Olha só, eu ando pensando muito sobre Kijin Gentosho: Sword of the Demon Hunter ultimamente. Sabe quando uma sinopse te fisga de um jeito que você simplesmente sente que tem algo profundo ali, algo que vai além de uma simples história de ação? Pois é, foi exatamente isso que aconteceu comigo. E agora, com a série já no ar desde março, a cada episódio, essa sensação só se aprofunda.
Não é todo dia que a gente esbarra numa premissa que joga a era Edo no mesmo caldeirão que um futuro distante e uma ameaça demoníaca que transcende o tempo. A ideia de um santuário em Kadono, uma Itsukihime e seu guardião, Jinta, já me parecia um prato cheio para o drama. Mas aí, a história se expande: Jinta, confrontando um demônio na floresta, recebe um aviso sinistro sobre um Deus Demônio em um futuro distante, cujas raízes estão exatamente ali, em Kadono. É um nó no tempo, um paradoxo que faz a cabeça dar um giro, e é nesse momento que a série me captura por completo.
Imagina o peso disso. Jinta, um protetor de seu tempo, é jogado numa jornada que o mancha com a própria essência do que ele caça, obrigado a atravessar séculos. É uma maldição, sim, mas também uma missão que lhe dá um propósito, ainda que doloroso. O que se perdeu? A que tipo de justiça ele se agarra, quando o próprio tempo se distorce? Eu fico imaginando a solidão desse homem, observando civilizações nascerem e morrerem, enquanto sua própria humanidade se dilui e se reconstrói com cada passagem de década. A série nos convida a sentir o frio da sua peregrinação, a poeira que se acumula não só em seus trajes, mas na sua alma. Não é apenas “mostrar as mãos tremendo” para indicar nervosismo, é o tremor da sua existência, a forma como ele se agarra a cada migalha de memória ou de um objetivo que pareça real.
E o elenco de vozes? É um espetáculo à parte que dá vida a essa complexidade. Taku Yashiro dando voz a Jinta é uma escolha que eu aplaudo de pé. Ele tem uma capacidade incrível de infundir um peso melancólico e uma determinação férrea em seus personagens. Consigo ouvir sua voz, ora áspera pela fadiga dos séculos, ora com um tom suave de quem se lembra de um tempo perdido, de um sorriso que não existe mais. E Reina Ueda como Suzune, a Itsukihime, ao lado de Saori Hayami como Shirayuki, prometem trazer essa dualidade de fragilidade e força que é tão essencial para a fundação da história de Jinta. A gente sabe que essas vozes não só entregam falas, elas carregam emoções, dão nuances a cada suspiro, a cada promessa sussurrada.
Atributo | Detalhe |
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Elenco Principal | Taku Yashiro, Reina Ueda, Saori Hayami, Hiroshi Shirokuma, 近藤唯 |
Gênero | Animação, Drama, Sci-Fi & Fantasy |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Yokohama Animation Laboratory, MBS, Asmik Ace, Futabasha, movic, Tamakoshi, Bandai Namco Filmworks, Tokyo MX |
A fusão de gêneros aqui é o que realmente eleva Kijin Gentosho. Não estamos falando de um mero drama ou de uma fantasia simplória. O elemento “Sci-Fi” com essa viagem no tempo e a predição de um futuro ameaçador, enraizado no passado, adiciona uma camada de urgência e um quê de inevitabilidade que torna tudo mais denso. A animação, sob o selo da Yokohama Animation Laboratory e com o peso de produtoras como MBS e Bandai Namco Filmworks, não é apenas um pano de fundo; é a tela vibrante onde essa épica e sombria tapeçaria é tecida. Eu espero que cada detalhe visual, cada movimento de espada, cada cenário que testemunha a passagem do tempo, seja carregado com a mesma paixão e profundidade que a premissa sugere.
Essa não é uma série que busca respostas fáceis. Ela nos joga num mar de perguntas: o que nos define quando tudo ao nosso redor muda? A vingança é um propósito suficiente para uma existência tão longa? E será que o demônio que o alertou não é apenas um arauto do caos, mas um catalisador para a sua própria redenção? Essas são as questões que, para mim, fazem o coração da série pulsar. É a saga de um homem que busca uma razão para continuar de pé, um eco de nossa própria busca por significado num mundo que, às vezes, parece tão implacável quanto a passagem do tempo. E é por isso que, para mim, Sword of the Demon Hunter: Kijin Gentosho é mais do que apenas uma série; é um convite à reflexão sobre a resiliência humana e o eterno embate entre o destino e a vontade. E eu, pessoalmente, não vejo a hora de ver para onde essa espada e esse caçador ainda nos levarão.