Explosão no Trem-Bala: Uma Corrida Contra o Tempo que Quase Desanda
O ano é 2025. Já faz alguns meses que Explosão no Trem-Bala chegou aos cinemas brasileiros e, apesar do burburinho inicial, o filme parece ter caído num relativo silêncio. É uma pena, porque, mesmo com seus defeitos, essa produção nipônica dirigida por Shinji Higuchi oferece uma experiência tensa e visualmente competente, embora, em certos momentos, previsível demais.
A trama, em poucas palavras, gira em torno de um trem-bala em alta velocidade rumo a Tóquio que se torna um alvo mortal quando uma bomba é acionada. A ameaça: a explosão é iminente se a velocidade cair abaixo dos 100km/h. A partir daí, assistimos a uma frenética corrida contra o tempo, enquanto as autoridades tentam solucionar o enigma do explosivo e salvar centenas de vidas a bordo. A premissa, por si só, já é bastante envolvente, carregando aquela carga dramática inerente aos clássicos filmes de desastre.
A direção de Higuchi é, sem dúvida, o ponto alto do longa. A estética visual é impecável, a fotografia capta a claustrofobia do trem e a urgência da situação com maestria. As cenas de ação, embora frenéticas, são coreografadas com precisão, evitando a confusão visual que frequentemente assola produções deste gênero. Entretanto, a narrativa, escrita por Nakagawa Kazuhiro e Ōba Konomitsu, é onde o filme tropeça. Apesar do ritmo acelerado, a trama peca em profundidade emocional. As personagens, apesar de bem interpretadas por um elenco que inclui nomes como Tsuyoshi Kusanagi, 尾野真千子 e 要潤, são, muitas vezes, arquétipos rasos, vítimas de um roteiro que prioriza a ação em detrimento do desenvolvimento psicológico. Li superficialidade nesse trabalho, e me faltou a emoção genuína que um filme de tamanha dimensão dramática deveria proporcionar.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Shinji Higuchi |
| Roteiristas | 中川和博, 大庭功睦 |
| Produtor | 石塚紘太 |
| Elenco Principal | Tsuyoshi Kusanagi, 尾野真千子, 要潤, Non, Kanata Hosoda |
| Gênero | Ação, Thriller, Crime, Drama |
| Ano de Lançamento | 2025 |
| Produtoras | Netflix, EPISCOPE |
A comparação com outros filmes do gênero, como os clássicos “Speed” e “Trem Fantasma”, é inevitável. Enquanto Explosão no Trem-Bala copia alguns elementos narrativos, fica claro que não consegue replicar a mesma profundidade emocional e a construção de suspense que esses filmes conseguiram. A inspiração está lá, evidente, mas a execução carece daquela chispa que transformaria o conjunto num filme verdadeiramente memorável. Concordo com a crítica que aponta uma priorização do aspecto técnico em detrimento do humano; falta coração à obra.
Ainda assim, há méritos a serem reconhecidos. A atmosfera claustrofóbica e a tensão constante conseguem prender o espectador durante boa parte do filme. A construção visual e o trabalho de direção são fatores que elevam a produção acima da média. No entanto, a falta de desenvolvimento dos personagens e a previsibilidade da trama acabam por prejudicar o impacto final.
Em resumo, Explosão no Trem-Bala é um filme de ação competente, tecnicamente bem-feito e com uma premissa promissora. No entanto, a falta de profundidade emocional e a narrativa um tanto previsível impedem que ele alcance o seu pleno potencial. Recomendo a sua visualização para fãs do gênero que apreciam filmes de ação visualmente impactantes, mas aqueles que buscam uma experiência narrativa mais rica e complexa, talvez se sintam decepcionados. Uma boa sessão de pipoca, mas pouco mais do que isso.




