Skyline: A Invasão – Um Ataque Alienígena que Deixa a Marca (Mas Nem Sempre da Melhor Maneira)
Quinze anos se passaram desde que o longa-metragem Skyline: A Invasão aterrissou nos cinemas, em 19 de novembro de 2010. Lembro-me bem do burburinho em torno dele, a promessa de um filme de invasão alienígena com um toque moderno, uma estética visual impactante. E, sim, em partes, Skyline entregou. Mas, olhando para trás, a experiência é mais complexa do que um simples “bom” ou “ruim”. É um filme que vive em um estranho limbo entre a obra que tenta ser e a que realmente se torna.
A trama gira em torno de Jarrod e Elaine, um casal que viaja para Los Angeles para visitar amigos. O que se inicia como um fim de semana tranquilo vira um pesadelo quando uma invasão alienígena de proporções apocalípticas se inicia. Seres gigantescos, com uma tecnologia aterrorizante, começam a sugar a humanidade, deixando para trás apenas cascas vazias e cérebros expostos. No meio do caos, Jarrod, Elaine, e seus amigos precisam lutar pela sobrevivência. Uma premissa clássica, certo? E é aí que reside a dualidade do filme.
A direção dos irmãos Strause, conhecidos por seus efeitos visuais em outras produções, é onde Skyline mais brilha. As imagens da invasão, com seus raios azuis penetrantes e as criaturas colossais, são visualmente impactantes. A utilização da perspectiva dos personagens, muitas vezes presos em prédios, cria uma sensação de claustrofobia e terror que funciona muito bem. O design das naves alienígenas e dos próprios seres é memorável, lembrando uma estética quase orgânica e simultaneamente tecnológica que te deixa grudado na tela. Porém, o roteiro de Liam O”Donnell e Joshua Cordes é onde o filme patina. A narrativa se apoia muito em imagens impactantes, em detrimento do desenvolvimento dos personagens e de uma trama mais robusta. As motivações dos alienígenas permanecem obscuras, e o enredo se torna, em momentos, previsível e até mesmo redundante.
Atributo | Detalhe |
---|---|
Diretores | Greg Strause, Colin Strause |
Roteiristas | Liam O'Donnell, Joshua Cordes |
Produtores | Kristian James Andresen, Greg Strause, Colin Strause, Liam O'Donnell, Paul Barry |
Elenco Principal | Eric Balfour, Scottie Thompson, David Zayas, Donald Faison, Brittany Daniel |
Gênero | Ficção científica, Ação, Thriller |
Ano de Lançamento | 2010 |
Produtoras | RAT Entertainment, Rogue Pictures, Hydraulx, Transmission Pictures, Relativity Media, Universal Pictures, IM Global, Trimuse Entertainment Inc. |
As atuações, na maioria, são sólidas. Eric Balfour e Scottie Thompson mostram uma boa química como casal, transmitindo o terror e a fragilidade da situação. David Zayas e Donald Faison contribuem com performances competentes, ainda que suas personagens sejam um pouco estereotipadas. No entanto, nenhum ator se destaca de forma extraordinária; todos contribuem para o conjunto, sem grandes momentos de brilho individual.
A crítica à época do lançamento foi, em grande parte, negativa, e acredito que essas críticas refletem, em muitos pontos, a minha própria avaliação. Skyline sofre do que muitos consideram o “pecado capital do entretenimento”: o tédio. Há momentos de suspense genuíno, sem dúvida, mas eles são interrompidos por longas sequências de pouca ação e diálogo superficial. A falta de profundidade nos personagens e no enredo compromete o impacto emocional, apesar da eficiência dos efeitos visuais. A promessa de um suspense tenso e cheio de ação é parcialmente cumprida, mas sem a profundidade narrativa que poderia elevá-lo a algo memorável.
O filme explora alguns temas interessantes, como a fragilidade da vida humana diante de uma força superior e a importância dos laços afetivos em meio ao caos. Entretanto, esses temas não são aprofundados adequadamente, ficando na superfície. O final, em particular, deixou a desejar; embora tenha uma cena pós-créditos que tenta deixar um gancho para continuações, ele se sente apressado e desnecessário.
Em resumo, Skyline: A Invasão é um filme que se apresenta como uma experiência de ficção científica explosiva, mas que se contenta em ser apenas visualmente impressionante. A direção e os efeitos visuais são indiscutivelmente seus maiores trunfos, mas o roteiro fraco e a falta de profundidade narrativa prejudicam consideravelmente a experiência. Recomendo Skyline: A Invasão apenas para aqueles que apreciam o gênero e não se importam com a falta de profundidade narrativa, buscando principalmente efeitos visuais impactantes. Caso contrário, há inúmeras outras opções de filmes de invasão alienígena que oferecem uma experiência mais completa e recompensadora. A nota? 6/10. Um filme que poderia ter sido muito mais, mas que ainda consegue deixar uma marca, mesmo que levemente desfocada.