Táxi: Uma Ode à Velocidade e à Improbabilidade Francesa
22 de setembro de 2025. Mais de 27 anos se passaram desde que “Táxi” invadiu as telas, e mesmo com o tempo passando, a obra de Gérard Pirès continua a ecoar – e a fazer rir, claro. Não se trata apenas de um filme de ação; é uma celebração frenética, quase delirante, do absurdo, filmada com uma energia que, mesmo após tantos anos disponíveis em plataformas digitais, mantém-se contagiante.
A história é simples, quase infantil em sua premissa: Daniel Morales, um entregador de pizza com um talento inegável para a velocidade – e um táxi turbinado como se fosse um bólido de Fórmula 1 – se envolve com um policial inepto, Émilien, numa perseguição contra uma gangue de ladrões alemães. A sinopse não entrega, porém, a alegria caótica que se segue. É uma trama que se sustenta em situações improváveis e piadas que beiram o slapstick, mas que, executadas com a precisão milimétrica de Pirès e a energia incontrolável de Samy Naceri, funcionam maravilhosamente bem.
A direção de Pirès é o coração palpitante do filme. As cenas de perseguição são coreografadas com um talento raro, equilibrando a adrenalina pura com um humor que transborda da tela. Ele extrai o máximo de cada cenário de Marselha, utilizando a cidade como um personagem coadjuvante, mas essencial, na narrativa. O roteiro de Luc Besson, embora simples, é inteligente em sua construção, explorando a dinâmica entre Daniel e Émilien com maestria. A dupla de protagonistas funciona como um relógio, com o cinismo de Émilien contrastando perfeitamente com a energia descontrolada de Daniel.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Gérard Pirès |
Roteirista | Luc Besson |
Produtores | Laurent Pétin, Michèle Pétin, Luc Besson |
Elenco Principal | Samy Naceri, Frédéric Diefenthal, Marion Cotillard, Manuela Gourary, Emma Wiklund |
Gênero | Ação, Comédia, Crime, Aventura |
Ano de Lançamento | 1998 |
Produtoras | EuropaCorp, ARP Sélection, Cofimage 9, Studio Image 4, Canal+, TF1 Films Production, TF1 International, StudioCanal |
Falando em atuação, Samy Naceri é Daniel. Ele entrega uma performance icônica, carregada de carisma e uma energia quase física. Frédéric Diefenthal, como Émilien, compõe um contraponto perfeito, mostrando uma fragilidade que humaniza o personagem, escapando do estereótipo do policial incompetente e se tornando um dos grandes trunfos cômicos da narrativa. O elenco coadjuvante, com destaque para Marion Cotillard, embora com uma participação menor, contribui para a riqueza da narrativa.
Um dos pontos fortes de “Táxi” é a sua capacidade de abraçar o absurdo sem jamais se levar a sério. É um filme que sabe ser divertido e exagerado, mas sem cair no mau gosto. Porém, sua simplicidade também pode ser considerada um ponto fraco por alguns. A trama é linear e previsível, e a fórmula se repete algumas vezes ao longo da narrativa, algo que poderia ter sido ajustado com um maior aprofundamento dos personagens secundários.
A mensagem principal, se é que podemos assim defini-la, é uma celebração da amizade improvável e da busca por redenção. Daniel, com seu estilo de vida caótico, e Émilien, com sua busca por reconhecimento, encontram um fio condutor na sua improvável parceria, que os leva a uma transformação pessoal. Apesar da carga de violência inerente ao gênero, o filme consegue transmitir uma sensação de otimismo, mesmo em meio ao caos das perseguições e às tiradas cômicas dos personagens.
“Táxi”, em 2025, continua uma grata surpresa. Um filme leve, divertido e viciante, que funciona como uma cápsula do tempo, nos transportando para uma Marselha vibrante e cheia de energia. Se você busca um filme de ação leve e com doses generosas de comédia, sem compromisso com o politicamente correto, “Táxi” é uma escolha acertada. Recomendadíssimo para uma sessão de puro entretenimento. Reveja-o, se já o conhecia; descubra-o, se ainda não teve esse prazer. Você não se arrependerá.