Jovens Recrutas

Sabe, de vez em quando a gente esbarra numa série que promete ser “mais do mesmo”, mas te pega de surpresa e te joga num turbilhão de emoções que você nem imaginava. Foi exatamente o que aconteceu comigo com Jovens Recrutas, que chegou às nossas telas em 2025 e, olha, já deixou sua marca. Como um eterno cético com produções que se jogam em gêneros tão díspares como comédia, drama e “War & Politics”, eu fui com um pé atrás. Mas, queime a minha língua, Andy Parker e sua equipe da Sony Pictures Television e Act III Productions, sob a batuta do produtor Greg Cope White, entregaram algo genuíno e, sim, inesperado.

O que me atraiu inicialmente, pra ser bem sincero, foi a premissa. Um adolescente vítima de bullying, Cameron Cope, interpretado com uma vulnerabilidade palpável por Miles Heizer (que a gente já conhece de outras empreitadas dramáticas), decide, num impulso, entrar para os fuzileiros navais. A maioria pensaria: “Ah, lá vem mais uma história de redenção clichê”. E é aí que Jovens Recrutas se destaca. Não é uma redenção rápida ou fácil. É uma jornada árdua, como se cada fibra da alma de Cameron estivesse sendo rasgada e costurada de novo, sob o olhar impiedoso, mas por vezes paternal, do Staff Sgt. McKinnon (Cedrick Cooper, numa performance que equilibra autoridade e um humor seco).

A série não foge da crueldade do treinamento básico. As mãos de Cameron tremem quando ele pega no fuzil pela primeira vez, seus olhos desviam quando o Staff Sgt. McKinnon grita a centímetros de seu rosto. Você sente o nervosismo, o medo, o desespero de um garoto que está acostumado a se encolher e, de repente, é forçado a se expandir, a ocupar espaço, a ser forte. A metáfora é quase literal: ele é uma semente plantada em solo hostil, mas com o potencial de germinar algo resiliente.

Mas o coração pulsante de Jovens Recrutas reside na tal “irmandade inesperada”. É no sufoco, na exaustão e nas noites mal dormidas que laços verdadeiros se forjam. Blake Burt, como John Bowman, traz aquele tipo de recruta que parece durão por fora, mas guarda uma lealdade profunda. E Dominic Goodman, como Nash, é o alívio cômico que surge nos momentos mais improváveis, com uma piada desengonçada ou um comentário que quebra a tensão como um raio em céu aberto. Eles não são apenas colegas; são pilares para Cameron, e ele, de alguma forma, se torna um pilar para eles. Você vê a cumplicidade nas trocas de olhares, nos ombros apoiados, nas risadas abafadas quando a Capt. Fajardo (Ana Ayora, com uma presença imponente e estratégica) está de costas. É nessas pequenas interações que o “show, don’t tell” da série brilha. Não nos dizem que eles são irmãos; nós os vemos se tornando irmãos, um porre de cada vez, um empurrão na lama de cada vez.

AtributoDetalhe
CriadorAndy Parker
ProdutorGreg Cope White
Elenco PrincipalMiles Heizer, Ana Ayora, Blake Burt, Cedrick Cooper, Dominic Goodman
GêneroComédia, Drama, War & Politics
Ano de Lançamento2025
ProdutorasSony Pictures Television, Act III Productions

O que me surpreendeu foi como a série navega entre os gêneros. As cenas de treinamento são intensas, quase sufocantes, fazendo jus ao “War & Politics”, mostrando a disciplina militar e a desconstrução do indivíduo para construir o soldado. Mas, no meio de tudo isso, há tiradas de comédia que são tão bem colocadas que você ri alto, quase culpado, antes de ser puxado de volta para o drama de um momento de vulnerabilidade ou de uma falha. Não é uma comédia sobre a guerra; é o humor que nasce apesar da guerra, da situação extrema, da proximidade forçada. E o drama, ah, o drama… ele se manifesta não só nas dificuldades físicas, mas na luta interna de cada um em se encaixar, em se provar, em encontrar seu lugar num mundo onde a falha não é uma opção.

Andy Parker criou um universo onde a complexidade humana é celebrada. Não há heróis perfeitos ou vilões unidimensionais. Todos os personagens são multifacetados, com suas fraquezas e suas forças. A maneira como Miles Heizer expressa a jornada de Cameron, do garoto intimidado que se esconde àquele que começa a encontrar uma voz e uma postura, é um espetáculo à parte. Você torce por ele, sente a dor dele, e celebra cada pequena vitória, como se fosse sua.

Para quem busca uma história que vai além da superfície, que mergulha nas profundezas da transformação humana e nos laços inesperados que a vida nos presenteia, Jovens Recrutas é uma pedida e tanto. É uma série que te faz rir, te faz refletir e, no final das contas, te lembra que mesmo nos lugares mais improváveis, podemos encontrar um propósito e uma família. E, cá entre nós, é uma das melhores surpresas de 2025. Dê uma chance, você não vai se arrepender.

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