Skyline: Além do Horizonte – Uma Sequela que Deixa a Marca (Mas Não Sem Cicatrizes)
Oito anos se passaram desde que assisti a Skyline: Além do Horizonte (lançado no Brasil em 14/03/2018), e a memória daquela experiência permanece vívida. Não como um clássico instantâneo, mas como um exemplar curioso e fascinante do subgênero sci-fi de invasão alienígena, um filme que tenta elevar a barra em relação ao seu antecessor, com resultados mistos, mas certamente memoráveis. A premissa é simples, porém eficaz: um policial de Los Angeles, Mark (Frank Grillo), suspenso de suas funções, precisa lutar pela sobrevivência de seu filho quando uma nova onda de invasão alienígena atinge a cidade, levando consigo a população – incluindo o próprio garoto.
Ação, Artes Marciais e Paisagens Urbanas Devastadas
Liam O’Donnell, que também assina o roteiro, opta por uma abordagem mais visceral do que o primeiro Skyline. Há um claro esforço para imprimir uma identidade própria, fugindo da atmosfera claustrofóbica do original. A direção é eficiente, entregando cenas de ação frenéticas e bem coreografadas, principalmente as sequências envolvendo as artes marciais, graças à participação impecável de Iko Uwais e Yayan Ruhian, astros do gênero. A combinação de ação bruta com os efeitos especiais, que apesar de não serem de última geração (para os padrões de 2025), ainda são capazes de transmitir uma sensação de grandiosidade à escala da invasão alienígena. A destruição da cidade, vista através dos olhos de um pai em desespero, é um trunfo visual considerável.
As atuações são o ponto alto. Frank Grillo, com sua aura de herói cansado e desiludido, carrega o peso emocional do filme nas costas, entregando uma performance convincente e visceral. Bojana Novaković como Audrey, a cientista que se junta à luta, também se destaca, oferecendo uma contraparte forte e inteligente ao personagem de Grillo. O restante do elenco contribui para criar uma dinâmica tensa e crível, mesmo com a presença de elementos fantasiosos.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Liam O'Donnell |
| Roteirista | Liam O'Donnell |
| Produtores | Matthew E. Chausse, Colin Strause, Greg Strause |
| Elenco Principal | Frank Grillo, Bojana Novaković, Iko Uwais, Yayan Ruhian, Callan Mulvey |
| Gênero | Ação, Ficção científica, Aventura |
| Ano de Lançamento | 2017 |
| Produtoras | XYZ Films, Head Gear Films, Infinite Studios, Infinite Frameworks, Metrol Technology, North Hollywood Films, Beyond The Mothership, Hongmaisui International Culture (Beijing) Co., Media Rights Entertainment, Hydraulix Entertainment, M45 Productions, Media Asia Films, Ingenious Media, Trimuse Entertainment Inc., Red Sea Media, Sisung Film Finance |
Pontos Fortes e Fracos: Uma Equação Delicada
O filme acerta ao focar na relação pai-filho e nas consequências da invasão em escala humana. A trama se concentra na busca desesperada de Mark para resgatar seu filho, criando um laço emocional com o espectador. O desenvolvimento de outros personagens, apesar de rápido, consegue ser eficaz o suficiente para construir uma dinâmica de equipe coerente. A integração das artes marciais – que vão além de mera exibição de força – é um dos grandes acertos, adicionando uma camada de realismo e brutalidade às lutas.
Porém, o roteiro tropeça em alguns momentos. A explicação sobre as motivações e tecnologias alienígenas não é das mais aprofundadas, optando por um enfoque mais pragmático na ação do que na construção de uma mitologia complexa. Algumas escolhas narrativas parecem apressadas e convencionais, o que compromete ligeiramente a imersão. Apesar dos esforços para se diferenciar do primeiro filme, alguns elementos se repetem, o que prejudica um pouco a sensação de originalidade.
Temas, Mensagens e Legado
Skyline: Além do Horizonte explora temas de sobrevivência, sacrifício pessoal e a luta contra forças avassaladoras. A paranoia que permeia as relações humanas durante a invasão e a resiliência daqueles que se unem para resistir são temas recorrentes, ressoando com o público em um nível mais profundo. A relação entre pai e filho, afetada pelo trauma da invasão, é o cerne do filme, transmitindo uma mensagem sobre amor, determinação e a vontade de proteger aqueles que amamos.
Conclusão: Uma Experiência Satisfatória, Embora Imperfeita
Ao final da projeção, em 2018, a sensação que prevaleceu foi a de uma experiência satisfatória, mas não perfeita. Skyline: Além do Horizonte não se destaca como uma obra-prima de ficção científica, mas certamente entrega uma sequência mais consistente e emocionante que o original, se beneficiando de um elenco talentoso e de sequências de ação bem executadas. Recomendo o filme para fãs do gênero que buscam uma experiência de ação frenética e emotiva, sem se preocupar muito com a profundidade da trama. Aquele que procura um filme impecável, livre de falhas, talvez encontre outras opções mais adequadas em seu catálogo de streaming. Mas para quem aprecia uma boa dose de ação e um drama familiar envolvente, Skyline: Além do Horizonte vale o tempo (e talvez uma segunda visita, oito anos depois).
