V/H/S/HALLOWEEN

Ah, o Dia das Bruxas. Para mim, sempre foi mais do que apenas uma desculpa para devorar quilos de doces e ostentar fantasias duvidosas. É um portal. Um véu tênue entre o que sabemos e o que sentimos que espreita nas sombras. É a época em que o terror, de alguma forma, parece mais palpável, mais convidativo. E é por isso que a franquia V/H/S sempre teve um cantinho especial e um tanto perturbador na minha estante mental. Afinal, quem melhor para destilar o pavor moderno do que essas antologias em found footage, que parecem desenterradas de alguma fita VHS corroída pelo tempo e pela maldade?

Mas, vamos falar sério: V/H/S/HALLOWEEN, o mais novo rebento da família, lançado neste vibrante outubro de 2025, não é apenas mais um capítulo. É uma declaração. E uma que, para ser honesto, me deixou com um nó na garganta, questionando os limites do que o horror pode e deve nos mostrar.

Sabe aquela sensação quando você está diante de algo que te choca, te incomoda profundamente, mas ao mesmo tempo você não consegue desviar os olhos? É exatamente isso que essa coletânea de pesadelos alcança. A franquia V/H/S sempre flertou com o mau gosto, claro. É parte de seu charme subversivo. Mas, dessa vez, Bryan M. Ferguson, Casper Kelly, Micheline Pitt-Norman, R.H. Norman, Alex Ross Perry, Paco Plaza e Anna Zlokovic – essa verdadeira constelação de mentes macabras na direção – decidiram empurrar o envelope até rasgá-lo.

O que acontece quando o espírito festivo do Dia das Bruxas se dissolve numa geleia de pavor? V/H/S/HALLOWEEN te joga de cabeça nessa piscina escura. Você acompanha histórias que começam com o cheiro adocicado de doces e a euforia da noite de truques ou travessuras, mas rapidamente descambam para um tipo de horror que é menos sobrenatural e mais… humano. E é aí que a coisa aperta.

AtributoDetalhe
DiretoresBryan M. Ferguson, Casper Kelly, Micheline Pitt-Norman, R.H. Norman, Alex Ross Perry, Paco Plaza, Anna Zlokovic
RoteiristasR.H. Norman, Micheline Pitt-Norman, Anna Zlokovic, Bryan M. Ferguson, Alberto Marini, Paco Plaza, Casper Kelly, Alex Ross Perry
ProdutoresBrad Miska, James Harris, Josh Goldbloom, Michael Schreiber, Roy Lee, Steven Schneider, Lewis Wardrop, Craig Butta, Derek Dauchy, Araceli Pérez-Rastrilla
Elenco PrincipalLawson Greyson, Sarah Nicklin, Jenna Hogan, Isabella Feliciana, Sean Berube
GêneroTerror, Thriller
Ano de Lançamento2025
ProdutorasShudder, Cinepocalypse, Bloody Disgusting, Studio71, Image Nation Abu Dhabi, Spooky Pictures, Speed Demon Productions

Em um dos segmentos que me deixou particularmente inquieto, a juventude e a inocência são apenas fachadas para algo muito mais sinistro. Lauren, vivida por Lawson Greyson, e Haley, interpretada por Jenna Hogan, nos mostram que nem toda criança é feita de açúcar e tempero. A forma como certas ações são retratadas, com uma crueza quase documental, me fez virar o rosto em alguns momentos, só para espiar de volta pelas frestas dos dedos. É o tipo de terror que não te deixa soltar um grito catártico; ele te congela, te faz pensar. Ele mostra que o mal não precisa de chifres e tridentes para ser eficaz. Ele pode ter o rosto de alguém que você encontra todo dia.

E não pense que o filme se contenta em ser apenas perturbador no plano psicológico. Não, ele vai além. Há um toque de bruxaria, de rituais profanos que parecem emergir diretamente de lendas sussurradas em fogueiras. Há a tortura, sim, porque, afinal, é um V/H/S, e eles não têm medo de exibir o lado mais grotesco da natureza humana. Isabella Feliciana como Brittany e Sarah Nicklin como Nancy, no segmento “Home Haunt”, trazem uma intensidade que eleva o desespero a um novo patamar, enquanto a presença imponente de Sean Berube como O Carrasco é de arrepiar os pelos da nuca, uma figura que encarna o terror puro.

Os roteiristas, incluindo os diretores e outros nomes como Alberto Marini, entregam uma série de narrativas que se entrelaçam com o tema do Dia das Bruxas, não como um pano de fundo fofinho, mas como o catalisador para os piores medos. A estética found footage, que já é marca registrada da franquia, aqui é usada com maestria para te colocar no centro do caos, fazendo você se sentir cúmplice, ou pior, a próxima vítima. O granulado da imagem, a distorção do áudio – tudo conspira para criar uma imersão visceral.

A produção, com titãs do gênero como Brad Miska e Roy Lee, sob a égide da Shudder e Bloody Disgusting, junto com outros parceiros como Image Nation Abu Dhabi, garante que, mesmo com a estética propositalmente amadora do found footage, a qualidade técnica seja impecável. Cada susto, cada cena de agonia, é cuidadosamente orquestrada para maximizar o impacto.

Este não é um filme para quem busca conforto ou uma noite de sustos descompromissados. É uma experiência que desafia, que provoca, que te faz questionar o que você considera “divertido” no gênero de terror. V/H/S/HALLOWEEN pega a inocência dos doces, das fantasias e da promessa de uma noite mágica, e a subverte, mostrando um lado sombrio e chocante que, para mim, é o verdadeiro espírito do Dia das Bruxas: aquilo que nos confronta com o inexplicável e o inaceitável, e nos força a olhar. E você, tá preparado pra ver o que ele te mostra? Eu, sinceramente, ainda estou processando.

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