Procurando Nemo: Uma Aventura Subaquática que Continua a Encantar (2003)
Confesso que, em 2025, revisitar Procurando Nemo me causou uma estranha sensação nostálgica, quase como reencontrar um velho amigo. Lembro-me da euforia em 2003, quando a Pixar nos presenteou com essa obra-prima da animação, um filme que, aos meus olhos, continua a resistir ao teste do tempo, apesar da enxurrada de animações que se seguiram. A sinopse, resumidamente, nos apresenta Nemo, um peixinho-palhaço com espírito aventureiro, e a jornada desesperada de seu pai superprotetor, Marlin, e da amnésica, porém adorável, Dory, para resgatá-lo de um aquário de dentista. Essa aventura subaquática é repleta de personagens memoráveis e situações hilárias, num roteiro que equilibra perfeitamente humor e emoção.
A direção de Andrew Stanton é impecável. A técnica de animação da Pixar, já então revolucionária, cria um mundo subaquático deslumbrante, vibrante e detalhado. A Grande Barreira de Corais se transforma em um personagem em si, com sua beleza e perigos representados com maestria. A câmera “subaquática” flui com uma naturalidade incrível, conduzindo o espectador pela jornada dos protagonistas com leveza e elegância. A transição entre os diferentes ambientes – do recife à correnteza, passando pelo oceano aberto e culminando no aquário – é harmoniosa, demonstrando um planejamento e execução impecáveis.
A genialidade de Procurando Nemo reside também em seu roteiro, assinado por Stanton, Bob Peterson e David Reynolds. O texto é inteligente, repleto de humor sutil e observações agudas sobre a paternidade e a amizade. A relação entre Marlin e Nemo é o cerne da narrativa, explorando o tema da superproteção paterna contra o desejo de independência do filho. A amnésia de Dory, longe de ser um defeito, torna-se uma virtude, imprimindo à narrativa um humor contagiante e um frescor constante, quebrando a tensão com momentos de puro deleite cômico.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Andrew Stanton |
| Roteiristas | Andrew Stanton, Bob Peterson, David Reynolds |
| Produtor | Graham Walters |
| Elenco Principal | Albert Brooks, Ellen DeGeneres, Alexander Gould, Willem Dafoe, Geoffrey Rush |
| Gênero | Animação, Família |
| Ano de Lançamento | 2003 |
| Produtora | Pixar |
As atuações de voz são memoráveis. Albert Brooks, como Marlin, transmite perfeitamente a angústia e o amor paterno com uma naturalidade impressionante. Ellen DeGeneres, como Dory, rouba a cena com seu carisma inegável, transformando a personagem em um ícone da cultura pop. A performance de Alexander Gould como Nemo é igualmente convincente, capturando a mistura de inocência, rebeldia e coragem própria de um jovem peixe-palhaço. O elenco de apoio, incluindo Willem Dafoe como Gill e Geoffrey Rush como Nigel, complementa o cenário com atuações impecáveis, que adicionam nuances e profundidade a personagens já ricos em personalidade.
Apesar de seus muitos pontos fortes, Procurando Nemo não é isento de críticas. Alguns podem considerar o ritmo da narrativa um pouco irregular em alguns momentos, e a resolução de alguns conflitos um tanto previsível. Mas, a meu ver, tais pontos fracos são amplamente compensados pela riqueza da narrativa, pela beleza visual e pela profundidade emocional da história.
A mensagem central do filme, sobre a importância da confiança, da aceitação de nossas diferenças e a superação dos nossos medos, ressoa forte e clara, mesmo anos depois de seu lançamento. A mensagem não é didática, mas orgânica e naturalmente integrada à trama, permitindo que o espectador a absorva sem a sensação de ser moralmente admoestado. A busca de Nemo por sua individualidade, enquanto Marlin luta contra sua própria insegurança e medo de perder seu filho, formam uma dinâmica complexa e realística que continua a me comover em 2025.
Em resumo, Procurando Nemo é, para mim, mais do que apenas uma animação infantil. É uma jornada emocionante, divertida e profundamente comovente, que explora temas universais com sensibilidade e inteligência. Concordo plenamente com as críticas que o descrevem como “uma das melhores animações que já vi”, e acrescentaria que é uma obra que transcende gerações, continuando a entreter e a emocionar adultos e crianças, mantendo-se extremamente relevante. Se você ainda não assistiu, faça isso imediatamente. Se você já assistiu, certamente não se arrependerá de revisitar a jornada de Marlin, Nemo e Dory em 2025. Aquele finalzinho extra após os créditos continua sendo o toque de mestre! A recepção do filme em 2003 foi tão excepcional que seu legado como um marco na animação é inegável.
Recomendo com entusiasmo a todos. Cinco estrelas, sem dúvidas.




