Tripla Ameaça: Uma Ode à Coreografia de Pancadas, Mesmo com um Roteiro Simples
Seis anos se passaram desde que assisti a Tripla Ameaça (2019) e, confesso, a memória do impacto visual ainda me assombra. A promessa de um filme de ação com Tony Jaa, Iko Uwais e Scott Adkins no mesmo elenco era, para um fã de artes marciais como eu, irresistível. E o resultado, apesar de alguns tropeços previsíveis, é uma experiência frenética e viciante, daquelas que te deixam sem fôlego até os créditos finais. A trama gira em torno da filha de um bilionário que se torna alvo de um cartel, e sua segurança fica a cargo de três mercenários implacáveis – cada um com seus próprios motivos para aceitar o trabalho.
A Orquestra de Punhos e Chutes
A direção de Jesse V. Johnson é o coração pulsante de Tripla Ameaça. Ele entende que o filme não precisa de um roteiro complexo para funcionar. A história é, sim, simples – quase esquemática – mas Johnson a utiliza como uma estrutura para coreografias de luta absolutamente impecáveis. Aqui, a simplicidade do enredo se transforma em uma virtude, permitindo que a ação seja o foco absoluto. A edição frenética, que em outros filmes poderia ser um defeito, aqui funciona como uma extensão das sequências de luta, intensificando a experiência. As câmeras se movem em conjunto com os corpos dos lutadores, registrando cada golpe com uma precisão cirúrgica.
O roteiro, escrito por Joey O’Bryan, Fangjin Song e Paul Staheli, não se preocupa em criar personagens extremamente profundos. São arquétipos, sim, mas funcionam dentro da lógica do gênero. Cada um dos três mercenários (brilhantemente interpretados por Tony Jaa, Iko Uwais e Scott Adkins) possui um estilo de luta distinto e complementa o dos outros, criando uma sinfonia de pancadas e chutes de tirar o fôlego. A presença de Michael Jai White e de Chen Hu adiciona peso à produção, elevando a qualidade das lutas e a credibilidade do elenco.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Jesse V. Johnson |
Roteiristas | Joey O'Bryan, Fangjin Song, Paul Staheli |
Produtores | Mike Gabrawy, Gary Hamilton, Chen Sylen Hwa, Sheldon Pang, Michael G. Selby, He Shi, Elliot Tong Ming-Kei, Ying Ye |
Elenco Principal | Tony Jaa, 陈虎, Iko Uwais, Scott Adkins, Michael Jai White |
Gênero | Thriller, Ação |
Ano de Lançamento | 2019 |
Produtoras | Hamilton Entertainment, Kungfuman Culture Media, Aurora Alliance Films, SC Films Thailand Co., FJ Media Group, Gamegoo Pictures |
Pontos Fortes e Fracos: Um Equilíbrio Delicado
O maior trunfo de Tripla Ameaça é, sem sombra de dúvidas, a coreografia das lutas. A combinação de estilos de luta – Muay Thai, Pencak Silat, Wushu, e outras – resulta em uma sequência visualmente impressionante. Cada luta é uma aula de cinema de ação, carregada de criatividade e energia bruta. A química entre os atores é palpável, transmitindo a sensação de uma verdadeira equipe em ação.
Por outro lado, o roteiro, como já mencionei, é minimalista demais. Falta profundidade nos personagens secundários, e a motivação de alguns antagonistas é pouco explorada. Apesar disso, a falta de complexidade narrativa não compromete o prazer de assistir à sequência de lutas bem elaboradas. É um filme que entende seu próprio gênero e entrega o que promete – ação intensa e visceral.
Temas e Mensagens: A Busca Pela Redenção
Embora não seja um filme que se debruce em análises filosóficas profundas, Tripla Ameaça aborda sutilmente a temática da redenção. Cada um dos mercenários carrega seus próprios fantasmas, e o trabalho de proteger a filha do bilionário funciona como uma espécie de jornada de autodescoberta e possível purificação. É uma camada subjacente ao espetáculo visual, que não compromete a experiência principal, mas adiciona uma pequena dose de complexidade.
Conclusão: Vale a Pena Assistir?
Se você busca um filme de ação puro e simples, sem enrolação e com lutas coreografadas de forma magistral, Tripla Ameaça é uma ótima pedida. As imperfeições no roteiro são facilmente perdoáveis diante da qualidade excepcional das sequências de ação. Não espere uma narrativa profunda ou personagens memoráveis, mas prepare-se para uma experiência cinematográfica visceral e eletrizante. Recomendo fortemente assistir – disponível em várias plataformas digitais – e deixar que a força bruta e a elegância das artes marciais te transportem. A qualidade da produção, incluindo o trabalho de atores como Tony Jaa e Iko Uwais, mais que compensa as eventuais falhas do roteiro. Para os amantes de ação, a experiência vale cada minuto.