Roofman: Uma Comédia Negra que Cai do Telhado (ou Não?)
Preparem-se, cinéfilos! O aguardado Roofman, dirigido pelo mestre do drama Derek Cianfrance (Blue Valentine, O Lugar Onde Tudo Termina), finalmente chega aos cinemas brasileiros em 04 de dezembro de 2025. E acreditem, a experiência é tão imprevisível quanto a fuga de um prisioneiro de uma loja de brinquedos.
O filme acompanha Jeffrey Manchester (Channing Tatum, sempre impecável), um ex-presidiário que encontra refúgio – ou melhor, um novo esconderijo – no improvável local de uma loja de brinquedos. A partir daí, ele se envolve em uma trama complexa que mistura crime, drama e uma pitada de comédia negra que, francamente, me deixou dividido. Sua jornada o cruza com Leigh Wainscott (Kirsten Dunst, radiante como sempre), uma dona da loja com segredos próprios, e um elenco de apoio intrigante, incluindo LaKeith Stanfield, Juno Temple e Peter Dinklage em papéis que, pelo menos até agora, são mantidos sob sigilo. Mas adianto: as atuações são o ponto alto do longa.
Cianfrance, conhecido por seu estilo visualmente impactante e sua capacidade de extrair performances poderosas de seus atores, mais uma vez nos entrega uma obra rica em nuances. A fotografia é deslumbrante, usando a paleta de cores quase pastel da loja de brinquedos para criar um contraste perturbador com a escuridão latente na história. A direção é impecável, construindo a tensão lentamente, com um ritmo que ora é frenético, ora é quase glacial. Mas é no roteiro, co-escrito por Cianfrance e Kirt Gunn, que residem os principais pontos fracos e fortes de Roofman.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Derek Cianfrance |
Roteiristas | Derek Cianfrance, Kirt Gunn |
Produtores | Dylan Sellers, Jamie Patricof, Lynette Howell Taylor, Alex Orlovsky, Duncan Montgomery |
Elenco Principal | Channing Tatum, Kirsten Dunst, LaKeith Stanfield, Juno Temple, Peter Dinklage |
Gênero | Crime, Drama, Comédia |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Limelight, High Frequency Entertainment, 51 Entertainment, Miramax |
A trama, embora inicialmente intrigante, se torna um tanto tortuosa em seus momentos finais. Há uma abundância de subplots que, em minha opinião, poderiam ter sido melhor condensados, ou até mesmo cortados. O humor negro, ponto forte no primeiro ato, se torna irregular, vacilando entre momentos brilhantes e outros completamente deslocados. A sensação final é de que Cianfrance e Gunn tentavam abraçar muitas ideias sem conseguir dominá-las completamente.
Entretanto, e aqui reside a minha maior surpresa, a fragilidade do roteiro é compensada pela força bruta das interpretações. Tatum entrega uma performance madura e inesperadamente sutil, mostrando uma profundidade que raramente vemos em seus papéis. Dunst, como sempre, é uma força da natureza, dando vida a uma personagem complexa e enigmática. O restante do elenco contribui para uma sinergia que eleva a produção além de suas falhas estruturais.
Roofman explora temas relevantes como a busca pela redenção, a natureza da liberdade, e as consequências das escolhas passadas. A exploração do ‘true crime’ como pano de fundo é interessante, mas poderia ter sido mais explorada. Não me entendam mal: o filme não é um desastre, longe disso. Mas é um filme que te deixa pensando: ele poderia ter sido algo ainda maior.
Em suma, Roofman é uma experiência cinematográfica ambiciosa, com uma direção e atuações que superam, em parte, as falhas do roteiro. É uma comédia negra que, assim como seu protagonista, luta para encontrar um equilíbrio, mas que vale a pena ser vista, principalmente por quem aprecia o cinema independente e personagens complexos. Recomendo com ressalvas, principalmente para aqueles que apreciam o estilo de direção de Cianfrance e atores como Tatum e Dunst. A expectativa criada pela junção deste elenco e diretor pesou mais que a entrega final, mas é um filme que, com certeza, gerará debates e diferentes interpretações. Já estou ansioso para ver as reações do público e a recepção da crítica em 04 de dezembro de 2025.