Star Virgin: Uma pérola kitsch perdida no tempo?
Há filmes que você assiste e esquece. Há filmes que você assiste e lembra por anos. E há filmes como Star Virgin, de 1988, que você assiste e fica se perguntando: como eu vivi sem isso até agora? Descobri essa joia sci-fi/comédia/ação recentemente, e, sinceramente, a experiência foi tão peculiar que preciso compartilhar.
O filme acompanha Eiko, uma jovem que, digamos, encontra um destino bem acima da média. Ela se vê envolvida em uma aventura intergaláctica repleta de monstros, ação frenética e uma dose generosa de humor que beira o pastelão. Ao lado do Capitão Arashiyama e de Kou, ela precisa usar seus poderes recém-descobertos para salvar o planeta – ou quem sabe o universo. A sinopse não entrega muito, e isso é bom. A diversão está na imprevisibilidade da trama.
Ichiro Ômomo, na direção, abraça totalmente o lado B-movie de Star Virgin. Não espere sofisticação visual; a estética é claramente um produto de sua época, mas essa “rusticidade” acaba se tornando parte do charme. É um filme que sabe exatamente o que é e não tenta ser o que não é. A direção é eficiente, guiando a narrativa de forma competente, mesmo com os limitados recursos aparentes. A trilha sonora, aliás, merece menção honrosa: um amálgama de sintetizadores que soa tão datado que beira o genial. É quase um personagem em si.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Ichiro Ômomo |
Roteiristas | 喰始, Ichiro Ômomo |
Elenco Principal | Eiko Kuroki, ささきいさお, Takumi Fujio, 小松左京, 篠原勝之 |
Gênero | Ficção científica, Comédia, Ação |
Ano de Lançamento | 1988 |
Produtoras | Ogawa Modeling, Pony Canyon |
O roteiro, creditado a 喰始 e ao próprio Ômomo, é uma montanha-russa. Tem momentos brilhantes de comédia física, outros de ação surpreendentemente bem coreografada (considerando o ano), e alguns… bem, digamos que alguns momentos são… questionáveis. Mas é justamente essa inconsistência que torna a experiência tão única. Não há um instante de tédio.
Quanto às atuações, Eiko Kuroki como Eiko/Star Virgin rouba a cena. Ela entrega uma performance vigorosa, com um misto de ingenuidade e força que funciona perfeitamente com a loucura do enredo. Os outros atores também se entregam ao clima caricato, complementando a protagonista.
O maior trunfo de Star Virgin é sua espontaneidade. Não há a pretensão de ser uma obra-prima cinematográfica, mas ele se diverte com seus próprios tropos. A conexão com um eventual jogo original (caso exista) é, para mim, um detalhe menor, quase irrelevante. A força do longa reside na sua energia contagiante e no seu inegável charme retrô. A nostalgia é inerente, mas não chega a ser um trunfo por si só.
No entanto, também é preciso admitir os pontos fracos. A trama, em certos momentos, é confusa, e alguns efeitos especiais… bem, vamos dizer que envelheceram. Mas, sinceramente, esses defeitos só amplificam o seu charme peculiar. É um filme que se assume como um produto da sua época, sem se envergonhar de suas imperfeições.
Em termos temáticos, Star Virgin explora, de maneira leve e divertida, a jornada da descoberta pessoal e o poder feminino. Eiko, apesar de suas fragilidades iniciais, se transforma em uma heroína improvável, enfrentando seus medos e encontrando sua força interior. Apesar da narrativa superficial, a mensagem de empoderamento feminino ecoa com surpreendente força, mesmo em 2025.
Conclusão: Star Virgin não é para todos. Se você espera um filme sci-fi sofisticado e impecável, procure em outro lugar. Mas se você está em busca de uma experiência cinematográfica única, divertida e deliciosamente tosca, Star Virgin é uma pedida obrigatória. Recomendo fortemente para fãs de cinema cult, B-movies e aqueles que apreciam uma boa dose de nostalgia com um toque de absurdo. Procure-o em plataformas digitais; a aventura vale a pena, especialmente se você, assim como eu, curte pérolas cinematográficas perdidas no tempo.