Sexta-Feira 13

Sexta-Feira 13: Um Clássico do Terror que Envelheceu… Bem, de Forma Interessante

Quarenta e cinco anos se passaram desde que o Acampamento Crystal Lake abriu suas portas – ou melhor, tentou reabrir suas portas – para um massacre inesquecível em 1980. Revisitando Sexta-Feira 13 em 2025, me pego refletindo sobre a longevidade deste filme, um slasher que, apesar de suas imperfeições evidentes, deixou uma marca indelével na cultura popular. A trama gira em torno da tentativa de reabrir um acampamento de verão em Nova Jersey, cujos monitores adolescentes – cheios de energia, hormônios e inocência – se tornam presas de um assassino implacável. Sem revelar muito, digamos que a diversão no lago não é exatamente o que esperavam.

A direção de Sean S. Cunningham, embora simples, é eficaz na construção de uma atmosfera opressiva. Ele utiliza a beleza natural da floresta e do lago como cenário para um jogo de gato e rato mortal, criando um clima de suspense que funciona surpreendentemente bem, mesmo considerando os efeitos especiais rudimentares da época. O roteiro de Victor Miller, embora previsível para os padrões atuais, é eficiente em sua brutalidade crua e na construção de um vilão enigmático e aterrorizante, mesmo antes de sua revelação. A trilha sonora, minimalista mas eficaz, contribui para a tensão crescente.

As atuações são, digamos, uma salada de acertos e erros. Adrienne King, como Alice, a “final girl”, carrega um peso considerável e entrega uma performance competente, mostrando uma vulnerabilidade que a torna crível como última sobrevivente. Betsy Palmer, como a perturbada Mrs. Voorhees, rouba a cena com uma atuação icônica, transmitindo com maestria a dor, a raiva e a sede de vingança de sua personagem. Já o restante do elenco, formado em sua maioria por jovens atores, oscila entre a atuação mediana e um tom caricatural – mas, pensando bem, isso até contribui para o charme “cult” do longa.

AtributoDetalhe
DiretorSean S. Cunningham
RoteiristaVictor Miller
ProdutorSean S. Cunningham
Elenco PrincipalAdrienne King, Betsy Palmer, Kevin Bacon, Jeannine Taylor, Harry Crosby
GêneroTerror
Ano de Lançamento1980
ProdutorasSean S. Cunningham Films, Georgetown Productions Inc.

Pontos Fortes e Fracos: Uma Análise Implacável

Sexta-Feira 13 não é um filme perfeito, longe disso. A trama é bastante previsível, e algumas cenas são claramente preguiçosas, como os assassinatos um tanto desprovidos de criatividade. No entanto, é justamente essa simplicidade brutal que o torna tão eficaz. A ausência de pretensões artísticas, a concentração na carnificina e no suspense puro e simples, é parte do seu charme peculiar. A eficiência do terror visceral, a construção da tensão, a trilha sonora marcante e a atuação de Palmer compõem um todo que consegue superar, em parte, suas falhas.

A falta de sutileza, que hoje seria vista como um ponto negativo, pode ser considerada uma virtude no contexto de sua época. Sexta-Feira 13, lançado em 1980, não se esforçava por ser um filme de arte e sim um filme de terror que entregava o que prometia: sustos, sangue e um vilão inesquecível. É aqui que reside a grande ironia e o segredo do sucesso do filme.

Temas e Mensagens: Mais que um Massacre

Embora a violência seja o centro da narrativa, Sexta-Feira 13 também aborda temas como a dor, a perda, a vingança e a fragilidade da vida. A motivação da Mrs. Voorhees é poderosamente trágica e, embora não seja romantizada, confere uma complexidade inesperada ao vilão que, de certa forma, justifica a série de assassinatos. A exploração desses temas, ainda que de forma superficial, contribuiu para a popularidade do filme. A escolha de adolescentes como vítimas, enquanto um reflexo de um certo moralismo puritano da época, nos remete também a uma visão crítica da inocência perdida e da juventude abruptamente interrompida.

Conclusão: Um Legado Sangrento

Embora alguns considerem Sexta-Feira 13 um filme datado e previsível – e eu devo concordar em alguns pontos – não podemos negar sua influência no gênero slasher. O filme estabeleceu vários tropos que são utilizados até os dias de hoje, e sua popularidade, além de gerar uma franquia extensa, solidificou sua posição como um clássico do terror. Ele não é um filme para todos os paladares, e certamente não é uma obra-prima cinematográfica. Mas, por suas virtudes e defeitos, Sexta-Feira 13 é uma experiência singular que vale a pena ser revisitada – principalmente para aqueles que apreciam o terror de forma pura e descomprometida. Eu recomendo sua visualização, especialmente em plataformas de streaming, para aqueles que curtem filmes cult e não se assustam com um pouco (ou muito) de sangue.

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