Quarteto Fantástico

Dez anos se passaram desde que o Quarteto Fantástico, dirigido por Josh Trank, chegou às telas. Recordo-me bem do burburinho em torno do lançamento em 2015, a expectativa em torno de uma nova versão dessa equipe icônica de heróis. E, olhando para trás, a experiência permanece… complexa. Não é um filme ruim, mas tampouco é uma obra-prima. É uma daquelas produções que se tornam um curioso objeto de estudo cinematográfico, um exemplo de como boas premissas e um elenco talentoso podem ser prejudicados por uma execução questionável.

Uma Jornada Cósmica com Imprevistos

Quatro jovens astronautas se veem catapultados para um universo alternativo durante uma missão espacial experimental, ganhando poderes extraordinários após exposição a uma radiação cósmica. Reed Richards (Miles Teller), o brilhante e ambicioso cientista; Sue Storm (Kate Mara), sua namorada e mulher de grande inteligência; Johnny Storm (Michael B. Jordan), o irmão impulsivo de Sue; e Ben Grimm (Jamie Bell), o piloto experiente e amigo de longa data de Reed, devem lidar com suas novas habilidades e com a terrível ameaça representada pelo Doutor Destino (Toby Kebbell). Essa sinopse, concisa, esconde os meandros de uma narrativa que, apesar do potencial explosivo, se arrasta em alguns momentos.

Visão, Roteiro e Atuações: Um Mosaico Desarmonizado

A direção de Josh Trank se revela um tanto quanto… problemática. Ele optou por um tom mais sombrio e realista, que em teoria poderia funcionar, mas a execução pecou pela falta de ritmo e pelo excesso de melodrama. O roteiro, creditado a Jeremy Slater, Simon Kinberg e o próprio Trank, sofre de incoerências e um desenvolvimento apressado de alguns personagens. A dinâmica entre os quatro protagonistas, por exemplo, merecia uma exploração mais profunda, mais sutil.

Apesar das falhas do roteiro e da direção, o elenco se esforça ao máximo. Miles Teller demonstra uma fragilidade que se ajusta bem ao Reed Richards inicialmente inseguro, enquanto Michael B. Jordan entrega um Johnny Storm carismático. Kate Mara e Jamie Bell, por sua vez, cumprem suas funções com a competência esperada. A grande exceção aqui é Toby Kebbell, que carrega sobre os ombros um Doutor Destino pouco convincente, talvez prejudicado pela concepção visual e pela própria construção do vilão na trama.

AtributoDetalhe
DiretorJosh Trank
RoteiristasJeremy Slater, Simon Kinberg, Josh Trank
ProdutoresMatthew Vaughn, Gregory Goodman, Simon Kinberg, Robert Kulzer, Hutch Parker
Elenco PrincipalMiles Teller, Michael B. Jordan, Kate Mara, Jamie Bell, Toby Kebbell
GêneroAção, Aventura, Ficção científica
Ano de Lançamento2015
Produtoras20th Century Fox, Constantin Film, Marvel Entertainment, Marv, Genre Films, Robert Kulzer Productions, TSG Entertainment

Pontos Fortes e Fracos: Uma Equação Desequilibrada

O filme se destaca pelos efeitos visuais, principalmente nas cenas que retratam os poderes do Quarteto. A transformação de Ben Grimm no Coisa é particularmente bem realizada. Por outro lado, o ritmo lento e a atmosfera excessivamente sombria, aliado a diálogos nem sempre inspirados, contribuem para um ritmo cansativo. O desenvolvimento do Doutor Destino, como já mencionei, deixa muito a desejar, resultando em um antagonista pouco impactante.

Temas e Mensagens: Uma Reflexão Sobre Poder e Responsabilidade?

A trama explora temas como a responsabilidade que acompanha o poder e as consequências das ambições científicas. No entanto, essas ideias ficam submersas em meio aos outros elementos falhos do filme. O potencial para uma reflexão profunda sobre a natureza humana diante de poderes extraordinários fica comprometido pela fragilidade narrativa.

Conclusão: Uma Releitura que Merece um Segundo Olhar?

Em resumo, o Quarteto Fantástico de 2015 é uma experiência cinematográfica frustrante. Embora não seja um filme totalmente ruim, sua execução falha em potencializar o seu grande elenco e a premissa promissora. É um filme que ilustra, com triste eficácia, como um projeto pode naufragar apesar de bons atores e uma história interessante. Para aqueles que buscam entretenimento leve e ágil, recomendo procurar alternativas. Porém, para quem gosta de analisar os descompassos da indústria cinematográfica ou tem um fascínio por produções que “deram errado”, o filme de Josh Trank pode ser um estudo de caso intrigante, disponível em diversas plataformas digitais desde 2015. Um filme curioso, para dizer o mínimo.

Trailer Oficial

Capa do trailer de Quarteto Fantástico
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