Provas e Trapaças: Uma Comédia Policial que Deixa a Metade do Trabalho Para a Casa
Em 2008, Brett Simon nos presenteou com Provas e Trapaças, uma comédia policial que, apesar de promissora, se mostra um tanto irregular. A trama acompanha Bobby Funke (Reece Thompson), um aspirante a jornalista do jornal escolar que vive na sombra do fracasso acadêmico. Sua vida muda quando a enigmática Francesca Facchini (Mischa Barton) o procura para investigar o misterioso sumiço de provas importantes do escritório do diretor Kirkpatrick (Bruce Willis). A partir daí, Bobby se envolve em uma investigação que o leva à popularidade repentina, mas também a dúvidas cruciais sobre suas próprias descobertas.
A primeira meia hora do filme é, sem dúvida, um acerto. A energia é contagiante, o humor leve e ágil, e a dinâmica entre Thompson e Barton funciona perfeitamente, gerando uma química palpável na tela. A direção de Simon, nesse período inicial, é segura, conduzindo a narrativa com ritmo frenético e criando um suspense que funciona brilhantemente dentro do contexto cômico. A performance de Thompson é surpreendentemente eficaz; ele consegue transmitir a insegurança e a ingenuidade de Bobby de maneira convincente, tornando-o um protagonista simpático e, em muitos momentos, hilário. Mischa Barton, por sua vez, entrega uma personagem intrigante, com um ar de mistério que mantém o espectador engajado. Bruce Willis, como o diretor Kirkpatrick, faz uma participação que, embora curta, cumpre seu papel com maestria, adicionando um toque de peso e autoridade à trama. Michael Rapaport e Kathryn Morris oferecem um bom suporte como personagens secundários, contribuindo para o humor e o enredo.
No entanto, o filme sofre uma queda significativa na segunda metade. O roteiro de Tim Calpin e Kevin Jakubowski, que inicia com uma premissa inteligente e promissora, perde o fôlego, diluindo o suspense e entregando uma resolução um tanto previsível e sem o impacto esperado. O ritmo desacelera, as piadas perdem a graça, e a trama se torna menos envolvente. A sensação é de que o filme não consegue sustentar a energia inicial, deixando a desejar no clímax e na conclusão. Embora os atores continuem entregando boas atuações, a falta de coesão no roteiro prejudica o conjunto.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Brett Simon |
| Roteiristas | Tim Calpin, Kevin Jakubowski |
| Produtores | Doug Davison, Roy Lee, Bob Yari |
| Elenco Principal | Reece Thompson, Mischa Barton, Bruce Willis, Michael Rapaport, Kathryn Morris |
| Gênero | Comédia, Crime |
| Ano de Lançamento | 2008 |
| Produtoras | Yari Film Group, Vertigo Entertainment |
Os temas centrais do filme giram em torno da busca por identidade, a pressão social e a responsabilidade da verdade. Bobby, em sua jornada, precisa lidar com a frustração de ser um “nada” e a euforia de, de repente, ser o centro das atenções. O filme, portanto, reflete, de maneira leve e irônica, sobre a construção da própria imagem, a fragilidade da reputação e os perigos da busca pelo sucesso à qualquer custo.
Em retrospecto, Provas e Trapaças é um filme que ilustra o quão importante é a consistência em uma obra cinematográfica. Conforme mencionado em algumas críticas de 2008, a promessa inicial não se cumpre totalmente, o que é uma pena, considerando o elenco competente e o começo promissor. Apesar de seus defeitos, o filme possui momentos de puro deleite, particularmente na primeira metade. Se você busca uma comédia leve e despretensiosa para um fim de tarde de sábado, Provas e Trapaças pode ser uma opção válida, desde que você esteja preparado para uma experiência um tanto irregular, onde a diversão inicial cede lugar a uma trama menos inspirada. Recomendo a sua exibição em plataformas de streaming, mas com expectativas moderadas. Afinal, nem todo filme precisa ser uma obra-prima para nos proporcionar alguns momentos de entretenimento. Lançado em 2008, o filme talvez não tenha tido a repercussão que merecia, mas continua sendo um estudo interessante sobre o potencial e as armadilhas da comédia policial.




