Tá Dando Onda 2: Uma Onda de Nostalgia que Quebra (e Cai)
Oito anos se passaram desde que o pinguim surfista Cadu Maverick conquistou nossos corações (e as ondas) em “Tá Dando Onda”. Em 2017, chegou às telas o tão esperado segundo filme, e, bem, minha gente, a experiência foi… complexa. Para começar, a premissa é simples: Cadu, agora um surfista mais experiente, mas ainda com a mesma pitada de rebeldia juvenil, parte em busca da lenda, a praia com as maiores ondas do mundo. Para isso, ele recruta o esquisito grupo de surfistas The Hang 5 para essa jornada. E aqui reside o cerne do problema.
Uma Direção que Afogou a Criatividade
Henry Yu, na direção, parece ter perdido a onda. A animação, embora tecnicamente competente, carece daquela energia frenética e vibrante do primeiro filme. A falta de inovação visual é gritante, com sequências de ação repetitivas e previsíveis. Senti falta daquela espontaneidade, daquela maluquice que tornou o original tão charmoso. As cores, antes vibrantes e cheias de vida, parecem um tanto desbotadas, refletindo, talvez, a falta de alma na direção.
Roteiro: A Reza na Areia
Abdul Williams, no roteiro, parece ter surfado na maré errada. O humor, antes um trunfo, agora se apresenta como forçado e, em muitos momentos, infantil. O arco narrativo de Cadu se dilui em um mar de piadas sem graça e subtramas desnecessárias. A trama se arrasta, perdendo o ritmo frenético do filme anterior, substituindo a ação por diálogos cansativos e previsíveis. A introdução de personagens como o Undertaker (Mark Calaway), embora inicialmente inusitada, soa mais como uma tentativa desesperada de atrair um público mais amplo do que como um elemento orgânico da narrativa. A química entre os personagens, tão forte no primeiro filme, parece ter se perdido no caminho.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Henry Yu |
Roteirista | Abdul Williams |
Produtora | Michelle L.M. Wong |
Elenco Principal | Jeremy Shada, Jon Heder, Melissa Sturm, John Cena, Mark Calaway |
Gênero | Animação, Família, Comédia |
Ano de Lançamento | 2017 |
Produtoras | Sony Pictures Animation, WWE Studios, Rainmaker Entertainment |
Elenco de Peso, Interpretação Leve
O elenco, mesmo com nomes como Jeremy Shada, Jon Heder e o próprio John Cena, não consegue salvar o filme de seu naufrágio. As atuações de voz, embora competentes, carecem de energia e emoção. As interpretações soam planas, sem a espontaneidade que a animação precisa. O talento do elenco fica subaproveitado em um roteiro fraco, sem espaço para brilharem.
Pontos Fortes e Fracos: A Balança em Desequilíbrio
Os pontos fortes de Tá Dando Onda 2 se resumem à nostalgia e a alguns momentos de humor bem-sucedidos, flashes de genialidade que lembram o brilho do original. Já os fracos são numerosos: roteiro fraco, direção sem inspiração, humor forçado e personagens pouco desenvolvidos. A tentativa de ampliar o universo, com a introdução de novos personagens e cenários, acaba por diluir a identidade original, a marca que conquistou o público no primeiro filme.
Temas e Mensagens: Ondas de Superficialidade
O filme tenta abordar temas como amizade, perseverança e superação de desafios, porém, tais temas são tratados de forma superficial, servindo apenas como pano de fundo para as sequências de ação sem sentido. A mensagem principal, se é que existe uma, se perde no mar de piadas sem graça e momentos desnecessários.
Conclusão: Uma Onda que Não Pegou
Tá Dando Onda 2, lançado em 2017, é uma decepção. Apesar do elenco talentoso e da nostalgia que desperta em quem curtiu o primeiro filme, a produção peca em todos os quesitos essenciais: roteiro, direção e atuações. A animação não consegue segurar a onda, sucumbindo ao peso de suas próprias ambições e falhas. Para os fãs da franquia, a recomendação é: assista apenas se a saudade for incontrolável. Para quem não conhece a franquia, procure algo melhor para o seu tempo, e acredite, há muitas boas animações por aí, disponíveis em plataformas digitais, que merecem sua atenção. Tá Dando Onda 2 é, infelizmente, um exemplo de como uma sequência pode destruir a magia do original.