Replicante: Um Clássico Cult Que Merece Uma Nova Olhada em 2025
Há 24 anos, em 11 de maio de 2001, chegava aos cinemas brasileiros um filme que, para muitos, passou despercebido no turbilhão de lançamentos da época: Replicante. Este longa-metragem de ação e ficção científica, dirigido por Ringo Lam (林嶺東), é uma daquelas pérolas ocultas que, com o passar dos anos, assume uma aura quase mítica entre os fãs de cinema B – e que, para minha surpresa, ainda consegue me impressionar em 2025.
O filme acompanha o policial Jake (Michael Rooker) na sua caçada implacável a Garrote (Jean-Claude Van Damme), um assassino brutal que comete crimes hediondos em Seattle. A trama se complica quando Jake se envolve num projeto secreto: a criação de um replicante, Número Um (também Jean-Claude Van Damme), baseado no DNA do próprio Garrote. A ideia? Usar o replicante, que apesar do corpo adulto, possui a mente de uma criança, para capturar o assassino. A partir daí, acompanhamos o desenvolvimento peculiar dessa relação, com Jake atuando como uma figura paterna para o replicante enquanto se aproxima cada vez mais da captura de Garrote. A premissa, apesar de simples, permite momentos de tensão palpável e reviravoltas que mantém o espectador na ponta da cadeira.
A direção de Ringo Lam, conhecido por seu trabalho em filmes de ação de Hong Kong, imprime um ritmo frenético e visualmente impactante à narrativa. As cenas de ação são coreografadas com maestria, e embora datadas pelos padrões atuais, ainda conseguem ser eficazes em sua brutalidade crua. O roteiro, entretanto, é onde o filme demonstra alguns de seus pontos mais fracos. Há momentos de inconsistência na construção da narrativa e alguns diálogos que poderiam ser mais bem desenvolvidos.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | 林嶺東 |
| Produtores | John Thompson, Richard G. Murphy, David Dadon, Danny Lerner, Tani Cohen |
| Elenco Principal | Jean-Claude Van Damme, Michael Rooker, Ian Robison, Catherine Dent, Paul McGillion |
| Gênero | Ação, Ficção científica, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2001 |
| Produtoras | Artisan Entertainment, 777 Films Corporation, Millennium Media |
Mas o grande trunfo de Replicante é, sem dúvida, a atuação dupla de Jean-Claude Van Damme. Sua interpretação como Garrote, o assassino frio e calculista, é convincente em sua psicopatia, contrapondo-se perfeitamente à inocência quase infantil do Número Um. A capacidade de Van Damme em transitar entre essas duas personalidades distintas, com nuances sutis em sua atuação, é realmente notável. Michael Rooker, como sempre, entrega uma performance sólida e carismática, adicionando profundidade ao personagem de Jake.
Um dos pontos fracos é, sem dúvida, a previsibilidade de alguns momentos na trama. A jornada de transformação do replicante, embora interessante, acaba sendo um tanto linear, e alguns desfechos são fáceis de antecipar. Porém, isso é compensado pela violência visceral e pelos momentos impactantes que Lam consegue extrair da premissa. O filme explora temas como a natureza versus criação, a capacidade de redenção e as consequências dos atos violentos, ainda que de forma superficial em alguns pontos.
Considerando o contexto de seu lançamento e a recepção relativamente discreta na época (pelo menos comparado ao sucesso que Van Damme alcançou em outros filmes), Replicante emerge como uma obra interessante para aqueles que apreciam filmes de ação com toques de ficção científica, especialmente os fãs do cinema de ação mais visceral e cru. Ele não é um filme perfeito, mas possui uma personalidade única, com sequências de ação memoráveis, atuações convincentes e uma atmosfera de suspense que o elevam acima da média de filmes do gênero. Recomendo sua busca em plataformas digitais. A experiência pode não ser perfeita, mas será, sem dúvida, inesquecível. Afinal, quantas vezes vemos um ator protagonizar um filme interpretando um assassino e seu clone? Replicante, em 2025, continua a ser uma opção curiosa e eficaz para uma sessão de cinema cult.
