Rip in Time: Um conto de fadas moderno que quebra – e acerta – o alvo
Confesso, quando vi a sinopse de Rip in Time, lançado em 2022, suspirei. Mais um filme de romance da Hallmark? Um homem do passado que encontra uma mulher moderna? A fórmula parecia batida, previsível, quase insultante em sua simplicidade. Mas, três anos depois, sentado aqui em 16 de setembro de 2025, devo admitir que me surpreendi. Rip in Time não é uma obra-prima cinematográfica, longe disso, mas possui um charme peculiar que o eleva acima da média do gênero.
A história, sem grandes revelações, acompanha Sarah Majors, uma agricultora orgânica, que se depara com Rip Van Winkle Jr., um homem que alega ter vindo de 1787. A partir daí, uma série de eventos envolvendo sentimentos inesperados e situações hilárias coloca em cheque a sanidade de Sarah e, por que não dizer, a nossa também. O filme equilibra com maestria a linha tênue entre o romance e o fantástico, sem se perder em complexidades desnecessárias.
A direção de Jessica Harmon é competente, sem ser excepcional. A câmera se concentra nos rostos dos personagens, permitindo que as emoções fluam naturalmente. Nada de grandes planos sequências ou inovações visuais; a narrativa se apoia em um ritmo pausado e uma estética acolhedora, que casa perfeitamente com o clima bucólico do filme. O roteiro de C. Jay Cox, por sua vez, é o grande trunfo e a grande decepção da produção. Em certos momentos, a escrita é deliciosa, pontuada por diálogos espirituosos e situações genuinamente engraçadas. Em outros, o enredo parece se arrastar, cometendo o pecado capital da previsibilidade. A narrativa se apoia demais nos clichês do gênero, e isso se torna cansativo em alguns pontos.
Atributo | Detalhe |
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Diretora | Jessica Harmon |
Roteirista | C. Jay Cox |
Produtor | Charles Cooper |
Elenco Principal | Torrey DeVitto, Niall Matter, Casey Manderson, Eric Keenleyside, Greg Rogers |
Gênero | Cinema TV, Drama, Fantasia, Romance |
Ano de Lançamento | 2022 |
Produtoras | Front Street Pictures, Hallmark Media, Magic Valley Productions |
O elenco, porém, resgata a produção. Torrey DeVitto, como Sarah, é encantadora, transmitindo com naturalidade a confusão e a crescente paixão da protagonista. Niall Matter, como Rip, consegue equilibrar o charme antiquado com a modernidade necessária para o papel. O resto do elenco cumpre o seu papel com eficácia, sem roubar a cena dos protagonistas.
O grande mérito de Rip in Time reside nos seus temas. Além do romance, o filme aborda sutilmente questões sobre a preservação ambiental, a importância da família e a beleza de se encontrar em momentos inesperados. Não é uma obra que se aprofunda nessas temáticas, mas as coloca em cena com uma delicadeza que não agride o espectador.
Mas é aqui que chega a minha crítica mais contundente. Rip in Time é um filme previsível, e, em certos momentos, repetitivo. A resolução de alguns conflitos é simplista demais, o que torna o final um tanto apressado e sem muita emoção. A falta de originalidade se manifesta em diversos aspectos da produção, de escolhas narrativas a elementos de cenário.
Em resumo, Rip in Time é um filme da Hallmark que surpreende pela sua simplicidade e encanto. Não espere uma obra cinematográfica memorável, mas sim uma história leve e agradável para uma tarde de domingo. Recomendado para os fãs de romances de época com um toque de fantasia e para aqueles que apreciam uma boa história de amor sem grandes pretensões. É uma escapadinha divertida, perfeita para ser apreciada na comodidade do streaming. Não se arrependerá, mas também não ficará assombrado pela sua memória.