Soldado Universal: Regeneração – Uma Bomba-Relógio de Ação que Explode (ou Não)
Quinze anos se passaram desde 2009, ano em que “Soldado Universal: Regeneração” chegou às telas, e a franquia, que já nos brindou com momentos memoráveis de ação frenética e músculos hipertrofiados, continua a gerar debates apaixonados entre os fãs. Este terceiro capítulo, dirigido por John Hyams, traz de volta o lendário Luc Deveraux (Jean-Claude Van Damme) em uma missão contra o relógio: desarmar uma série de bombas que ameaçam espalhar nuvens radioativas pela atmosfera, enquanto enfrenta seu antigo e implacável inimigo, o sargento Andrew Scott (Dolph Lundgren). A sinopse, em si, já promete adrenalina pura, mas será que a promessa é cumprida?
A direção de Hyams é competente, entregando cenas de ação bem coreografadas, com o peso físico característico do gênero. No entanto, falta a esse filme o frescor e a criatividade de seus antecessores. As lutas, apesar de bem executadas por Van Damme e Lundgren – que demonstram uma química incrível e uma evidente experiência com os anos de cinema de ação –, parecem um pouco repetitivas, caindo em certos momentos na previsibilidade. O roteiro de Victor Ostrovsky, por sua vez, peca pela simplicidade excessiva. A trama, apesar da ameaça global que apresenta, se resume a um confronto direto entre os dois protagonistas, sem grandes sub-plots ou desenvolvimentos de personagens mais profundos. O que poderia ter sido uma exploração complexa das implicações éticas de soldados geneticamente modificados se reduz a uma batalha muscular. Andrei Arlovski, como NGU, e os demais atores secundários, cumprem seus papeis, mas ficam, infelizmente, ofuscados pelos astros principais.
Um dos pontos fortes do filme é, sem dúvida, o embate entre Van Damme e Lundgren. A rivalidade entre os dois atores transparece na tela, criando uma dinâmica palpável e explosiva. É uma batalha de titãs que, por mais previsível que seja, mantém a atenção do público grata por cada soco, chute e explosão. Por outro lado, o filme falha em explorar a fundo o conceito de regeneração e as implicações de uma tecnologia que cria super-soldados. A promessa de um thriller psicológico, presente no subtexto da trama, é perdida na avalanche de cenas de ação, que, embora eficientes, não compensam a falta de profundidade temática.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | John Hyams |
| Roteirista | Victor Ostrovsky |
| Produtores | Craig Baumgarten, Moshe Diamant, Peter Hyams |
| Elenco Principal | Jean-Claude Van Damme, Dolph Lundgren, Andrei Arlovski, Mike Pyle, Corey Johnson |
| Gênero | Aventura, Ação, Ficção científica, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2009 |
| Produtoras | Foresight Unlimited, Signature Entertainment, Baumgarten Management and Productions (BMP), Unisol 3 Distribution |
O filme tenta abordar temas como terrorismo e a ameaça de armas de destruição em massa, mas o faz de forma superficial. A mensagem, se é que existe uma, fica diluída entre as explosões e os golpes. A falta de uma construção mais consistente dos personagens secundários contribui para esse efeito, tornando a ameaça global menos impactante do que poderia ter sido. Em termos de legado, “Soldado Universal: Regeneração” não inovou, nem revolucionou a franquia, mas também não a destruiu. Ele existe como uma peça medianamente satisfatória dentro do universo já estabelecido, aprazível para os entusiastas do gênero de ação, mas provavelmente sem a força para conquistar novos admiradores.
Em resumo, “Soldado Universal: Regeneração” é um filme de ação que cumpre o seu propósito básico, entretendo com suas cenas de ação explosivas e a rivalidade eterna entre Van Damme e Lundgren. No entanto, a falta de profundidade narrativa e a previsibilidade da trama impedem que ele se torne algo memorável. Recomendado para fãs da dupla e do gênero, mas com expectativas moderadas. Se você busca um filme de ação com um roteiro robusto e personagens complexos, talvez seja melhor buscar outras opções nas plataformas digitais. Se, porém, o que você procura é diversão descomprometida e muita pancadaria, “Soldado Universal: Regeneração” pode te entreter por uma noite. Afinal, às vezes, uma explosão bem-feita e um bom chute compensam a ausência de profundidade.




