Velocidade Mortal: Uma Bomba de Adrenalina com Combustível duvidoso
Em 2010, o diretor Kim Bass nos presenteou com Velocidade Mortal, um filme que, sem rodeios, se anuncia como uma mistura explosiva de Top Gun e Velozes e Furiosos. E, acreditem, ele cumpre a promessa – até certo ponto. A sinopse é simples: um grupo de jovens, ricos e velozes, usa suas habilidades de pilotagem e suas máquinas imponentes para contrabandear drogas do México para a Califórnia. Sua vida de ostentação, digna de um filme hollywoodiano, é ameaçada quando uma misteriosa garota entra em suas vidas, desencadeando uma perseguição frenética com a polícia no encalço.
A direção de Bass, que também assina o roteiro, é um ponto a ser discutido. Há uma energia palpável em algumas cenas de ação, especialmente as que envolvem as perseguições de alta velocidade e as manobras aéreas. Os efeitos especiais, considerando o ano de lançamento, se sustentam razoavelmente bem, entregando momentos de puro espetáculo. Porém, o roteiro é onde o filme patina. A trama é previsível, os personagens são estereotipados – o líder arrogante (Andrew Keegan como Strayger), o expert em tecnologia (Brandon Quinn como Rainman), a femme fatale (Natalia Cigliuti como Rosanna) e o típico “cara legal” (Nick Carter como Forman) – e o desenvolvimento da história é, digamos, apressado. A presença de Robert Patrick, lendário ator de filmes de ação, como um personagem com pouco espaço na trama, se torna quase um desperdício de talento.
As atuações são, em geral, condizentes com o gênero e o orçamento. Não espere interpretações shakespearianas, mas os atores entregam o mínimo necessário para manter a trama em movimento. Andrew Keegan, em particular, carrega a responsabilidade de ser o protagonista com uma performance que não chega a ser memorável, mas cumpre seu papel. Em outras palavras: as atuações não são o destaque, mas não atrapalham.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Kim Bass |
| Roteirista | Kim Bass |
| Produtores | Kevin Alexander Heard, Deanna Shapiro, Kim Bass |
| Elenco Principal | Andrew Keegan, Brandon Quinn, Natalia Cigliuti, Nick Carter, Robert Patrick |
| Gênero | Crime, Ação, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2010 |
| Produtora | Bass Entertainment Pictures |
Um dos pontos fortes de Velocidade Mortal é, sem dúvida, a energia. O filme te joga no meio da ação sem dó, apostando em sequências frenéticas que geram adrenalina no espectador. A fotografia também merece elogios, capturando a beleza dos cenários da Califórnia com maestria e, de certa forma, até ressaltando o perigo e a insanidade das ações dos personagens. Porém, o roteiro raso e o desenvolvimento precário dos personagens são os calcanhares de Aquiles do longa. A trama é previsível, falta profundidade emocional e os diálogos são, muitas vezes, superficiais.
Apesar de suas falhas, Velocidade Mortal tenta explorar temas como a amizade, a traição e as consequências de uma vida baseada em ilusões. A mensagem, por mais óbvia que seja, ainda ecoa: a busca desenfreada pelo sucesso e riqueza a qualquer custo pode ser uma estrada perigosa e autodestrutiva. Mas infelizmente, essa mensagem se perde em meio a explosões e perseguições, quase como um pensamento tardio. É como se o filme estivesse mais interessado em mostrar carros e aviões incríveis voando em alta velocidade do que em realmente explorar as complexidades dos personagens e suas motivações.
Em retrospecto, 15 anos após seu lançamento, Velocidade Mortal, apesar de não ter atingido o sucesso de bilheteria esperado e tendo passado relativamente despercebido pela crítica na época, pode ser visto como um filme de culto por seus fãs. Hoje, em 2025, é uma daquelas produções que você pode encontrar facilmente em plataformas de streaming e que pode ser uma boa opção para uma sessão despretensiosa de ação. Se você procura um filme com roteiro sofisticado e personagens complexos, fuja. Mas se a sua vontade é de apenas desligar o cérebro e se divertir com explosões e perseguições de tirar o fôlego, Velocidade Mortal pode ser sua escolha. Afinal, às vezes, um filme sem pretensões é exatamente o que a gente precisa. Recomendo com ressalvas, principalmente para fãs do gênero que não esperem muito.




