filme.

O ponto fraco, na minha opinião, é a tentativa de inserir elementos de humor negro e sarcasmo no roteiro. Em alguns momentos, funciona, criando um contraponto interessante para a gravidade da situação. No entanto, em outros, a piada se mostra forçada e destoa do tom geral do filme. É um risco que, embora não tenha arruinado a experiência para mim, pode desagradar alguns espectadores.

O filme explora temas pesados, como a inevitabilidade do destino, a luta contra a adversidade, e os laços familiares complexos. A atmosfera geral é opressiva, permeada por uma sensação de impotência diante de uma força maior e implacável.

No fim das contas, Premonição 6: Laços de Sangue surpreendeu positivamente. Ele não é perfeito, e as tentativas de humor podem gerar opiniões divergentes, mas a trama, as atuações e o suspense constante compensam os tropeços. Para os fãs do terror psicológico e para aqueles que buscam uma experiência cinematográfica que vai além da fórmula, este filme é uma excelente pedida. Eu recomendo, com algumas ressalvas, é claro. Se você não se importa com algumas pequenas falhas e aprecia um bom suspense com doses de gore, não perca. As críticas anteriores que li eram, em sua maioria, justas, mas sentiram falta da profundidade psicológica que eu encontrei aqui. Acho que “Premonição 6” eleva a franquia a um novo patamar.