Thor

Thor: Uma Deusa Quase Perdida em 2011, Encontrada Novamente em 2025

Doze anos. Doze anos se passaram desde que Kenneth Branagh tentou, e em grande parte conseguiu, traduzir o universo mitológico e bombástico de Thor para as telas. Em 2011, o filme chegou aos cinemas brasileiros em 29 de abril, e, olhando para trás, a partir de 22 de setembro de 2025, é uma experiência curiosa de se revisitar. A sinopse oficial, aliás, consegue ser bastante precisa sem revelar muito: filho de Odin, o poderoso rei de Asgard, Thor está prestes a assumir o trono, mas sua arrogância o leva a uma punição: o banimento para a Terra. Sem seus poderes, ele terá que aprender humildade e enfrentar uma conspiração arquitetada por seu irmão, Loki. É um embate de proporções épicas, certo? Na teoria, sim. Na prática, bem… a coisa é um pouco mais matizada.

Um Deus Entre Mortais (e Críticos Divididos)

Branagh, conhecido por seu trabalho com Shakespeare, imprimiu em Thor um certo formalismo que, hoje, pode parecer um tanto datado. A estética, com seus tons dourados e cenários grandiosos, funciona em alguns momentos, criando um contraste interessante com a paisagem árida do Novo México. No entanto, há momentos em que a grandiosidade se torna opulenta demais, ofuscando a narrativa. O roteiro, assinado por Zack Stentz, Ashley Miller e Don Payne, oscila entre momentos de humor leve e diálogos carregados de exposition, às vezes atropelando o ritmo. A crítica em 2011 foi, como se pode imaginar, bastante dividida, com alguns celebrando a audácia do projeto e outros reclamando da lentidão e do excesso de diálogos. Um dos trechos de críticas que li recentemente mencionava exatamente isso – “It was mostly talking and I don’t understand half of what the actors were saying.” Eu concordo parcialmente: há uma certa dificuldade em equilibrar a mitologia nórdica com a compreensão do público que não está familiarizado com ela.

Mas as atuações são, sem dúvida, um trunfo. Chris Hemsworth, como Thor, encontrou o tom perfeito entre arrogância e vulnerabilidade, mostrando a jornada de redenção do personagem de maneira convincente. Natalie Portman, como Jane Foster, oferece uma contraponto terno e inteligente, ancorando a história no mundo humano. E Tom Hiddleston… ah, Tom Hiddleston. Seu Loki é simplesmente memorável, uma performance icônica que rouba a cena em cada aparição, transformando o antagonista em um personagem complexo e fascinante. Anthony Hopkins como Odin também entrega uma performance soberba, com a força e a sabedoria do rei de Asgard palpáveis na tela.

AtributoDetalhe
DiretorKenneth Branagh
RoteiristasZack Stentz, Ashley Miller, Don Payne
ProdutorKevin Feige
Elenco PrincipalChris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Anthony Hopkins, Stellan Skarsgård
GêneroAventura, Fantasia, Ação
Ano de Lançamento2011
ProdutorasMarvel Studios, Marvel Entertainment

Força, Fraqueza e o Peso da Herança

Os pontos fortes do filme residem, principalmente, no carisma do elenco e na construção de Loki como um vilão memorável, e não apenas um “irmão mau”. A química entre Hemsworth e Hiddleston, em especial, é explosiva e carregada de uma tensão familiar palpável. A ideia de um deus aprendendo humildade e o peso da responsabilidade é um tema universal que ressoa mesmo hoje.

Por outro lado, a ação, apesar da expectativa criada pelo gênero, deixa a desejar em alguns momentos. Comparando com os padrões dos filmes de super-heróis que se seguiram, Thor de 2011 parece, sim, menos dinâmico e mais focado nos diálogos e na construção de personagens. E a transição entre Asgard e a Terra poderia ser mais suave, a conexão entre os dois mundos se sente, em alguns momentos, um tanto artificial.

Um Mito Moderno em Sua Época

Thor não é um filme perfeito, longe disso. Ele carrega as marcas de sua época, revelando-se em alguns aspectos um tanto antiquado em 2025. Mas é também um filme importante no contexto do MCU, um passo ousado na construção de um universo compartilhado que mudaria a forma como os filmes de super-heróis eram produzidos e consumidos. Ao revisitar o longa-metragem, percebi que a força do filme não reside apenas na sua grandiosidade visual ou nas cenas de ação, mas na jornada de redenção de Thor e na complexidade de Loki, um antagonista que definiu o padrão para vilões memoráveis em filmes de super-heróis. A presença de uma cena pós-créditos, típica da Marvel, aumentava a expectativa pelo futuro da franquia, prenunciando a saga que viria a seguir. Afinal, Thor não é apenas um filme sobre um deus; é um filme sobre família, poder, e a busca pela própria identidade. Recomendo sua exibição em plataformas digitais para aqueles que buscam uma visão do começo do universo cinematográfico da Marvel e para os apreciadores do trabalho de Branagh e do trio de astros principais. Mas aviso: não espere explosões incessantes, e sim uma jornada épica, um pouco mais pausada, que nos leva a refletir sobre a própria humanidade, mesmo para deuses.

Trailer

Capa do trailer de Thor

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