Rancho do Amor

Rancho do Amor: Um Negócio de Família, Uma Tragédia de Paixão

Quinze anos se passaram desde que Rancho do Amor chegou aos cinemas em 2010, e me pego pensando se a recepção morna que o filme recebeu na época foi justa. Revisitá-lo em 2025, numa época em que dramas sobre relacionamentos complexos estão em alta, me fez repensar a minha avaliação inicial. A história acompanha Charlie e Grace Bontempo, um casal que construiu um império – um bordel legalizado em Nevada – nos anos 70. A riqueza e o sucesso, contudo, se mostram um terreno movediço para o relacionamento deles, plantando as sementes da desconfiança, traição e, finalmente, da destruição.

A direção de Taylor Hackford é competente, mas não surpreendente. Ele tece uma narrativa linear, focando nos personagens e nas relações complexas que se desenvolvem dentro do ambiente único do rancho. A fotografia, por vezes, se destaca, captando a beleza áspera do deserto de Nevada e o brilho decadente da riqueza conquistada de forma… digamos, pouco convencional. O roteiro de Mark Jacobson, porém, é onde o filme tropeça. Há momentos de brilhantismo, diálogos afiados e cenas carregadas de tensão sexual – a dinâmica entre Pesci e Mirren é palpável, incandescente. Mas a narrativa, por vezes, se perde em subplots desnecessários, deixando a trama principal um tanto dispersa.

E falando em Pesci e Mirren… Meu Deus, que atuação! São dois pesos-pesados do cinema, e a tela simplesmente vibra quando eles estão juntos. A química entre eles é explosiva, a capacidade de transmitir emoções complexas – amor, raiva, ressentimento, desejo – sem precisar de grandes demonstrações é simplesmente magistral. Joe Pesci, afastado das telas há algum tempo, volta com força total, entregando um Charlie Bontempo cheio de nuances e contradições. Helen Mirren, como sempre impecável, dá vida a uma Grace que é tão forte quanto vulnerável, tão ambiciosa quanto apaixonada. O restante do elenco, incluindo Sergio Peris-Mencheta e Gina Gershon, oferecem performances sólidas em papéis de apoio.

Atributo Detalhe
Diretor Taylor Hackford
Roteirista Mark Jacobson
Produtores Taylor Hackford, Marty Katz, Lou DiBella
Elenco Principal Helen Mirren, Joe Pesci, Sergio Peris-Mencheta, Gina Gershon, Taryn Manning
Gênero Drama
Ano de Lançamento 2010
Produtoras Capitol Films, Rising Star Productions

A força de Rancho do Amor reside na sua exploração da fragilidade do relacionamento humano frente à pressão da riqueza e do sucesso. O filme não glorifica a vida no bordel; pelo contrário, ele expõe as cicatrizes deixadas pela busca incessante pelo poder e o custo humano de uma vida fora dos padrões. O ambiente do negócio é um personagem em si, um cenário que reflete a moral ambígua dos seus personagens. Porém, o filme vacila na sua tentativa de equilibrar a exploração desse tema com as subtramas que, francamente, poderiam ter sido cortadas sem prejuízo.

A fragilidade da narrativa é o principal ponto fraco. A ambição inicial de explorar a degradação do relacionamento do casal, a influência corruptora da riqueza e o próprio ambiente do bordel se perde em meio a uma trama que, por vezes, parece se perder em si mesma. A falta de foco prejudica o impacto emocional que o filme poderia ter tido.

Em suma, Rancho do Amor é um filme irregular. Apesar de falhas no roteiro e em alguns aspectos da direção, a atuação brilhante de Helen Mirren e Joe Pesci, a fotografia interessante e a exploração do tema central compensam, em parte, as deficiências. Se você é um apreciador de dramas complexos com ótimas performances, pode valer a pena dar uma chance. A disponibilidade em plataformas digitais facilita o acesso e permite uma avaliação pessoal, que, acredito, pode divergir da recepção inicial de 2010. Recomendo, mas com ressalvas. Um filme que poderia ter sido muito maior do que acabou sendo.

Trailer

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