Regras Não Se Aplicam

Regras Não Se Aplicam: Um Romance de Época com o Toque de Warren Beatty

Em 2016, Warren Beatty, um ícone de Hollywood que também é sinônimo de cineasta imprevisível, presenteou-nos com Regras Não Se Aplicam. Oito anos depois, revendo o longa-metragem, a sensação é a de estar diante de uma peça de época complexa, cheia de nuances, que continua a suscitar debates. Situado em Hollywood, em 1958, o filme acompanha a jovem Marla Mabrey, uma devota batista que chega a Los Angeles para trabalhar com o excêntrico bilionário Howard Hughes. Lá, ela encontra Frank, seu motorista, um homem religioso, noivo e metodista convicto. A atração entre Marla e Frank, que coloca à prova suas convicções religiosas, se torna um desafio à principal regra de Hughes, gerando uma trama repleta de comédia, romance e drama. O elenco estelar, com Lily Collins, Alden Ehrenreich e o próprio Beatty como Hughes, é apenas um dos seus atrativos.

Direção, Roteiro e Atuações: Uma Orquestração Singular

Beatty, tanto na direção quanto no roteiro, imprime sua marca inconfundível. O filme respira um ritmo peculiar, quase contemplativo, que nos mergulha na atmosfera de Hollywood daquela época. A fotografia é impecável, evocando a nostalgia da era dourada do cinema, mas sem cair na armadilha da romantização excessiva. O roteiro, embora às vezes se perca em alguns diálogos um tanto longos, é rico em detalhes, pintando um retrato fascinante de um período da história de Hollywood.

As atuações são um ponto alto. A interpretação de Lily Collins como Marla é sutil e convincente, transmitindo a complexidade de uma jovem tentando conciliar sua fé com os desafios da vida em um ambiente tão diferente. Alden Ehrenreich, por sua vez, cria um Frank igualmente complexo, dividido entre o desejo e a obediência às suas crenças. Warren Beatty, como Howard Hughes, é magistral, interpretando o excêntrico bilionário com uma estranha mistura de charme e autoritarismo. A química entre os três protagonistas é o motor da narrativa.

AtributoDetalhe
DiretorWarren Beatty
RoteiristaWarren Beatty
ProdutoresSarah E. Johnson, Christopher Woodrow, Warren Beatty, Brett Ratner, Steve Bing, Molly Conners, Arnon Milchan, Steven Mnuchin
Elenco PrincipalWarren Beatty, Lily Collins, Alden Ehrenreich, Matthew Broderick, Annette Bening
GêneroRomance, Comédia, Drama
Ano de Lançamento2016
ProdutorasTatira, Shangri-La Entertainment, New Regency Pictures, Demarest Films, Considered Entertainment, Robson Orr Entertainment, Fiore Group, Windsor Media, RatPac Entertainment, Worldview Entertainment

Pontos Fortes e Fracos: Um Equilíbrio Delicado

Um dos pontos fortes do filme reside justamente na atmosfera cuidadosamente construída. A Los Angeles de 1958 ganha vida na tela, com seus contrastes e ambivalências. A trilha sonora, discreta mas eficaz, contribui para essa imersão temporal. A escolha do elenco também foi brilhante; cada ator se entrega ao papel de forma convincente, criando personagens memoráveis.

Porém, Regras Não Se Aplicam também apresenta alguns desequilíbrios. O ritmo lento, que funciona em alguns momentos, pode se tornar cansativo para alguns espectadores. Algumas subtramas parecem se arrastar, perdendo o foco na trama principal. A abordagem de Beatty, que se aproxima mais de uma observação antropológica dos personagens do que de um romance tradicional, poderá não agradar a todos.

Temas e Mensagens: Fé, Desejo e a Busca pela Identidade

O filme explora temas complexos como fé, desejo, a busca pela identidade em um contexto social restritivo e a influência do poder. A tensão entre a religiosidade dos protagonistas e as tentações da vida em Hollywood é apresentada com sutileza, mas sem evasão. A moral ambígua das personagens e as complexidades da época são retratadas com riqueza de detalhes. A crítica social sutil, mas presente, sobre a hipocrisia da sociedade da época, adiciona uma camada de profundidade à obra.

Conclusão: Uma Obra de Arte Singular

Regras Não Se Aplicam não é um filme para todos. Seu ritmo lento e sua abordagem contemplativa podem frustrar aqueles que buscam uma narrativa mais direta e rápida. Contudo, para quem aprecia um cinema mais reflexivo e que preza pela riqueza de detalhes e pelas atuações impecáveis, este é um longa-metragem que merece ser visto, revisto e analisado. A singularidade da visão de Warren Beatty, a beleza da fotografia e as atuações memoráveis tornam-no uma experiência cinematográfica única, que, analisando-o hoje em 2025, continua a ressoar na memória. Recomendo-o a todos aqueles que apreciam um cinema com alma, que não se limita a narrativas superficiais e que busca provocar reflexões sobre a natureza humana. Sua disponibilidade em plataformas digitais facilita o acesso para uma nova geração de espectadores que poderão encontrar nele um retrato fascinante de uma época passada.

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