Um Homem de Sorte

Quando o Destino Bate à Porta: Uma Releitura de Um Homem de Sorte

É 17 de setembro de 2025, e o mundo do cinema já viu incontáveis histórias de amor, guerra e a busca por um propósito. Mas há um filme, lançado lá em 2012, que ainda ressoa de uma forma peculiar em minha memória afetiva e crítica: Um Homem de Sorte (The Lucky One). Adaptado de um romance de Nicholas Sparks – um nome que, por si só, já evoca um gênero de drama romântico agridoce e visualmente deslumbrante –, este longa-metragem dirigido por Scott Hicks me cativou de uma maneira que eu não esperava.

Lembro-me bem da expectativa na época, afinal, Zac Efron, o ídolo teen, estava se aventurando em um papel mais maduro, tentando se desvencilhar da imagem de Troy Bolton. E devo dizer, ele conseguiu, ao menos para este crítico.

A Saga de Logan Thibault: Entre a Guerra e o Destino

A premissa de Um Homem de Sorte é simples, quase poética: Logan Thibault (Zac Efron), um sargento da Marinha dos EUA, retorna para casa após seu terceiro turno de serviço no Iraque. Ele carrega consigo não apenas as cicatrizes da guerra, mas também um amuleto inusitado: a fotografia de uma mulher desconhecida que ele encontrou e que, misteriosamente, pareceu salvá-lo de situações de vida ou morte, incluindo a explosão de uma bomba que vitimou seus companheiros. Convencido de que essa imagem é sua boa sorte e, mais importante, que a mulher retratada é a chave para a paz em sua alma traumatizada, Logan embarca em uma jornada a pé pela Carolina do Norte para encontrá-la.

Sua busca o leva a Beth Clayton (Taylor Schilling), uma mãe solteira que gerencia um canil familiar com a ajuda de sua avó, Nana (Blythe Danner), e seu filho, Ben (Riley Thomas Stewart). O encontro é, como era de se esperar em um romance Sparks, carregado de uma tensão inicial e desconfiança, especialmente por parte de Beth e de seu ex-marido ciumento, Keith Clayton (Jay R. Ferguson), o xerife local. Logan acaba conseguindo um emprego no canil e, gradualmente, se insere na vida dessa família, onde o `husband wife relationship` anterior de Beth ainda projeta uma sombra, complicando qualquer novo romance.

Atributo Detalhe
Diretor Scott Hicks
Roteirista Will Fetters
Produtores Kevin McCormick, Denise Di Novi
Elenco Principal Zac Efron, Taylor Schilling, Blythe Danner, Jay R. Ferguson, Riley Thomas Stewart
Gênero Drama, Romance
Ano de Lançamento 2012
Produtoras Di Novi Pictures, Langley Park Production, Village Roadshow Pictures, Warner Bros. Pictures

A Direção Sensível de Scott Hicks e o Roteiro de Will Fetters

Scott Hicks, o diretor, já tinha um histórico de filmes que exploram a complexidade emocional, como “Shine” e “Neve sobre os Cedros”. Aqui, ele empresta uma elegância visual e uma sensibilidade palpável à história. A fotografia é deslumbrante, capturando a beleza rústica da Carolina do Norte, que se torna quase um personagem à parte. Há uma quietude na forma como Hicks filma, permitindo que as emoções se manifestem em olhares e gestos sutis, ao invés de grandes arroubos dramáticos. Ele lida com o trauma de guerra de Logan com respeito, evitando o melodrama excessivo e focando na jornada de cura do personagem.

O roteiro de Will Fetters, adaptado do livro de Sparks, consegue capturar a essência da narrativa original sem se perder em detalhes desnecessários. Ele tece os elementos-chave – a `photo` como catalisador, o `iraq war veteran` buscando redenção, a dinâmica familiar no `kennel`, as partidas de `playing chess` entre Logan e Ben que se tornam metáforas para a vida – de forma orgânica. A crítica comum a muitas adaptações de Sparks é a previsibilidade. Sim, Um Homem de Sorte segue uma fórmula, mas Fetters e Hicks elevam a material com uma honestidade emocional que transcende o clichê.

