Undryable Younger Cousin

Pôster com duas mulheres deitadas. Uma sorri para a câmera, a outra parece em êxtase com olhos fechados e boca aberta. Clima íntimo e sensual.

Ah, Undryable Younger Cousin. Sabe, algumas obras chegam até a gente de um jeito quase sorrateiro, sem o estardalhaço das grandes produções, e ficam ali, ecoando em algum canto da nossa mente muito tempo depois que os créditos sobem. E é justamente por isso que me pego aqui, anos depois do seu lançamento em 2021, a destrinchar um pouco do que esse filme, dirigido por Choi Sung-eun, me fez sentir e pensar. Não é um filme para todos os gostos, eu sei, e nem tem a pretensão de ser, o que, para mim, já é um ponto a seu favor.

A gente vive num tempo onde o cinema parece, por vezes, ter medo de pisar em terrenos escorregadios, de explorar as zonas cinzentas da existência humana com uma honestidade brutal. Undryable Younger Cousin, com seu gênero Drama e aquela palavrinha-chave que já nos alerta para a sua natureza – “softcore” –, não tem esse receio. Ele se aventura por uma paisagem emocional que é complexa, por vezes desconfortável, mas inegavelmente humana. E é nessa exploração da vulnerabilidade, dos desejos ocultos e das dinâmicas familiares que o filme realmente brilha, não pela nudez explícita, mas pela nudez da alma de seus personagens.

Lembro-me de ter terminado de assistir com uma sensação de peso no peito, mas também com uma curiosidade quase insaciável sobre as motivações por trás de cada olhar, cada toque, cada silêncio. Choi Sung-eun não nos entrega respostas fáceis, e é exatamente aí que reside a força do filme. Não há vilões ou mocinhos em preto e branco aqui; apenas pessoas, enredadas em suas próprias complexidades e em um emaranhado de relações que desafiam as convenções. É como observar um aquário onde cada peixe tenta nadar para um lado, mas todos estão confinados à mesma água, à mesma realidade. Há uma melancolia que permeia a tela, um ar de inevitabilidade que te prende do início ao fim.

O elenco, composto por 상우, Rika, Lee Min-woo e Park Hyun-jung, é a espinha dorsal dessa obra. Eles não apenas interpretam seus personagens; eles os habitam. Você sente a tensão nos ombros de 상우, a ambiguidade no sorriso de Rika, a fragilidade oculta por trás da aparente indiferença de Lee Min-woo e a quietude perturbadora de Park Hyun-jung. Não é uma atuação que grita por atenção, mas que se constrói em micro-expressões, em pausas carregadas de significado. É o tipo de performance que te faz questionar o que está realmente acontecendo por trás dos olhos de alguém, sabe? É a mão tremendo ligeiramente enquanto segura uma xícara de chá, o desvio do olhar em um momento crucial – são esses detalhes que constroem a verdade de seus papéis, em vez de um diálogo expositivo que nos contaria tudo mastigado.

AtributoDetalhe
DiretorChoi Sung-eun
Elenco Principal상우, Rika, Lee Min-woo, Park Hyun-jung
GêneroDrama
Ano de Lançamento2021

A direção de Choi Sung-eun é íntima, quase voyeurística. As câmeras se demoram nos rostos, nos gestos, nas pequenas interações que revelam muito mais do que as palavras. Não é um filme apressado; ele respira, permitindo que o espectador se familiarize com a atmosfera opressora e a sensualidade latente que permeia cada cena. É uma dança delicada entre o que é dito e o que é subentendido, entre o que é mostrado e o que é apenas sugerido, instigando nossa própria imaginação a preencher as lacunas. E não é essa uma das maiores qualidades do cinema? Aquela capacidade de nos fazer participar ativamente da narrativa, de não nos tratar como meros observadores passivos.

Claro, o aspecto “softcore” do filme pode afastar alguns. Mas seria um erro reduzi-lo a isso. A sexualidade aqui não é um fim em si mesma, mas uma manifestação, por vezes distorcida, de carência, afeto, poder ou desespero. Ela é mais uma camada adicionada a um drama já denso, uma ferramenta para aprofundar a compreensão dos dilemas dos personagens. É um mergulho nas profundezas de relacionamentos humanos que não cabem em caixas pré-definidas, que desafiam a moralidade convencional e que nos obrigam a confrontar nossos próprios preconceitos.

Então, o que permanece depois de ver Undryable Younger Cousin? Para mim, é a pergunta sobre o que nos conecta uns aos outros, sobre os laços invisíveis que nos prendem e as correntes que nos libertam. É a beleza bruta da imperfeição humana, a capacidade de encontrar poesia na dor e na complexidade. É um filme que, como um sussurro insistente, fica reverberando em seus pensamentos, te convidando a revisitar suas nuances, a discutir suas ambiguidades. E isso, meu amigo, é o sinal inequívoco de uma obra que tem alma e personalidade para dar e vender. É um filme para quem busca algo além do óbvio, algo que te cutuque e te faça sentir. E a gente, vira e mexe, precisa disso, né?

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