Truque de Mestre – O 3° Ato

Truque de Mestre: O 3º Ato – Um retorno mágico, mas com alguns truques falhos

Preparem-se, amantes da mágica e da adrenalina! No dia 13 de novembro de 2025, finalmente pudemos testemunhar o retorno dos Quatro Cavaleiros em “Truque de Mestre: O 3º Ato”. Este terceiro ato promete – e em grande parte cumpre – a promessa de um thriller repleto de reviravoltas, ilusões deslumbrantes e uma trama que gira em torno de uma joia de valor inestimável. A sinopse oficial já entrega o básico: uma nova geração de ilusionistas se junta aos veteranos em um golpe audacioso, repleto de suspense e com uma série de surpresas que vão deixar vocês boquiabertos. Mas, como todo bom truque de mágica, a execução nem sempre é perfeita.

Ruben Fleischer, na direção, entrega uma estética visualmente impactante. Há uma energia frenética que acompanha as sequências de ação e os momentos mágicos, que são, sem dúvida, o ponto alto do filme. As cenas de ilusionismo são elaboradas, criativas e, muitas vezes, brilhantemente coreografadas, fazendo jus à tradição da franquia. No entanto, em alguns momentos, a câmera oscila demais, prejudicando a clareza de algumas sequências mais complexas. A edição, por vezes, se mostra apressada, sacrificando a construção de tensão em prol de um ritmo acelerado que, em alguns momentos, se torna cansativo.

O roteiro, assinado por Michael Lesslie, Seth Grahame-Smith e Eric Warren Singer, é uma montanha-russa. A trama é intrincada e cheia de reviravoltas, e, embora a maioria das peças se encaixe de forma satisfatória, senti que algumas subtramas poderiam ter sido melhor exploradas, ou até mesmo cortadas. A construção de alguns personagens se torna superficial, deixando a desejar na profundidade emocional que a franquia já demonstrou em seus antecessores.

As atuações são, em sua maioria, sólidas. Jesse Eisenberg, Woody Harrelson e Dave Franco retornam com a mesma química explosiva que os consagrou, embora, para minha surpresa, o personagem de Eisenberg pareça ter perdido um pouco daquela cintilância sarcástica que o tornou icônico. Isla Fisher retorna com a graça e habilidade que sempre a caracterizaram, enquanto Justice Smith, como o novo membro da equipe, se mostra promissor, acrescentando uma dinâmica interessante ao grupo.

O maior trunfo de “Truque de Mestre: O 3º Ato” reside em sua capacidade de surpreender. Mesmo com o roteiro às vezes irregular, a trama te mantém em constante alerta, com várias reviravoltas que realmente pegam o público de surpresa. Porém, em contraponto, o filme peca em alguns detalhes. A resolução de algumas pontas soltas se mostra apressada e anti-climática, e o final, embora grandioso, não consegue atingir a mesma força emotiva dos filmes anteriores. A construção do antagonista deixa a desejar em termos de desenvolvimento e motivação, tornando-o pouco memorável.

O filme explora temas como a justiça, a redenção e a natureza da ilusão, tanto no palco quanto na vida real. Ele questiona a linha tênue entre a verdade e a manipulação, reforçando a ideia de que a percepção da realidade é tão importante quanto a realidade em si. Porém, esses temas, embora presentes, não são explorados com a profundidade que mereciam, o que é uma pena, considerando o potencial do roteiro.

No geral, “Truque de Mestre: O 3º Ato” é um entretenimento palatável, mas não uma obra-prima. É um filme que diverte, prende a atenção e oferece algumas sequências de ilusionismo verdadeiramente memoráveis. Entretanto, o roteiro irregular e algumas escolhas de direção comprometem o potencial da obra. Recomendo para quem é fã da franquia e busca uma experiência de entretenimento leve, mas avisando que não se trata de um filme tão impecável quanto seus antecessores. A magia está lá, mas com alguns truques visivelmente falhos. Se você espera uma conclusão épica e perfeita para a saga, pode se sentir um pouco frustrado. Mas, se você busca um bom filme de suspense, com algumas sequências de ação e ilusionismo de tirar o fôlego, vá em frente e assista. Você não vai se arrepender completamente.