Wolves of War: Uma Última Missão, Muitos Pecados
Lançado em 2023, Wolves of War chega às plataformas digitais prometendo um mergulho no final da Segunda Guerra Mundial, com a tensão palpável de uma missão impossível em solo inimigo. A sinopse, concisa, nos apresenta um oficial britânico liderando uma tropa aliada na Baviera, numa corrida contra o tempo para resgatar um refém americano das garras nazistas. A premissa é irresistível, um prato cheio para o gênero de guerra, mas o resultado, infelizmente, fica aquém da promessa.
A direção de Giles Alderson se mostra competente em construir a atmosfera tensa, explorando a claustrofobia e o perigo constante presentes na retaguarda inimiga. As cenas são bem filmadas, com uma fotografia que consegue capturar a escuridão e a brutalidade da situação. No entanto, Alderson peca na falta de originalidade. A narrativa se move de forma previsível, seguindo caminhos já trilhados inúmeras vezes no gênero, sem adicionar nada de novo ou particularmente memorável.
O roteiro de Ben Mole, por sua vez, é o calcanhar de Aquiles do filme. A trama, apesar de promissora, sofre com diálogos fracos e personagens pouco desenvolvidos. Os soldados aliados, além do oficial britânico interpretado por Ed Westwick, são figuras rasas, que servem mais como adereços do que como indivíduos com suas próprias motivações e histórias. A relação entre os personagens carece de profundidade, impedindo que o público se conecte emocionalmente com suas jornadas. Até mesmo a personagem de Elsa, interpretada por Éva Magyar, que poderia agregar uma camada de complexidade, fica relegada a um papel secundário e mal explorado.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Giles Alderson |
| Roteirista | Ben Mole |
| Elenco Principal | Ed Westwick, Matt Willis, Sam Gittins, Éva Magyar, Anastasia Martin |
| Gênero | Guerra, Drama, História |
| Ano de Lançamento | 2023 |
| Produtora | Picture Perfect |
Quanto às atuações, Ed Westwick demonstra um esforço razoável, porém, sem a força necessária para carregar nas costas um filme com tantos problemas. Matt Willis, como o Capitão Norwood, também não consegue escapar do roteiro limitado, entregando uma performance sem grandes destaques. O elenco como um todo parece preso numa armadilha de diálogos mal escritos e de uma direção que não consegue extrair o melhor de seus atores.
Os temas e as mensagens do filme são óbvios e pouco explorados. A guerra é retratada com sua brutalidade habitual, mas sem mergulhar nas complexidades morais e psicológicas de seus participantes. A luta pela sobrevivência é o fio condutor, mas não há uma reflexão mais profunda sobre o impacto da guerra na psique humana ou na estrutura social. A falta de profundidade é frustrante, principalmente considerando o potencial do cenário histórico escolhido.
Concordo em parte com o crítico que menciona a falta de qualidade do filme. A referência a Rupert Graves, embora interessante, não justifica a tolerância com tantas falhas. Wolves of War não é um filme ruim no sentido de ser completamente insuportável, mas certamente é um filme desnecessário. Sua existência é justificada apenas pela beleza da fotografia em algumas cenas, um mérito que, infelizmente, não é suficiente para resgatá-lo do marasmo narrativo.
Recomendo Wolves of War apenas para aqueles que apreciam filmes de guerra de baixo orçamento e sem grandes pretensões artísticas. Para os demais, há opções muito melhores disponíveis nas plataformas de streaming. Se você busca um filme de guerra que o emocione, o faça refletir ou o prenda à tela até o fim, procure em outro lugar. Wolves of War é, infelizmente, um lobo sem garras.




