Sabe quando a gente mergulha de cabeça numa história que, de certa forma, já conhecemos, mas descobre que havia um universo inteiro escondido nas entrelinhas? É exatamente essa a sensação que Transformers: O Início me deixou. Eu, que cresci com os Autobots e Decepticons habitando a minha imaginação, confesso que me peguei pensando: “Será que ainda há algo novo para contar sobre esses gigantes de metal?” E a resposta, meus amigos, é um retumbante sim. Este filme, lançado lá em 2024, não é só um prelúdio; é um portal para a alma de Cybertron.
O que Josh Cooley, o diretor, e sua equipe de roteiristas (Gabriel Ferrari, Eric Pearson e Andrew Barrer) nos entregaram é nada menos que o elo perdido na mitologia de Transformers. Falo daquela história que precede a guerra, a amizade improvável, o berço de uma rivalidade que ecoaria por eras. Ver Orion Pax e D-16, ainda não os Prime e Megatron que conhecemos, como dois camaradas, com seus medos, suas ambições e, pasmem, suas esperanças, é algo que toca fundo. É um “buddy movie” no seu cerne, mas com uma camada de tragédia shakespeariana aguardando para desabrochar.
E o elenco de vozes? Ah, o elenco! Chris Hemsworth trazendo uma jovialidade e uma certa ingenuidade a Orion Pax que é simplesmente cativante. Você sente a faísca do futuro líder ali, mas ainda cru, em formação. Não é o Optimus Prime sábio e resiliente que temos no imaginário; é o jovem idealista, cheio de dúvidas. E Brian Tyree Henry como D-16? Uau. Ele dá a Megatron uma profundidade que raramente vimos antes. É possível sentir a frustração, a sede por mudança e a gradual corrosão de sua alma, transformando o companheiro de luta no arqui-inimigo. A dinâmica entre Hemsworth e Henry é o coração pulsante do filme, e o que eles entregam é uma aula de como dar nuances a personagens icônicos.
Scarlett Johansson, como Elita-1, adiciona uma força e uma sabedoria que equilibram a impulsividade dos protagonistas, enquanto Keegan-Michael Key como B-127 (o futuro Bumblebee!) injeta aquela dose de leveza e camaradagem que impede a história de se tornar excessivamente sombria. E, claro, Jon Hamm como Sentinel Prime, exala a autoridade e a complexidade que seu personagem exige. É como se cada ator entendesse a gravidade de seus papéis nesta gênese e entregasse performances que enriquecem imensamente a narrativa.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Josh Cooley |
Roteiristas | Gabriel Ferrari, Eric Pearson, Andrew Barrer |
Produtores | Aaron Dem, Michael Bay, Tom DeSanto, Don Murphy, Lorenzo di Bonaventura, Mark Vahradian |
Elenco Principal | Chris Hemsworth, Brian Tyree Henry, Scarlett Johansson, Keegan-Michael Key, Jon Hamm |
Gênero | Animação, Ficção científica, Aventura, Família |
Ano de Lançamento | 2024 |
Produtoras | Paramount Animation, di Bonaventura Pictures, DeSanto/Murphy Productions, Bay Films, New Republic Pictures, Hasbro Entertainment |
A animação, um show à parte, é simplesmente deslumbrante. Paramount Animation, di Bonaventura Pictures, Hasbro Entertainment – toda a constelação de produtoras, incluindo a Bay Films do próprio Michael Bay, parece ter se unido para criar um Cybertron visualmente rico e expressivo. Os designs dos robôs, as texturas, a fluidez dos movimentos; tudo contribui para uma experiência imersiva. Você não está apenas assistindo a robôs gigantes; você está vendo a expressão de emoções complexas através de seus olhos luminosos, sentindo o peso de suas decisões e o impacto de suas colisões. As sequências de ação são eletrizantes, misturando a grandiosidade esperada com uma agilidade que só a animação pode proporcionar, deixando a gente, aqui do lado de cá, com um sorriso de ponta a ponta.
Transformers: O Início é uma jornada inspiradora e, ao mesmo tempo, melancólica. É um lembrete de que a linha entre o bem e o mal é tênue, e que as maiores tragédias muitas vezes nascem das mais puras amizades. É suspense, é aventura, é uma história de família (ainda que de metal), e é, acima de tudo, um retorno emocionante e refrescante às raízes de uma saga que marcou gerações. Se você, como eu, achava que sabia tudo sobre os Transformers, prepare-se para ser surpreendido. Este filme não só nos mostra como tudo começou, mas nos faz sentir cada batida do núcleo de Cybertron, cada centelha de esperança e cada sombra de traição. É, sem dúvida, uma peça fundamental no quebra-cabeça dessa fascinante mitologia.