Transformers: A Era da Extinção – Uma explosão de metal e decepções onze anos depois
Onze anos se passaram desde que assisti a Transformers: A Era da Extinção nos cinemas, e, analisando-o em 2025, a experiência é… peculiar. A premissa é familiar: após a destruição em Chicago no filme anterior, os Transformers estão em fuga, caçados por uma agência governamental e, claro, uma nova ameaça surge. Mark Wahlberg assume o protagonismo como Cade Yeager, um inventor que se vê no meio dessa guerra de titãs, protegendo uma jovem e seu misterioso segredo. O resto, como diria Michael Bay, é pura explosão.
Um Bay-hem previsível (mas com algumas surpresas)
A direção de Michael Bay, como sempre, é um carrossel frenético de explosões, câmeras tremidas e transformações de robôs que, apesar de tecnologicamente avançadas para a época, hoje mostram um pouco a idade. Há momentos de visuais impressionantes, não se pode negar, mas a edição frenética muitas vezes prejudica a compreensão da ação, deixando o espectador perdido no turbilhão de metal e fogo. O roteiro de Ehren Kruger, por sua vez, peca pela falta de profundidade. Os personagens são arquétipos rasos, motivados por tramas previsíveis e diálogos frequentemente constrangedores. A relação entre Cade e sua filha Tessa, interpretada por Nicola Peltz Beckham, por exemplo, sofre com um desenvolvimento apressado e pouco convincente. Apesar disso, algumas reviravoltas na trama me pegaram de surpresa, mostrando que mesmo em um filme tão previsível, Bay consegue, a sua maneira, nos surpreender.
A atuação de Wahlberg é competente, se encaixando no papel de um pai protetor, mesmo que o roteiro não lhe dê muito espaço para nuances. Peter Cullen, como a voz inconfundível de Optimus Prime, continua impecável, dando ao líder Autobot a dignidade que o roteiro muitas vezes não consegue. Stanley Tucci, como o excêntrico cientista Joshua Joyce, rouba a cena com seu carisma, representando um dos pontos altos do filme.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Michael Bay |
| Roteirista | Ehren Kruger |
| Produtores | Tom DeSanto, Don Murphy, Lorenzo di Bonaventura, Ian Bryce |
| Elenco Principal | Mark Wahlberg, Peter Cullen, Stanley Tucci, Kelsey Grammer, Nicola Peltz Beckham |
| Gênero | Ficção científica, Ação, Aventura |
| Ano de Lançamento | 2014 |
| Produtoras | di Bonaventura Pictures, DeSanto/Murphy Productions, Ian Bryce Productions, Paramount Pictures, Hasbro |
Pontos Fortes e Fracos: um balanço complicado
Os efeitos especiais, apesar de mostrando sinais do tempo, ainda impressionam em certos momentos. A escala das batalhas entre os Transformers é grandiosa, e a criatividade na concepção de novos robôs é notável. O filme também apresenta uma nova dinâmica entre humanos e Transformers, mais complexa do que em entregas anteriores, o que representa um ponto positivo na evolução da franquia.
Por outro lado, o excesso de ação em detrimento de desenvolvimento de personagens e trama é o grande pecado do longa. O humor, muitas vezes forçado e datado, irrita mais do que diverte. A duração excessiva também prejudica a experiência, tornando o filme cansativo em certos momentos. A crítica da época já apontava essas falhas, e hoje, olhando em retrospecto, entendo porque o filme não foi tão bem recebido por muitos.
Mensagens e Temas: O reflexo de uma sociedade fragmentada
Apesar de seus defeitos, “A Era da Extinção” toca em temas relevantes, mesmo que de forma superficial. A paranoia em relação ao “outro”, seja ele alienígena ou diferente, é uma preocupação latente na trama. A exploração da tecnologia e seu potencial para o bem e para o mal também está presente, embora não seja aprofundada como poderia. O filme parece refletir, de forma indireta, as ansiedades de uma sociedade dividida e desconfiada, um tema que, infelizmente, continua atual em 2025.
Conclusão: Um filme para os fãs, mas com ressalvas
Transformers: A Era da Extinção é um filme que dividirá opiniões, mesmo em 2025. Se você é um fã incondicional da franquia e aprecia a estética exagerada de Michael Bay, pode encontrar entretenimento em sua explosão de ação e efeitos especiais. No entanto, se você busca um filme com roteiro coeso, personagens desenvolvidos e uma narrativa envolvente, é melhor procurar outras opções nas plataformas digitais. A experiência é, no mínimo, curiosa, uma cápsula do tempo que nos permite refletir sobre a evolução – ou involução – do cinema de ação hollywoodiano. Minha recomendação? Assista com amigos, prepare-se para muitas explosões e não espere muito em termos de profundidade narrativa. Três estrelas, com a ressalva de que uma delas foi por pura nostalgia.