Atuações que Surpreendem e Conectam

O grande trunfo do filme, para mim, reside nas atuações, especialmente na de Zac Efron. Longe das coreografias e dos sorrisos de boyband, Efron entrega um Logan Thibault introspectivo, carregado de um peso que se reflete em seu olhar e sua postura. Ele não tenta ser o galã típico; ele é um homem quebrado, buscando um milagre. Sua química com Taylor Schilling, que interpreta Beth, é inegável. Schilling traz uma vulnerabilidade e uma força para sua personagem, tornando-a crível como uma mulher que superou adversidades e está protegendo seu coração e seu filho. A relação entre Logan e Beth se desenvolve de forma gradual, com a cautela de quem já foi machucado, e essa construção lenta é um dos pontos altos do romance.

Blythe Danner como Nana é um deleite. Sua personagem é a bússola moral e o alívio cômico do filme, entregando falas perspicazes com uma graça inimitável. Jay R. Ferguson, como o ex-marido Keith, não é um vilão unidimensional; ele é um homem falho, amargurado pela perda e pelo ciúme, o que adiciona camadas à tensão dramática. E Riley Thomas Stewart, como Ben, é cativante, formando uma ligação genuína com Logan que é crucial para o arco emocional de ambos.

Forças e Fraquezas: Além do Olhar Superficial

As forças de Um Homem de Sorte são claras: a direção sensível, as performances envolventes, a cinematografia exuberante e a capacidade de evocar emoções genuínas sem cair no piegas, um feito notável para o gênero. O filme lida com temas como trauma pós-guerra, destino, família e segundas chances de uma forma que realmente faz você se importar com os personagens. A ideia de que um objeto inanimado, uma simples `photo`, pode ter um poder místico de guiar e salvar, é um toque de fantasia que enriquece a narrativa.

No entanto, o filme não está isento de suas fraquezas. Para o espectador mais cínico, a premissa pode parecer excessivamente romântica ou idealizada. A resolução de alguns conflitos, embora emocionalmente satisfatória, pode ser vista como um tanto conveniente. E sim, ainda que o roteiro evite o pior dos clichês, ele não foge completamente da estrutura narrativa que os fãs de Nicholas Sparks já esperam, o que pode afastar aqueles que buscam algo radicalmente diferente. Contudo, em minha opinião, essas “fraquezas” são mais características do gênero do que falhas intrínsecas ao filme, que cumpre com maestria o que se propõe.

Uma Conexão Pessoal e uma Conclusão Empática

Mais de uma década depois de sua estreia, em maio de 2012, Um Homem de Sorte permanece como um exemplo de como um drama romântico pode ser eficaz e tocante. O filme não é apenas uma história de amor, mas uma meditação sobre a recuperação, sobre encontrar a paz após a tempestade, e sobre a inesperada beleza do destino. A jornada de Logan, de um veterano de guerra assombrado a um homem que encontra amor e família, é uma que fala diretamente ao coração.

É um filme que me fez acreditar, mesmo que por duas horas, que a sorte pode ser uma força que nos impulsiona para onde precisamos estar, e não apenas para onde queremos ir. É uma obra que evoca uma sensação de esperança, uma crença na bondade inerente das pessoas e na capacidade de cura do amor.

Se você está em busca de um longa-metragem que ofereça uma dose saudável de drama, um romance sincero e atuações convincentes, Um Homem de Sorte é uma excelente pedida. É o tipo de filme para se assistir em uma tarde chuvosa, aconchegado, e permitir-se ser levado pela história de um homem que seguiu sua intuição e encontrou muito mais do que esperava. Você pode encontrá-lo facilmente em diversas plataformas digitais hoje em dia. Dê uma chance a Logan e Beth; você pode se surpreender com o quão sortudo você se sentirá ao final.

Trailer

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