Princesa Mononoke

Princesa Mononoke: Uma Ode à Natureza e à Destruição, 28 Anos Depois

Confesso, senti um arrepio ao revisitar Princesa Mononoke em 2025. Não era apenas a nostalgia falando, embora a lembrança da primeira vez, lá em 1999, ainda me traga à tona uma emoção quase palpável. Era a constatação de que, passados quase três décadas, a mensagem do filme de Hayao Miyazaki continua assustadoramente atual. A sinopse, simples em sua estrutura, esconde uma complexidade que poucos filmes de animação conseguem alcançar: um príncipe, Ashitaka, ferido por uma criatura amaldiçoada, busca cura no leste, encontrando no caminho uma feroz luta entre a floresta e a ganância humana, liderada pela enigmática Princesa Mononoke.

Uma Obra-Prima de Direção, Roteiro e Atuação (de voz, claro)

Miyazaki, como sempre, é um mestre. A direção é visceral, transportando-nos para um Japão feudal fantasioso, rico em detalhes e absolutamente deslumbrante visualmente. A animação, mesmo pelo olhar de 2025, se mantém impressionante; a fluidez dos movimentos, a riqueza da paleta de cores, os cenários deslumbrantes… tudo conspira para imergir o espectador numa experiência quase sensorial. A trilha sonora, épica e melancólica ao mesmo tempo, se funde perfeitamente com as imagens, amplificando as emoções.

O roteiro, também assinado por Miyazaki, é uma obra-prima de construção de personagens. Cada um, da princesa Mononoke, uma criança selvagem criada por lobos, à Lady Eboshi, a pragmática e ambiciosa líder de Irontown, tem sua complexidade, suas motivações, suas nuances. Não há vilões maniqueístas, apenas seres lutando pela sua sobrevivência em um cenário de crescente conflito. As atuações de voz, tanto no original japonês quanto nas diversas dublagens, transmitem a profundidade emocional dos personagens com maestria. Lembro-me da força contida na voz de Lady Eboshi, interpretada por 田中裕子, ou do ar de sofrimento de Ashitaka, dado por 松田洋治. São interpretações que transcendem a animação, entregando performances memoráveis.

AtributoDetalhe
DiretorHayao Miyazaki
RoteiristaHayao Miyazaki
Produtor鈴木敏夫
Elenco Principal松田洋治, 石田ゆり子, 田中裕子, 小林薫, 西村雅彥
GêneroAventura, Fantasia, Animação
Ano de Lançamento1997
ProdutorasStudio Ghibli, Nibariki, dentsu Music and Entertainment, TNDG, Tokuma Shoten, Nippon Television Network Corporation, dentsu

Pontos Fortes e Fracos: A Perfeição Imperfeita

Um dos pontos fortes de Princesa Mononoke é, sem dúvida, a sua complexidade. O filme não nos oferece respostas fáceis, não nos diz quem está certo ou errado. Ele nos apresenta um dilema moral profundo, nos força a questionar nossas próprias atitudes em relação à natureza e ao progresso. A violência gráfica, em alguns momentos, pode incomodar alguns espectadores – a cena da decapitação, por exemplo, é marcante e brutal. Mas essa brutalidade é necessária para mostrar o custo da guerra e da ganância.

Como ponto fraco, posso apontar a possível lentidão do ritmo para alguns espectadores acostumados à velocidade frenética de muitas produções atuais. A trama, embora rica, se desenvolve de forma mais contemplativa, permitindo que o espectador absorva a atmosfera e os detalhes do mundo criado por Miyazaki. Essa suposta lentidão, contudo, se tornou um trunfo para mim, permitindo-me vivenciar plenamente a imersão emocional e estética.

A Mensagem Eterna: Natureza x Humanidade, uma Luta Sem Fim

Princesa Mononoke é muito mais do que um filme de aventura. É uma profunda meditação sobre a relação do homem com a natureza. O filme retrata com sensibilidade e brutalidade o impacto da industrialização desenfreada e a devastação ambiental, mostrando a violência do progresso a qualquer custo. Temas como amizade, lealdade, espírito de comunidade, e o ciclo da vida e da morte permeiam a narrativa. Mas o núcleo central é a luta pela sobrevivência, pela preservação do que ainda resta, seja uma floresta milenar ou a própria dignidade humana. A crítica à exploração desenfreada dos recursos naturais, ao desenvolvimento sem limites e às consequências ambientais, ressoam com uma potência inegável em 2025.

Conclusão: Uma Obra-Prima que Envelhece Bem (e que Deveria Ser Vista)

Princesa Mononoke é, sim, provavelmente o melhor filme de Miyazaki, como muitos críticos (e eu mesmo) já afirmaram. É uma obra-prima que resiste ao tempo, que continua a nos comover e a nos questionar, décadas depois de seu lançamento original em 1997. Se você ainda não viu, corrija isso imediatamente. Se você já viu, reveja. A mensagem de Princesa Mononoke, infelizmente, continua mais relevante do que nunca. É um filme essencial para todas as idades, uma verdadeira aula de cinema, arte e reflexão sobre o nosso futuro. Disponível em diversas plataformas digitais de streaming, sua experiência espera por você. Não perca.

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