Trolls: Uma Ode à Alegria (e ao Marketing) – Resenha de 2025
Nove anos se passaram desde que os coloridos e extravagantes Trolls invadiram nossas telas em 2016. Lembro-me bem da expectativa, do frenesi da divulgação – e, devo admitir, daquela pontinha de ceticismo. Um filme baseado em bonecos, com músicas pop… parecia receita para desastre comercial disfarçado de diversão infantil. Mas, curiosamente, Trolls se tornou um fenômeno, gerando sequências e produtos que invadiram o mercado. E olhando para trás, em 2025, me pego repensando minha inicial descrença.
O filme acompanha Poppy, uma otimista líder troll, e Branch, um cínico sobrevivente, em uma jornada de autodescoberta e amizade. Ambientada num universo vibrante e surreal, a trama envolve uma ameaça aos Trolls e uma busca por um bem precioso. Sem entrar em detalhes que possam estragar a experiência para quem ainda não assistiu, posso dizer que a aventura é divertida, repleta de ação, e mais inteligente do que muitos filmes animados contemporâneos.
A direção de Mike Mitchell, embora não inovadora em termos de técnica, é competente em criar uma atmosfera lúdica e envolvente. A animação, para os padrões de 2016, é bem feita, com personagens expressivos e um visual chamativo, que agrada tanto a crianças quanto a adultos. O roteiro de Glenn Berger e Jonathan Aibel equilibra aventura, comédia e momentos emocionais com um acerto admirável, evitando o tom piegas e sentimentalóide tão comum nesse tipo de produção.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Mike Mitchell |
| Roteiristas | Glenn Berger, Jonathan Aibel |
| Produtora | Gina Shay |
| Elenco Principal | Anna Kendrick, Justin Timberlake, Zooey Deschanel, Christopher Mintz-Plasse, Christine Baranski |
| Gênero | Família, Animação, Fantasia, Aventura, Comédia, Música |
| Ano de Lançamento | 2016 |
| Produtora | DreamWorks Animation |
As atuações de voz são um destaque. Anna Kendrick e Justin Timberlake demonstram uma química perfeita como Poppy e Branch, respectivamente. A voz de Kendrick transborda alegria e energia, enquanto Timberlake consegue ser hilariantemente cínico e, ao mesmo tempo, vulnerável. O elenco de apoio, com nomes como Zooey Deschanel e Christopher Mintz-Plasse, complementam o trabalho com atuações eficazes.
A força de Trolls está justamente nesse equilíbrio. É um filme que abraça sua superficialidade sem vergonha, usando-a como veículo para abordar temas como a importância da amizade, a superação do medo e a aceitação da diferença. A trilha sonora, repleta de sucessos pop reinterpretados, é um dos grandes trunfos, funcionando como um elemento narrativo e uma experiência sensorial deliciosa.
Contudo, não posso ignorar o elefante cor-de-rosa na sala: o apelo comercial exacerbado. Aquele comentário sobre ser um “wet dream for marketeers” – com o qual concordo, em parte – é pertinente. O filme transpira mercadoria, com os bonecos Trolls em cada esquina, sugerindo uma produção feita para impulsionar a venda de produtos. Talvez isso explique o sucesso estrondoso, mas também configura uma fraqueza, pois a preocupação comercial pode, em certos momentos, ofuscar a narrativa.
Em resumo, Trolls é um filme divertido, charmoso e surpreendentemente comovente. Apesar de sua óbvia função como máquina de marketing, ele entrega uma experiência cinematográfica satisfatória, com uma mensagem positiva sobre a importância da amizade e da aceitação de si mesmo. Recomendo-o para famílias com crianças, fãs de musicais animados e para aqueles que apreciam uma boa dose de positividade, mesmo que embalada com um forte aroma de lucro. Disponível em diversas plataformas digitais desde seu lançamento em 27 de outubro de 2016, Trolls permanece uma opção sólida de entretenimento para toda a família, nove anos após sua estreia.




