Twisted Metal

Twisted Metal: Uma Comédia Pós-Apocalíptica que Acerta e Erra no Caminho

Confesso que cheguei a Twisted Metal com expectativas moderadas. Adaptação de um jogo cult, a série de 2023 prometia ação frenética e humor ácido num cenário pós-apocalíptico. E, em parte, entregou. Mas, como uma boa demolição de carro em alta velocidade, a série também deixou um rastro de destroços, alguns mais lamentáveis do que outros.

A sinopse, sem spoilers, é simples: um entregador, John Doe (Anthony Mackie, competente em seu papel de anti-herói relutante), precisa atravessar um mundo devastado para levar um pacote misterioso a um destino incerto. O que ele encontra pelo caminho é uma galeria de personagens excêntricos e violentos, incluindo o icônico Sweet Tooth (Nuufolau Joel Seanoa e a voz inconfundível de Will Arnett), e a misteriosa Quiet (Stephanie Beatriz, brilhante como sempre). Essa premissa básica sustenta uma temporada de dez episódios que oscilam entre momentos de pura adrenalina e outros de humor escrachado, nem sempre com sucesso.

A direção é um tanto irregular. Há sequências de ação bem coreografadas, com explosões e perseguições de tirar o fôlego, e outras que parecem apressadas, com cortes bruscos que prejudicam a imersão. O roteiro, por sua vez, sofre de uma inconsistência similar. Há piadas hilárias, diálogos ágeis e momentos genuinamente emocionantes, mas também há passagens que se perdem em diálogos expositivos e personagens pouco desenvolvidos. A trama principal, por vezes, se perde em subplots que, apesar de interessantes individualmente, não se integram perfeitamente à narrativa principal, deixando uma sensação de fragmentação.

AtributoDetalhe
CriadoresPaul Wernick, Michael Jonathan Smith, Rhett Reese
Elenco PrincipalAnthony Mackie, Stephanie Beatriz, Nuufolau Joel Seanoa, Will Arnett, Anthony Carrigan
GêneroAction & Adventure, Comédia
Ano de Lançamento2023
ProdutorasPlayStation Productions, Electric Avenue, Sony Pictures Television, Artists First, Inspire Entertainment, Universal Television, Make It With Gravy Productions, Wicked Deed, Reese Wernick Productions

Apesar das falhas do roteiro, o elenco salva a pele da série em diversos momentos. Anthony Mackie entrega uma performance crível, dando profundidade a um personagem que poderia facilmente cair na caricatura. Stephanie Beatriz, como sempre, brilha, trazendo sarcasmo e resiliência à Quiet. Mas é Will Arnett como a voz de Sweet Tooth que rouba a cena, com sua interpretação maluca e hilária. Anthony Carrigan como Calypso, por outro lado, acaba ficando um tanto unidimensional, perdendo a oportunidade de explorar o potencial de um personagem tão intrigante.

Falando dos pontos fortes, a série acerta em cheio na atmosfera. O mundo pós-apocalíptico de Twisted Metal é visualmente impactante, com cenários detalhados e uma paleta de cores que equilibra o grotesco com o bizarro. A estética, claramente inspirada no jogo, é um trunfo. O humor, embora às vezes exagerado, funciona na maioria das vezes, criando um tom único que mistura ação e comédia com maestria.

Já os pontos fracos são, como mencionei, a inconsistência na direção e no roteiro, além da falta de aprofundamento em alguns personagens secundários. A crítica que li sobre a série, que dizia que o protagonista masculino é constantemente eclipsado por uma perspectiva feminista, me parece equivocada. A série não se concentra em uma “mensagem” específica, mas sim na jornada de personagens complexos, com suas motivações e falhas. Não existe uma tentativa de forçar uma narrativa progressista, e sim de retratar as personagens de forma verossímil e multifacetada.

Em termos de temas, a série aborda a busca por redenção, a importância da amizade e a fragilidade da esperança num mundo caótico. Não são temas inovadores, mas são explorados de maneira eficiente, principalmente através do desenvolvimento de John Doe. A série, lançada em 2023, gerou uma recepção mista pela crítica, com alguns elogiando a ação e o humor, e outros criticando a narrativa irregular. De fato, reflete essa dualidade.

Em conclusão, Twisted Metal é uma experiência divertida, ainda que irregular. Se você gosta de ação frenética, humor ácido e personagens excêntricos, provavelmente vai se divertir. A série não recria a magia do jogo, mas cria uma identidade própria, com suas qualidades e defeitos. Recomendo, principalmente, para aqueles que buscam um entretenimento leve e despretensioso, sem exigir uma narrativa profunda e consistente. Apesar de suas falhas, a experiência final é bastante satisfatória e, olhando em retrospecto, de hoje, 16/09/2025, lembro mais dos momentos hilários e das cenas de ação memoráveis do que dos deslizes narrativos. Vale a pena a maratona, especialmente em plataformas digitais de streaming.

Trailer Oficial

Capa do trailer de Twisted Metal
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