Gente, vocês já pararam pra pensar o que acontece quando uma das maiores bandas de rock do mundo decide que, além de entregar hinos de estádio, vai se jogar de cabeça no universo do cinema? E não qualquer cinema, mas um filme de terror-comédia com eles mesmos como protagonistas? Eu, que cresci com o som dos Foo Fighters martelando nos meus ouvidos e o cheiro de pipoca nas sessões de terror mais duvidosas, estava à beira do assento quando Terror no Estúdio 666 (ou ‘Studio 666’, se você for mais da gringa) finalmente chegou aos cinemas em março de 2022. A promessa era ousada, bizarra e, honestamente, irresistível. Quem não queria ver Dave Grohl e sua turma lutando contra demônios entre um riff e outro?
A premissa, por si só, já é um solo de guitarra ensandecido. Os membros do Rock & Roll Hall of Fame — o próprio Dave Grohl, Taylor Hawkins, Nate Mendel, Pat Smear e Chris Shiflett, todos interpretando versões caricatas de si mesmos — se mudam para uma mansão em Encino, Califórnia. O objetivo? Gravar seu tão esperado 10º álbum. Mas, claro, como todo bom filme de terror nos ensina, mansões antigas raramente vêm sem um pacote de brindes macabros. Esta, em particular, é assombrada por uma história cruel, tingida de sangue e rock’n’roll maldito. E é aí que a coisa desanda de um jeito deliciosamente caótico.
Logo de cara, Dave Grohl se torna o epicentro de forças sobrenaturais. Você vê os olhos dele mudarem, a voz ganhar um tom gutural que não é de brincadeira, e a urgência de compor o riff mais pesado e maligno de todos os tempos se transforma numa obsessão que beira a possessão. E aqui, meus caros, não tem eufemismo. O filme não tem medo de mergulhar de cabeça nos clichês do terror, mas com uma camada de purpurina e irreverência rockstar. Demônios, rituais macabros, o desejo insaciável por um som que quebre barreiras — e talvez algumas cabeças, literalmente. Sim, tem decapitação. Tem possessão demoníaca. E pra quem acha que não podia piorar (ou melhorar, dependendo do seu paladar), prepare-se para momentos que flertam com o canibalismo. É o tipo de filme que te faz rir e arrepiar o cabelo ao mesmo tempo, porque o absurdo é levado às últimas consequências.
A direção de BJ McDonnell, junto com o roteiro de Rebecca Hughes e Jeff Buhler, consegue equilibrar essa balança insana entre o horror e a comédia. Eles entenderam que a maior força do filme não seria o terror de gelar a espinha, mas sim a química inegável dos Foo Fighters e a coragem deles de se ridicularizar. E é aí que Terror no Estúdio 666 brilha. Os caras, vamos ser sinceros, são músicos brilhantes. Como atores? Bom, uma crítica que li na época do lançamento dizia que “os fãs da banda não precisam se preocupar; com base nas evidências de Studio 666, os Foos não vão largar seus empregos diurnos tão cedo”. E é exatamente isso! Eles não são atores de método, mas são eles mesmos, ampliados e jogados numa situação surreal. A gente não espera uma atuação digna de Oscar, a gente espera a energia contagiante, as piadas internas e o carisma que só eles têm. E isso, meu amigo, o filme entrega de sobra.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | BJ McDonnell |
Roteiristas | Rebecca Hughes, Jeff Buhler |
Produtores | James A. Rota, John Ramsay |
Elenco Principal | Dave Grohl, Taylor Hawkins, Nate Mendel, Pat Smear, Chris Shiflett |
Gênero | Terror, Comédia, Música |
Ano de Lançamento | 2022 |
Produtoras | Roswell Films, Therapy Studios |
A jornada de Dave Grohl para encontrar “o riff” é quase uma alegoria para a pressão criativa que artistas enfrentam, só que com muito mais sangue e gritos. A música, claro, é a espinha dorsal de tudo. Não é só um filme sobre uma banda, é um filme onde a música é a vilã e a salvação, a musa e o demônio. O som que emana daquele estúdio amaldiçoado não é apenas parte da trilha, é um personagem ativo, corrompendo e controlando.
Produzido por nomes como James A. Rota e John Ramsay, e pelas produtoras Roswell Films e Therapy Studios, o filme é um experimento corajoso. Não é polido, nem busca ser uma obra-prima do terror que revolucionará o gênero. É um filme feito por fãs de terror e de rock, para fãs de terror e de rock. Ele abraça a estética de filme B, com seus efeitos práticos exagerados e seu enredo que não se leva tão a sério. É um petisco delicioso para quem gosta de um bom gore divertido e não tem medo de ver seus ídolos em situações pra lá de bizarras.
Então, em meados de outubro de 2025, olhando para trás, Terror no Estúdio 666 permanece como uma experiência única. Não é para todos, com certeza. Se você busca um terror psicológico profundo ou uma comédia intelectual, pode ser que se decepcione. Mas se você é fã dos Foo Fighters, ama um bom filme B com baldes de sangue, risadas e uma trilha sonora que te faz querer pegar uma guitarra e sair correndo da mansão, então este filme é pra você. É a prova de que, às vezes, tudo o que precisamos é de uma banda lendária se divertindo horrores (literalmente) na tela grande. E, nesse quesito, eles detonaram!