Ah, Ruri Rocks. Sabe, de vez em quando a gente se depara com uma série que, na superfície, parece apenas mais uma fatia de vida leve e despretensiosa, mas que, ao virar a primeira esquina, revela uma profundidade inesperada. E foi exatamente isso que senti quando me peguei mergulhando nesse universo animado, que chegou aos nossos ecrãs um pouco antes no ano, lá em 2025.
Pra ser bem sincero com você, eu, que vivo nesse mar de lançamentos diários, sempre busco algo que me tire da mesmice, algo que me faça olhar para o mundo de um jeito diferente. E a premissa de Ruri Rocks – uma garota do ensino médio fascinada por joias que descobre o mundo bruto e complexo da mineralogia – me fisgou instantaneamente. Não é todo dia que vemos uma série abraçar um hobby tão específico e transformá-lo em uma jornada de autodescoberta e amizade.
A história nos apresenta Ruri Tanigawa, interpretada com uma energia contagiante pela voz de Miyari Nemoto. Ruri é a típica adolescente que sonha com o brilho das pedras lapidadas, com o glamour de um anel ou colar. Mas, como a vida adora nos surpreender, seu caminho se cruza com o de Nagi Arato, uma estudante de pós-graduação em mineralogia, a quem Asami Seto empresta sua voz com uma serenidade que acalma a alma. E aqui, meu caro leitor, reside o coração pulsante da série. Nagi não é apenas uma professora; ela é uma porta-voz para um universo que Ruri nem sabia que existia.
Imagine a cena: Ruri, acostumada com o polido e o perfeito, é apresentada a rochas irregulares, minerais brutos, geodos que guardam segredos cristalinos em seu interior. Aquele momento em que ela segura pela primeira vez um quartzo leitoso e sente a textura, o peso, a história geológica ali presente… é quase palpável. A animação do Studio Bind, que já nos acostumou com um padrão de excelência visual, consegue mostrar essa epifania. Não é a série dizendo que Ruri está maravilhada; é a gente vendo o brilho em seus olhos (e na tela) enquanto ela examina cada nova descoberta, como se cada pedra fosse um pequeno pedaço do cosmos esperando para ser decifrado.
Atributo | Detalhe |
---|---|
Produtores | 藤本紀子, 石脇剛, 長嶺利江子, 大和田智之, 西前朱加, 綾野佳菜子, 三浦史, 中村暢, 畠山拓郎 |
Elenco Principal | Miyari Nemoto, Asami Seto |
Gênero | Animação, Comédia |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Studio Bind, EGG FIRM, Aniplex, KADOKAWA, Tokyo MX, BS11, AT-X, FuRyu, movic, Bit grooove promotion |
E o que dizer da dinâmica entre Ruri e Nagi? É um balé perfeito entre a curiosidade exuberante da juventude e a sabedoria tranquila da experiência. Nagi não impõe; ela convida. Ela guia Ruri por museus de história natural, por campos empoeirados (metaforicamente, talvez, ou quem sabe, literalmente em algum episódio futuro), ensinando-a a “ler” as rochas, a entender a formação dos cristais, a apreciar a beleza inerente antes da lapidação. É fascinante ver como a comédia surge naturalmente dessas interações – seja na perplexidade inicial de Ruri diante de um conceito complexo, ou na forma como Nagi, com um sorriso quase imperceptível, corrige um mal-entendido da aluna. Asami Seto dá a Nagi uma voz que transmite não só conhecimento, mas uma paciência quase infinita, um ar de quem já viu milênios de história em cada seixo.
A equipe de produção, com uma lista de nomes que vai de 藤本紀子 a 畠山拓郎, e estúdios como EGG FIRM e Aniplex ao lado do Studio Bind, parece ter entendido perfeitamente a alma do projeto. Não é apenas sobre mineralogia; é sobre a paixão que nos move, a redescoberta de que a beleza pode ser encontrada nos lugares mais improváveis, na forma mais imperfeita e natural. É sobre a alegria de aprender, de se deixar levar por uma nova obsessão, de encontrar um mentor que acende uma faísca dentro de você.
Ruri Rocks, para mim, é mais do que uma série de animação. É um lembrete sutil de que todos nós temos um “mineral bruto” dentro de nós, um interesse latente que só precisa de um Nagi Arato para ser descoberto e, quem sabe, transformado em algo belíssimo. É a prova de que mesmo um tema tão específico pode florescer em uma narrativa universal, capaz de ressoar com quem quer que já tenha sentido a emoção de uma nova descoberta. Se você busca algo leve, engraçado e com um coração enorme, que tal dar uma chance para Ruri e suas pedras? Prometo que o brilho que você vai encontrar não vem apenas das joias. Vem da jornada.