Um Estranho em Nossa Cama: Um thriller que te prende, mas não te conquista completamente
Confesso, quando vi a sinopse de Um Estranho em Nossa Cama, minhas antenas de cinéfilo se agitaram. Um thriller psicológico com toques de mistério, uma protagonista presa em um casamento sufocante, um amante que desaparece… Parecia a receita perfeita para uma noite de suspense garantido. Lançado em 2022, o filme, dirigido por Giles Alderson e estrelado por uma Emily Berrington que se mostra bastante competente, chegou às plataformas digitais e, olhando para trás, em 15/09/2025, posso dizer que a experiência foi… intrigante, mas não totalmente satisfatória.
A história acompanha Charlotte, uma mulher presa em um casamento opressivo, que encontra consolo nos braços de Tom. Quando Tom some misteriosamente, Charlotte, com a ajuda da irmã de Tom, Isadora, mergulha em uma investigação que os leva a um turbilhão de segredos e perigos. A trama é basicamente isso, uma sucessão de reviravoltas que mantém você na ponta da cadeira. É interessante o suficiente para você querer saber o que acontecerá a seguir, mas não surpreendente o bastante para te deixar realmente de boca aberta.
A direção de Giles Alderson é competente, construindo a atmosfera de suspense com maestria. A fotografia, em tons escuros e sombrios, reforça a sensação de claustrofobia e perigo iminente. Porém, senti falta de um toque de originalidade na execução. A narrativa, apesar de fluida, se apoia demais em clichês do gênero. Já vimos esse tipo de jogo de gato e rato antes, e, embora bem filmado, o roteiro de Samantha Lee Howe, apesar de apresentar algumas reviravoltas interessantes, não consegue se libertar completamente dessas armadilhas narrativas previsíveis.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Giles Alderson |
Roteirista | Samantha Lee Howe |
Produtores | Terri Dwyer, Dean Fisher |
Elenco Principal | Emily Berrington, Ben Lloyd-Hughes, Samantha Bond, Joseph Marcell, Nina Wadia |
Gênero | Thriller, Mistério |
Ano de Lançamento | 2022 |
As atuações são o ponto alto do filme. Emily Berrington entrega uma performance convincente como Charlotte, transmitindo a fragilidade e a força da personagem com precisão. Ben Lloyd-Hughes também está bem como Tom, mesmo com o pouco tempo de tela. Samantha Bond, como Isadora, rouba a cena com sua interpretação complexa e cheia de nuances. O resto do elenco cumpre seu papel com profissionalismo.
O filme, entretanto, peca na profundidade. Os personagens, apesar de bem interpretados, carecem de uma exploração mais aprofundada. A motivação dos vilões, por exemplo, fica um pouco vaga, o que prejudica o impacto emocional da trama. Há um potencial para explorar temas complexos como a opressão em relacionamentos abusivos e a busca pela identidade, mas o roteiro não aprofunda o suficiente nesses aspectos. Os temas ficam na superfície, e embora a mensagem contra o abuso esteja presente, ela poderia ter sido trabalhada com mais sutileza e impacto.
Um dos pontos fracos reside, também, na previsibilidade da trama. Embora haja reviravoltas, elas são, na sua maioria, antecipáveis por qualquer pessoa minimamente familiarizada com o gênero thriller. Essa previsibilidade compromete a experiência de assistir ao filme, que, no final, se torna um pouco cansativo. Em resumo, Um Estranho em Nossa Cama é um thriller mediano. Ele te entreterá por um tempo, mas dificilmente te deixará com a sensação de ter assistido a algo verdadeiramente memorável. A produção, aparentemente, não teve um grande impacto na crítica, o que se reflete na sua ausência de premiações e de repercussão mais ampla em 2022 e nos anos seguintes.
Recomendaria o filme para quem procura um thriller leve para uma noite de entretenimento sem muitas expectativas. Se você espera algo inovador ou profundamente impactante, talvez seja melhor procurar outra opção na vasta biblioteca de streaming disponível em 2025. No entanto, para os fãs de thrillers tradicionais, ele serve como uma opção razoável para uma tarde de suspense. Em suma, é um filme “assistível”, mas não um “imperdível”.