Transformers: O Último Cavaleiro – Um Cavaleiro Perdido em um Mar de Explosões?
Oito anos se passaram desde o lançamento de Transformers: O Último Cavaleiro em 2017. Já tivemos tempo de sobra para processar a enxurrada de explosões, robôs gigantes e a saga épica que se desenrolou nas telas. O filme, dirigido por Michael Bay, apresenta uma premissa intrigante: Optimus Prime, o líder Autobot, descobre que seu planeta natal, Cybertron, está morto e que ele mesmo é, em parte, o responsável. Para trazer Cybertron de volta à vida, ele precisa encontrar um artefato na Terra, o que o leva a um conflito que envolve humanos, Decepticons e uma história secreta que se conecta à mitologia Arturiana. A trama principal, sem grandes spoilers, mantém um ritmo frenético de ação, misturando a luta pela sobrevivência de Cybertron com conflitos terrestres que envolvem o grupo de humanos que são, a cada filme, mais próximos ao centro da ação.
A direção de Bay, como era de se esperar, é um turbilhão visual. As cenas de ação são elaboradas, grandiosas e cheias de efeitos especiais, mas a estética exagerada, já assinatura do diretor, começa a se mostrar exaustiva. Em 2025, analisando com o olhar do tempo, fica claro que esse estilo, embora tenha sido marcante em sua época, sofre de uma certa falta de sutileza que pesa contra a narrativa. A montagem frenética, tão característica de Bay, às vezes prejudica a clareza da ação, deixando o espectador perdido em meio à explosão de imagens. O roteiro, assinado por Art Marcum, Matt Holloway e Ken Nolan, apresenta uma ambição narrativa gigantesca, tentando equilibrar mitologia arturiana, conspirações governamentais e a épica luta pela sobrevivência de uma raça alienígena. A ambição, no entanto, não se traduz necessariamente em coerência, resultando em uma trama confusa e, em momentos, pouco convincente. O excesso de informações e a complexidade da história sobrecarregam o espectador, diluindo o impacto emocional que um filme dessa escala deveria gerar.
Apesar das falhas no roteiro e direção, o elenco entrega atuações competentes, considerando o contexto. Mark Wahlberg, como Cade Yeager, e Anthony Hopkins, como Sir Edmund Burton, demonstram carisma e se esforçam para trazer profundidade a personagens que, em certos aspectos, são caricatos. A dublagem de Peter Cullen como Optimus Prime continua impecável, transmitindo a força e a nobreza do personagem. Mas, mesmo com o esforço do elenco, os diálogos soam, muitas vezes, artificiais e pouco inspirados, reforçando o sentimento de que a narrativa se perde em meio ao excesso de efeitos visuais.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Michael Bay |
| Roteiristas | Art Marcum, Matt Holloway, Ken Nolan |
| Produtores | Lorenzo di Bonaventura, Don Murphy, Ian Bryce, Tom DeSanto |
| Elenco Principal | Mark Wahlberg, Laura Haddock, Peter Cullen, Anthony Hopkins, Erik Aadahl |
| Gênero | Ação, Aventura, Ficção científica |
| Ano de Lançamento | 2017 |
| Produtoras | Paramount Pictures, di Bonaventura Pictures, Ian Bryce Productions, DeSanto/Murphy Productions, Hasbro |
A força de Transformers: O Último Cavaleiro reside, sem dúvida, nas cenas de ação. As batalhas entre Autobots e Decepticons são espetaculares, utilizando efeitos especiais de alta qualidade, que em 2017 impressionaram, mas em 2025 demonstram que a tecnologia avançou ainda mais. A relação entre os robôs e os personagens humanos, embora pouco explorada e superficial em muitos aspectos, consegue gerar alguns momentos de conexão emocional. Por outro lado, a fraqueza do filme está exatamente na sua narrativa complexa e confusa. A tentativa de mesclar a mitologia arturiana com a ficção científica resulta em uma salada de referências pouco orgânicas e que, no final das contas, subtraem do impacto da história principal. A quantidade de personagens e subtramas paralelas também contribui para a desorganização geral da trama.
O filme, lançado em 2017, foi recebido com críticas mistas. Alguns o consideraram puro entretenimento escapista, outros, um fracasso narrativo. Em 2025, essa percepção se mantém, com a distância permitindo uma análise mais fria e objetiva de suas virtudes e defeitos. A mensagem central do filme, ainda que mal desenvolvida, gira em torno da responsabilidade e das consequências das nossas ações. O peso da história de Cybertron e o próprio sacrifício de Optimus Prime, embora perdidos em meio a tanto caos, ecoam a necessidade de reconhecer os nossos erros e lutar para consertá-los.
Em resumo, Transformers: O Último Cavaleiro é uma montanha-russa visualmente impressionante, mas narrativamente desorganizada. Se você busca uma experiência de ação pura e sem grandes pretensões narrativas, talvez se divirta. Se, no entanto, espera um filme com uma trama coesa e personagens bem desenvolvidos, sugiro buscar alternativas em plataformas de streaming. No fim das contas, o filme permanece um capítulo polêmico na franquia Transformers, um exemplo de como efeitos visuais de primeira não compensam uma história confusa e mal-construída. Em 2025, a obra é um reflexo de seu tempo: uma produção ambiciosa, mas que peca na execução.




