Vesper

Vesper: Uma Joia Pós-Apocalíptica com Arestas Bruscas

Há filmes que te marcam, e Vesper, lançado em 2022, é um deles. Não se trata de um blockbuster cheio de efeitos especiais mirabolantes, mas de uma obra intimista e visceral que te agarra pela garganta e te força a confrontar a fragilidade da nossa relação com o meio ambiente, tudo isso sob a roupagem de uma ficção científica sombria e fascinante. A sinopse nos apresenta Vesper, uma garota de 13 anos que luta pela sobrevivência em um mundo devastado, ao lado de seu pai paralisado. Seu encontro com uma misteriosa mulher mudará tudo, impulsionando-a a usar sua inteligência e habilidades de biohacking para navegar em um futuro incerto.

A direção de Kristina Buozyte e Bruno Samper é simplesmente magistral. A fotografia, escura e rica em detalhes, contribui para a atmosfera opressiva e claustrofóbica do filme, espelhando a própria luta pela sobrevivência de Vesper. A escolha de locações é impecável, criando uma paisagem desolada, porém cheia de uma beleza melancólica e quase poética. A câmera se aproxima de Vesper, nos permitindo sentir sua fragilidade e sua força, sua solidão e sua resiliência. Há momentos de suspense que prendem a respiração, e outros de uma beleza quase surreal, que contrastam a brutalidade do mundo apresentado.

O roteiro, escrito pela dupla de diretores em parceria com Brian Clark, é tão rico quanto complexo. Ele apresenta um mundo pós-apocalíptico sem cair em clichês, desenvolvendo uma mitologia própria e intrigante, que nos deixa curiosos por desvendar todos os seus segredos. Há uma profundidade temática que vai além da simples luta pela sobrevivência, abordando questões como a manipulação genética, a desigualdade social e a relação entre o homem e a natureza. A trama, embora com alguns momentos lentos que podem testar a paciência do espectador mais impaciente, recompensa quem se entrega a ela com uma narrativa envolvente e surpreendente.

AtributoDetalhe
DiretoresKristina Buozyte, Bruno Samper
RoteiristasKristina Buozyte, Bruno Samper, Brian Clark
ProdutoresDaiva Varnaitė-Jovaišienė, Asta Liukaitytė, Alexis Perrin, Kristina Buozyte
Elenco PrincipalRaffiella Chapman, Eddie Marsan, Rosy McEwen, Richard Brake, Edmund Dehn
GêneroFicção científica, Drama, Aventura, Fantasia
Ano de Lançamento2022
ProdutorasRumble Fish Productions, Natrix Natrix, 10.80 Films, Ev.L Prod

Raffiella Chapman, no papel principal, é simplesmente fenomenal. Ela consegue transmitir a força e a vulnerabilidade de Vesper com uma maturidade e uma sutileza impressionantes para a sua idade. Eddie Marsan, como Jonas, o pai de Vesper, também oferece uma atuação contida e comovente. O restante do elenco, incluindo Rosy McEwen e Richard Brake, contribui para enriquecer a atmosfera tensa e sombria do longa.

Entretanto, não é um filme sem falhas. A trama, por vezes, pode se tornar um tanto densa e complexa, deixando alguns pontos um pouco soltos, o que poderia gerar confusão para alguns espectadores. Certos elementos da narrativa, apesar de seus méritos, necessitariam de uma análise mais aprofundada por parte do público para completa compreensão. Apesar disso, os pontos fortes superam os fracos de maneira considerável.

A principal mensagem de Vesper é a urgente necessidade de repensar nossa relação com o planeta. O filme não oferece respostas fáceis, mas nos convida a refletir sobre as consequências de nossas ações e a importância da preservação da natureza. É uma obra que se conecta com uma preocupação crescente do nosso tempo, ressoando numa audiência cada vez mais consciente das questões ambientais. A sobrevivência de Vesper se torna um símbolo da esperança, ainda que frágil e ameaçada, em um futuro incerto, um futuro que, infelizmente, se aproxima perigosamente do nosso presente.

Em suma, Vesper é um filme que me cativou profundamente. Sua atmosfera densa, suas atuações excepcionais e sua mensagem poderosa o tornam uma obra memorável. Claro, ele não é para todos; aqueles que preferem ficção científica mais leve e focada na ação podem se sentir desapontados. No entanto, para aqueles que apreciam filmes que desafiam e provocam reflexão, Vesper é uma experiência cinematográfica obrigatória. Recomendo fortemente assisti-lo, principalmente em plataformas de streaming, para que ele alcance o público que merece. Ele é uma prova de que a ficção científica pode ser profundamente humana, e que mesmo em um futuro devastado, a esperança, por mais tênue que seja, pode florescer. Três anos após seu lançamento, o filme continua relevante e provocativo. Acho que a discussão sobre a mensagem de Vesper vai continuar por muito tempo, e isso em si já é uma grande conquista.

Trailer

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