Terremoto: Um tremor na alma, um soco no estômago – e na tela
Sete anos se passaram desde que o longa-metragem norueguês Terremoto chegou aos cinemas brasileiros em 14 de dezembro de 2018. Hoje, em 21 de setembro de 2025, ainda me lembro do impacto que esse filme, tão diferente do que estamos acostumados a ver em Hollywood, teve em mim. A premissa é simples: um terremoto de magnitude considerável atinge Oslo, lembrando a população da cidade de sua vulnerabilidade sísmica. Mas a execução transcende o gênero “filme-catástrofe” genérico, oferecendo uma experiência visceral e emocionalmente rica que se mantém na memória.
Um olhar norueguês sobre a catástrofe
A crítica de que Terremoto seria uma mera imitação do cinema americano, embora presente, me parece superficial. Sim, o filme compartilha elementos com os grandes blockbusters de desastre hollywoodianos, com suas cenas de destruição em larga escala e momentos de suspense palpáveis. Mas Andersen, em sua direção, consegue imprimir uma identidade única, trazendo à tela a atmosfera opressiva e fria da Noruega. A fotografia, que se destaca nos momentos de caos e pânico, capta a beleza brutal da paisagem nórdica, contrastando-a com a desolação causada pelo terremoto. O roteiro, escrito por Harald Rosenløw-Eeg e John Kåre Raake, equilibra habilmente a ação frenética com momentos de intimidade, revelando a fragilidade humana diante da força da natureza, mas também a resiliência e a capacidade de união em momentos de crise.
As atuações são sólidas. Kristoffer Joner, como o geólogo Kristian Eikjord, é o coração pulsante do filme, transmitindo com maestria a angústia, a culpa e a determinação de um homem que tenta salvar sua família e sua cidade. O elenco de apoio acompanha com igual competência, construindo personagens críveis e envolventes.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | John Andreas Andersen |
| Roteiristas | Harald Rosenløw-Eeg, John Kåre Raake |
| Produtores | Are Heidenstrøm, Martin Sundland |
| Elenco Principal | Kristoffer Joner, Ane Dahl Torp, Jonas Hoff Oftebro, Edith Haagenrud-Sande, Kathrine Thorborg Johansen |
| Gênero | Ação, Drama, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2018 |
| Produtora | Fantefilm |
Pontos fortes, fracos e o peso da humanidade
A força de Terremoto reside na sua capacidade de nos conectar emocionalmente com seus personagens. O filme não se concentra apenas na destruição física, mas também nas consequências emocionais do desastre, explorando as relações familiares e as dificuldades de lidar com a perda e o trauma. Porém, alguns elementos podem soar um tanto previsíveis para quem já se familiarizou com o gênero, e a narrativa, em alguns momentos, peca por apelar ao melodrama. É uma linha tênue entre o drama genuíno e a manipulação emocional, e acredito que em alguns pontos o filme a atravessa.
O tema central, a vulnerabilidade humana diante da natureza, é abordado com sensibilidade e sem floreios desnecessários. A mensagem, subjacente, é a importância da preparação e da solidariedade em face de eventos catastróficos. É um filme que nos faz refletir sobre nossa própria fragilidade e a necessidade de estarmos preparados para o imprevisível.
Conclusão: Um filme que vale a experiência
Terremoto, apesar de algumas pequenas falhas, é um filme que vale a pena ser assistido. É uma produção norueguesa corajosa e eficaz, que demonstra que é possível fazer um filme de desastre impactante sem precisar recorrer aos clichês hollywoodianos. A sua força reside na sua humanidade, no seu realismo cru e na sua capacidade de nos emocionar. Se você busca um filme de ação que te prenda do início ao fim, mas também te faça refletir sobre a vida e suas fragilidades, Terremoto é uma excelente escolha. Recomendo fortemente que busquem-no em plataformas de streaming ou locadoras digitais, e permitam-se ser levados por essa história. A experiência, garanto, é memorável.




