Um Presente da Tiffany

Ah, o Natal em Nova York. Existe algo mais clichê e, ao mesmo tempo, mais irresistivelmente encantador? É aquela época do ano em que a cidade pulsa com uma energia diferente, com luzes piscando, o frio cortante que te convida a um chocolate quente e a promessa de que qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, pode acontecer. É nesse cenário mágico, ou talvez eu devesse dizer “magicamente caótico”, que Um Presente da Tiffany (que chegou ao Brasil em 8 de dezembro de 2022) se desenrola, e, vou te dizer, como um entusiasta incorrigível de histórias de amor natalinas com um toque de imperfeição humana, eu simplesmente não pude resistir a mergulhar de cabeça.

Por que escrever sobre um filme de Natal quase três anos depois do seu lançamento? Porque algumas histórias, como um bom casaco de inverno, nos aquecem o coração sempre que as encontramos. E essa, dirigida por Daryl Wein e com roteiro de Tamara Chestna, produzida pela Hello Sunshine de Reese Witherspoon, tem aquele brilho particular, aquele perfume de biscoito recém-assado que nos faz querer revisitá-la. Não é apenas mais uma comédia romântica; é um mergulho em como um pequeno erro pode desencadear uma cascata de autodescoberta, dor e, sim, muito amor.

A premissa, você já deve imaginar, é daquelas que te prendem logo de cara, daquelas que o destino adora pregar peças na vida real também, sabe? No frenesi da véspera de Ano Novo, dois homens, Gary (Ray Nicholson) e Ethan (Kendrick Sampson), correm para a Tiffany’s, cada um buscando o anel de noivado “perfeito”. Mas, como a vida adora uma reviravolta digna de roteiro, um acidente de carro no trânsito engarrafado de Nova York e uma confusão de sacolas trocam o destino desses anéis. Gary deveria propor casamento à sua namorada Rachel (Zoey Deutch), uma escritora batalhando contra um bloqueio criativo, enquanto Ethan planejava pedir a mão de Vanessa (Shay Mitchell), uma mulher que, bem, talvez não fosse o amor da sua vida. O problema é que o anel que Ethan, um talentoso padeiro e pai solteiro, pegou por engano era o dele, feito para Rachel.

E aqui começa a verdadeira dança. Rachel, interpretada com uma mistura adorável de sarcasmo e vulnerabilidade por Zoey Deutch, se vê com um anel deslumbrante que não pertence à sua história de amor com Gary, um sujeito que, vamos ser francos, parece mais preocupado em manter as aparências do que em nutrir a alma dela. A performance de Deutch é um dos pilares do filme; ela nos faz torcer por Rachel, sentir sua frustração com o bloqueio de escritor e a sutil decepção com seu relacionamento. Por outro lado, Kendrick Sampson entrega um Ethan que é a definição de um bom partido: gentil, atencioso, um padeiro que faz pães incríveis e, acima de tudo, um pai dedicado à pequena Daisy (Leah Sava Jeffries, que rouba a cena com sua doçura e maturidade precoce). Ethan carrega o luto pela morte de sua esposa, e essa dor subjacente dá uma profundidade inesperada à sua busca por um novo amor, ou talvez, por o amor verdadeiro.

Atributo Detalhe
Diretor Daryl Wein
Roteirista Tamara Chestna
Produtoras Reese Witherspoon, Lauren Neustadter
Elenco Principal Zoey Deutch, Kendrick Sampson, Ray Nicholson, Leah Sava Jeffries, Shay Mitchell
Gênero Romance, Comédia, Drama
Ano de Lançamento 2022
Produtoras Hello Sunshine, Amazon Studios, CatchLight Studios

O filme não se esquiva de tocar em temas pesados, mesmo em seu disfarce de comédia romântica natalina. A dor de Ethan como viúvo e pai solteiro é palpável, mas nunca melodramática. Vemos a luta de Rachel para encontrar sua voz como escritora, e como o anel roubado se torna um catalisador para ela questionar sua própria vida, suas relações, suas expectativas. A química entre Deutch e Sampson é inegável, daquele tipo que te faz prender a respiração a cada troca de olhares, a cada sorriso desajeitado, a cada encontro aparentemente acidental. Você sente o calor da conexão nascendo, a faísca que não estava lá antes.

A direção de Daryl Wein é elegante, capturando a efervescência de Nova York no Natal sem deixar que a cidade engula a intimidade dos personagens. Há um cuidado em mostrar os detalhes – a massa do pão na padaria de Ethan, o brilho das vitrines da Tiffany’s, a neve caindo suavemente –, que nos transportam para dentro da história. E o roteiro de Tamara Chestna, embora use um tropo conhecido (o do “mix-up”), o faz com uma inteligência e um coração que evitam o clichê fácil. As conversas entre Rachel e Ethan são orgânicas, cheias de humor e de uma honestidade que raramente vemos em filmes do gênero. Eles não se apaixonam apenas por aparências, mas por suas vulnerabilidades, suas paixões, suas vidas reais e complicadas.

Um Presente da Tiffany é mais do que apenas um conto sobre um anel de noivado perdido e encontrado. É sobre o que realmente valorizamos em um relacionamento, sobre a coragem de deixar o passado para trás e abraçar novas possibilidades, mesmo quando elas chegam embrulhadas em uma confusão. É sobre a beleza de encontrar o presente certo na pessoa certa, e não necessariamente na caixa certa. É um filme que me fez rir, me emocionou e, acima de tudo, me lembrou que a vida, assim como o amor, muitas vezes nos surpreende com os presentes mais inesperados, mesmo quando pensamos que já temos tudo planejado. E, convenhamos, num mundo que muitas vezes parece cinzento, um pouco de magia natalina com um toque de amor verdadeiro é um presente que a gente aceita de bom grado, não é mesmo?

Trailer

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