Top Gang 2! A Missão

Em um mundo onde a seriedade muitas vezes nos cerca, e as notícias nos forçam a um semblante mais sisudo, volta e meia me pego pensando naqueles filmes que, sem pedir licença, chegam para desarmar qualquer traço de sisudez. E quando falo em desarmar, não me refiro a um drama profundo ou uma comédia romântica açucarada. Não, meu amigo, estou falando daquele tipo de explosão de risadas que só uma paródia bem sacada consegue entregar. É por isso que, mesmo em pleno 2025, com tanta coisa nova pipocando nas plataformas, sinto uma irresistível necessidade de mergulhar de novo em Top Gang 2! A Missão.

Para ser sincero, é quase um reflexo condicionado. Como não revisitar uma obra que, em sua essência, abraça o absurdo com tamanha paixão? Sabe, a vida real já é complexa demais, cheia de contradições sutis e dilemas éticos. Às vezes, a gente só precisa de um mergulho sem pretensões no universo onde a lógica é opcional e a risada é compulsória. E ‘Top Gang 2’ é exatamente isso: uma válvula de escape hilariante que nos lembra que o cinema também pode ser uma brincadeira grandiosa, irreverente e, de certa forma, até terapêutica.

O filme, dirigido pelo mestre Jim Abrahams – um nome que para quem cresceu rindo de ‘Corra que a Polícia Vem Aí!’ já diz tudo – e roteirizado por ele e Pat Proft, é uma avalanche de referências e gags visuais que não dão trégua. Lançado originalmente em 1993, chegando por aqui em 28 de maio do mesmo ano, ele não perde tempo em nos jogar de volta no caos pessoal e profissional de Topper Harley (Charlie Sheen). Quem não se lembra do piloto torturado, com um histórico de combate mais denso que pudim de chumbo, agora em busca de paz num templo budista? A imagem dele meditando, com aquele ar de quem está se esforçando demais para não pensar em nada, já é um cartão de visitas para o tipo de humor que nos espera.

Mas, claro, a paz de Topper não dura. Nem a nossa. Seu ex-comandante, o President Thomas ‘Tug’ Benson, interpretado por um Lloyd Bridges absolutamente brilhante em sua incompetência descarada, agora está na Casa Branca – um cenário que por si só já é um convite à anarquia cômica. Pense comigo: um líder mundial que mal consegue se equilibrar na cadeira presidencial e ainda por cima precisa lidar com uma crise internacional? É o tipo de sátira política que, tristemente, nunca envelhece de verdade. A gente ri, mas a gargalhada tem um leve toque de reconhecimento amargo, não é mesmo?

Atributo Detalhe
Diretor Jim Abrahams
Roteiristas Jim Abrahams, Pat Proft
Produtores Bill Badalato, Greg Norberg
Elenco Principal Charlie Sheen, Lloyd Bridges, Valeria Golino, Richard Crenna, Rowan Atkinson
Gênero Ação, Comédia, Guerra
Ano de Lançamento 1993
Produtoras Sidley Wright & Associates, 20th Century Fox

A trama é o pano de fundo perfeito para a balbúrdia: reféns americanos precisam ser resgatados no Oriente Médio, e Topper é o único homem para o serviço. Uma clássica missão de rescue, de liberation of hostage, com todos os clichês que amamos odiar (e que o filme ama satirizar). O problema é que Topper está mais obcecado por sua ex-namorada, Ramada Rodham Hayman (a estonteante Valeria Golino, que consegue ser engraçada mesmo sendo o interesse romântico), do que pela segurança nacional. É aí que entra a “bela agente da CIA” que o coloca de volta na sela, e a parody de filmes de secret agent e de guerra (especialmente a de Iraq War ou qualquer conflito no Near East) ganha vida de forma espetacular.

O que me pega de verdade em ‘Top Gang 2’ não é apenas a coleção de piadas, mas a forma como elas são entregues. Charlie Sheen, com seu talento para o humor seco e sua capacidade de manter um rosto impassível enquanto o caos explode ao seu redor, é o fio condutor perfeito. Ele é o Rambo que questiona a própria existência, o herói de ação que é mais atrapalhado que letal. E Lloyd Bridges? Ah, Lloyd Bridges é um capítulo à parte. Suas tiradas são tão sem noção, suas decisões tão absurdas, que você se pega pensando: “Será que ele realmente pensou nisso?”. A cena em que ele tenta cozinhar é um microcosmo de sua genialidade cômica.

E não posso deixar de lado os coadjuvantes que adornam essa trilha repleta de ação e risadas. Richard Crenna, reprisando seu papel de coronel que mais parece um psiquiatra particular de Topper, traz aquela familiaridade reconfortante (e hilária). E a cereja do bolo? O próprio Rowan Atkinson (sim, o Mr. Bean!), em uma participação especial como Dexter Hayman, o ex-marido de Ramada, que adiciona uma camada extra de humor físico e britânico à mistura. É um deleite ver tantos rostos famosos se jogando de cabeça na insanidade, como se estivessem todos numa grande e divertida festa à fantasia.

A genialidade de Abrahams e Proft reside em não apenas copiar, mas em subverter. Eles pegam cenas icônicas de filmes como ‘Rambo III’ (com aquela lendária sequência de swordplay), ‘Platoon’, ‘Apocalypse Now’, ‘Basic Instinct’ e até a cena do espaguete de ‘A Dama e o Vagabundo’, e as viram de cabeça para baixo. Não é apenas uma piada rápida; é uma desconstrução carinhosa, que mostra um profundo conhecimento e, ao mesmo tempo, uma irreverência total pelos clássicos. Eles nos fazem rir da seriedade de Hollywood e, de quebra, nos presenteiam com uma nostalgia bem-humorada.

Ver Top Gang 2! A Missão hoje, em 2025, é quase como abrir uma cápsula do tempo do riso. É uma lembrança de que a comédia, em sua forma mais escrachada, tem um poder imenso. Ela nos permite questionar, satirizar e, acima de tudo, esquecer um pouco o peso do mundo. Não é um filme que busca grandes mensagens, mas sua mensagem implícita é poderosa: rir é preciso. E este filme nos entrega isso de bandeja, com uma habilidade que, para mim, o eleva ao patamar de um clássico cult inesquecível do gênero paródia. É uma experiência que, garanto, ainda vale cada risada.

Trailer

Oferta Especial Meli+

Assine o Meli+ e assista a Top Gang 2! A Missão no Netflix (incluso na assinatura).

Você ainda ganha frete grátis no Mercado Livre, Deezer Premium e muito mais. *Benefícios sujeitos aos termos do Meli+.

Assinar Meli+